VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0
Mostra homenageia os 80 anos do grande documentarista, exibindo sua filmografia completa
*16 curtas-metragens, dois médias e 9 longas, assinados por Vladimir Carvalho, tendo o cineasta como tema ou na ficha técnica
*Exposição de cartazes das obras de Vladimir, alguns criados pelo próprio realizador
*Debate com a presença do diretor e convidados especiais
Realizador que tem construído uma trajetória única no cinema documental brasileiro, o paraibano-brasiliense Vladimir Carvalho completou, no último dia 31 de janeiro, 80 anos de idade. Em homenagem à data, o Centro Cultural Banco do Brasil Brasília realiza a mostra VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0, com curadoria do professor e crítico Sérgio Moriconi. Ao longo de duas semanas serão exibidos todos os filmes dirigidos por Vladimir, além de títulos assinados por outros diretores, nos quais Vladimir Carvalho participou em funções técnicas. A mostra acontece de 29 de abril a 11 de maio, no Cinema do CCBB, sempre de quarta a segunda-feira. Ingressos a R$ 4,00 e R$ 2,00. Classificação indicativa: 12 anos.
Além das obras cinematográficas, VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0 oferecerá aos espectadores a chance de conferir o talento do diretor como artista gráfico. Uma exposição de cartazes de alguns dos principais filmes do cineasta, no hall do Cinema do CCBB, vai comprovar o talento de Vladimir na gravura e na criação gráfica – ele assina a concepção da arte dos cartazes de O País de São Saruê (concebido em parceria com o irmão Walter Carvalho), Mutirão e O Engenho de Zé Lins.
A mostra também inclui debate reunindo o curador, o crítico Rodrigo Fonseca, o professor e escritor João Luiz Vieira, e o homenageado, catálogo com textos inéditos especialmente escritos por autores como Ignácio de Loyola Brandão, Ana Maria Miranda, Cacá Diegues, Geneton Moraes Neto, Carlos Alberto Mattos, Jean-Claude Bernardet, Alberto R. Cavalcanti, Severino Francisco, Walter Carvalho, André Luiz Oliveira, José Nêumanne Pinto, Bráulio Tavares, Iberê Carvalho, Maria do Rosário Caetano, dentre outros nomes de destaque do universo cinematográfico. E ainda um objeto de arte composto de caixa com reproduções de cartazes dos filmes de Vladimir Carvalho em pequeno formato, a ser distribuído aos espectadores mais frequentes.
VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0 integra a programação concebida pelo Centro Cultural Banco do Brasil Brasília em homenagem aos 55 anos da capital brasileira.
A MOSTRA
Ao longo de duas semanas, de quarta a segunda-feira, no Cinema do CCBB, será possível ter um painel completo da obra e, portanto, do pensamento deste que é considerado um dos maiores documentaristas do Brasil. VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0 deseja apresentar desde os primeiros passos do diretor, ainda como assistente de outros realizadores (como é o caso de Aruanda¸de Linduarte Noronha, e Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho, nos quais atuou como assistente de direção) até seu filme mais recente, o celebrado Rock Brasília – Era de Ouro, de 2011.
Logo no primeiro dia, a mostra exibirá os emblemáticos Vestibular 70 e Brasília segundo Feldman, que propõem reflexões sobre os primeiros tempos da Capital Federal. O primeiro vai à Universidade de Brasília para mostrar o clima de tensão dos exames vestibulares, especialmente durante a Ditadura Militar. O segundo volta ainda mais no tempo para chegar ao último ano da construção de Brasília e abordar episódio que levou a um massacre de operários. Após a projeção, será realizado um debate com a presença do cineasta, do curador Sérgio Moriconi e convidados.
A mostra optou por não seguir uma ordem cronológica na exibição dos filmes. No entanto, já no segundo dia, 30 de abril, o programa das 19h apresenta Aruanda, o curta escrito por Vladimir em parceria com João Ramiro Mello, que já nasceu clássico, com suas imagens hipnóticas, e que marca a entrada do diretor no universo cinematográfico. A sessão segue com as produções da chamada fase do Sertão seco, com filmes produzidos no Nordeste – em contraposição aos filmes concebidos na região Centro-Oeste, o “Sertão molhado”, nas palavras do próprio Vladimir Carvalho, em cartaz no mesmo horário do dia seguinte.
Todos os longas-metragens do documentarista serão projetados em duas sessões durante a mostra. Os curtas, somente uma vez. Serão ao todo 15 curtas, um média e sete longas assinados por Vladimir, um média-metragem do celebrado diretor e fotógrafo Walter Carvalho (irmão caçula de Vladimir), dois longas dirigidos por Arnaldo Jabor e Eduardo Coutinho e o curta já citado de Linduarte Noronha. Compõem a programação os curtas Vestibular 70, Brasília Segundo Feldman, Romeiros da Guia, A Bolandeira, Incelência para um Trem de Ferro, Vila Boa de Goyaz, O Espírito Criador do Povo Brasileiro, Itinerário Niemeyer, A Pedra da Riqueza, Pankararu do Brejo dos Padres, No Galope da Viola, Quilombo, Mutirão, A Paisagem Natural e Zum-zum com os pés no futuro, produzidos por Vladimir desde a década de 1960. Do diretor será exibido também o média-metragem Ariano Suassuna – Aula Espetáculo e todos os seus sete longas: O País de São Saruê, Conterrâneos Velhos de Guerra, O Homem de Areia, O Evangelho Segundo Teotônio, Barra 68 – sem perder a ternura, O Engenho de Zé Lins e Rock Brasília – Era de Ouro.
