LEÓN FERRARI – RESISTÊNCIAS E TRANSGRESSÕES

Exposição exibe obras do artista considerado o mais importante da Argentina

*Peças foram concebidas entre os anos de 1976 e 1984, em que Ferrari viveu exilado no Brasil

*Classificação indicativa: 18 anos

Provocador, original, inventivo. O argentino León Ferrari foi um dos artistas que mais herdou o espírito transgressor e resistente das vanguardas do século XX. Agora, um pouco da obra deste que é considerado um dos maiores nomes das artes plásticas contemporâneas (Ferrari foi apontado pelo jornal The New York Times como um dos cinco artistas mais provocadores e mais importantes do mundo) estará ao alcance do espectador brasiliense na Galeria 2 do Centro Cultural Banco do Brasil. A exposição LEÓN FERRARI – RESISTÊNCIAS E TRANSGRESSÕES poderá ser vista de 13 de maio a 13 de julho, sempre de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h. Entrada franca.

A exposição é uma realização da Embaixada da República Argentina no Brasil, com apoio do CCBB Brasília. A ideia é abrir as comemorações pela Data Nacional da Argentina, celebrada no dia 25 de maio, quando se recorda a Revolução de Maio de 1810.

A EXPOSIÇÃO

Difícil permanecer indiferente à obra de Ferrari, falecido em 2013, aos 92 anos de idade. Seus trabalhos sempre investiram contra as diversas formas de repressão à liberdade e se posicionaram, de maneira crítica e irônica, diante da alienação da sociedade contemporânea, da guerra e da intolerância.

A exposição LEÓN FERRARI – RESISTÊNCIAS E TRANSGRESSÕES traz um recorte da obra do artista que sempre colocou em xeque o papel do Estado e da Igreja. Estarão expostas 52 obras produzidas entre os anos de 1976 e 1984, período em que, fugindo da ditadura militar na Argentina, Ferrari viveu em São Paulo. Segundo diversos testemunhos de artistas, sua passagem enriqueceu as artes plásticas brasileiras.

Ao chegar ao País, León Ferrari ligou-se a um grupo de artistas que o instigou à experimentação de novos modos de fazer arte: desde desenhar com materiais convencionais, como nanquim, grafite, crayon, canetas esferográficas, tinteiro e carimbo até utilizar modos de impressão em heliografia, serigrafia, fotocópia, microficha, videotexto e offset.

Neste grande ensaio de linguagens artísticas, ele retoma experiências conceituais iniciadas na década de 1960, com esculturas em arame, escrituras indecifráveis que criam novas propostas para linguagens tradicionais como o desenho e a gravura, plantas arquitetônicas e várias outras propostas. Em comum, a reelaboração intelectual na busca da construção de um novo sentido para a imagem, diferente do original.

O ARTISTA

León Ferrari nasceu em 03 de setembro de 1920, em Buenos Aires, Argentina. Sua longa vida de 92 anos o fez, segundo sua própria definição, produzir tanto trabalhos sem uma intenção específica de significado (desenhos, esculturas e pinturas com os quais explora temáticas diversas, materiais e materialidades numa configuração própria da linguagem artística visual) e, ao mesmo tempo, desdobrar temáticas que interrogam profundamente a cultura ocidental cristã.

León Ferrari formou-se engenheiro pela Faculdade de Ciências Exatas, Físicas e Naturais – UnBA e, por três anos, entre 1955 e 1957, calculou projetos de igrejas que seu pai idealizou como arquiteto. Considerou bastante benéfico para seu trabalho artístico não ter uma formação específica. Em 1952, foi para Florença e lá, e posteriormente em Roma, realizou suas primeiras cerâmicas, cimentos, madeiras entalhadas em pau-santo e esculturas em arame. Nessas últimas, o espaço escultórico constitui-se por diversas direções de fios lineares, predominantemente retos e curtos, em aço inox, bronze, cobre e ouro, soldados entre si em prata. Algumas dessas esculturas são penduradas no teto (Gagarin, 1961) e outras se instalam em pedestais. Os desenhos abstratos dessa época transformaram-se em escrituras ilegíveis e enredaram-se pelas esculturas em arame que adquirem formas retorcidas (Torre de Babel, 1964). Interessante que as mesmas linhas emaranhadas das esculturas penetram em caixas (Reflexões, 1963, Mãos, 1964) e em garrafas (Garrafas, 1964).

Nos anos posteriores, León Ferrari intensificou sua crítica aos preceitos políticos e religiosos e seus trabalhos são realizados sempre com o intuito de profaná-los, desconstruí-los, desordená-los: elementos erótico-poéticos presentes nas séries desses trabalhos servem para denunciar a realidade nas suas faces mais dramáticas. Em 24 de março de 1976, a Argentina sofreu um Golpe de Estado. Após ameaças contra sua família, León Ferrari veio para o Brasil, em outubro do mesmo ano. Aqui ficou entre 1976 e 1984.

De sua extensa produção artística destacam-se obras como “Cuadro escrito” (1964), criação central para a arte conceitual internacional, e “La Civilización Occidental y Cristiana” (1965), montagem de um avião de guerra com uma imagem do cristo crucificado, peça paradigmática na tradição da vanguarda estético-política da arte do século XX.

Também é autor de vários livros, participou em seminários de história da arte, publicou diversos artigos jornalísticos e ilustrou o livro “Nunca Mais”, informe da CONADEP sobre os crimes da ditadura militar da Argentina. Durante esses anos de chumbo, León Ferrari veio para o Brasil e viveu em São Paulo, de 1976 a 1984. Retornou ao seu país de origem depois de seis anos de ausência, deixando definitivamente o Brasil em 1991, depois de várias idas e voltas. Faleceu em 2013, na cidade de Buenos Aires.

EXPOSIÇÃO LEÓN FERRARI – RESISTÊNCIAS E TRANSGRESSÕES

Local: Galeria 2 do Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília
Data: 13 de maio a 13 de julho de 2015
Horários: de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h
ENTRADA FRANCA
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 anos

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