VLADIMIR CARVALHO DOC 8.0 apresenta ainda o média-metragem Um Olhar Solidário, assinado por Walter Carvalho tendo Vladimir como tema e os filmes Opinião Pública, o primeiro longa assinado por Arnaldo Jabor e apontado como pioneiro na linha do chamado “cinema verdade”, e Cabra marcado para morrer, clássico de Eduardo Coutinho, no qual Vladimir atuou como assistente de direção e produtor associado.
VLADIMIR CARVALHO
Nascido em 31 de janeiro de 1935, em Itabaiana, Paraíba. Cineasta e jornalista, ex-professor titular da Universidade de Brasília, Vladimir iniciou-se na atividade cinematográfica, no final da década de 50, como roteirista e assistente de Linduarte Noronha, em Aruanda, que Paulo Emílio Salles Gomes e Glauber Rocha apontaram como o marco inicial do moderno documentário no Brasil. Depois de uma longa experiência no Rio de Janeiro, onde trabalhou com Eduardo Coutinho (Cabra Marcado Para Morrer) e Arnaldo Jabor (Rio, Capital do Cinema e Opinião Pública) veio para Brasília onde realiza, com o fotógrafo Fernando Duarte, o ciclo de filmes de curta metragem que deu prestígio ao Distrito Federal junto aos festivais e, por consequência, provocou um significativo surto cinematográfico na cidade.
É autor de O País de São Saruê (1971), que permaneceu cerca de nove anos interditado pela censura e só foi liberado com a Anistia, em 1979, sendo premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – depois de ter sido recusado durante o governo Médici. Como presidente da Associação Brasileira de Documentaristas, seção DF, criou e realizou o 1º Festival do Filme Brasiliense, que obteve amplo sucesso, estimulando a produção e reunindo em Brasília importantes personalidades do cinema brasileiro. Foi membro da Cooperativa de Cinema, do Rio de Janeiro, pertence ao Conselho Consultivo da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, é membro da Associação Brasileira de Documentaristas, da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo e da Associação Brasileira de Cineastas, Rio de Janeiro.
Quase todos os seus filmes receberam prêmios e distinções – ele detém três Margaridas de Prata, outorgadas pela CNBB aos filmes A Pedra da Riqueza (1975), O Evangelho Segundo Teotônio (1984) e Conterrâneos Velhos de Guerra (1990), além de Kikito do Festival de Gramado (por Conterrâneos velhos de guerra), Candangos do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (por O País de São Saruê e O Engenho de Zé Lins), Grande Prêmio do Cinema Brasileiro (Rock Brasília – Era de Ouro), dentre vários outros. Publicou dois livros com os roteiros e as críticas dos seus filmes O País de São Saruê e Conterrâneos Velhos de Guerra. Lançou o livro Cinema Candango – matéria de Jornal, a respeito do cinema feito em Brasília.
Vladimir lançou uma série de filmes que traçam retratos biográficos, erguendo uma ponte entre o Nordeste e Brasília: O Homem de Areia (1982), sobre o político e escritor paraibano José Américo de Almeida (1887-1980); O Evangelho Segundo Teotônio (1984), sobre o político alagoano Teotônio Vilela (1917-1983), um dos líderes do movimento Diretas-Já, chamado de Menestrel das Alagoas; e O Engenho de Zé Linz (2007), sobre o grande escritor paraibano José Lins do Rego (1901-1957).
Em 2000, concluiu o longa, Barra 68 – Sem Perder a Ternura, sobre os acontecimentos políticos que na década de 60 tiveram lugar em Brasília, atingindo primeiro a UnB e depois o Congresso Nacional, culminando com a promulgação do Ato Institucional Nº 5, AI 5. Recentemente, lançou o premiado Rock Brasília – Era de Ouro (2011), que traça um retrato da cena do rock na capital brasileira na década de 1980, apresentando entrevistas com ícones da geração, como Renato Russo (Legião Urbana), Philippe Seabra (Plebe Rude) e os irmãos Flávio e Fê Lemos (Capital Inicial).
No momento, Vladimir está concluindo as filmagens de um documentário sobre o artista plástico pernambucano, Cícero Dias (1907-2003).
Mais informações: www.fundacaocinememoria.com.br
PROGRAMAÇÃO
Quarta, Dia 29 de abril
19h00 – Vestibular 70 + Brasília segundo Feldman – 34 min
DEBATE – Com o curador Sérgio Moriconi, o crítico Rodrigo Fonseca, o professor e escritor João Luiz Vieira, e o homenageado Vladimir Carvalho
Quinta, Dia 30 de abril
19h00 – Sertão seco – programa 1: Aruanda (Linduarte Noronha), Romeiros da Guia, A Bolandeira, Incelência para um Trem de Ferro – 65 min
20h30 – Rock Brasília – Era de Ouro – 111 min
Sexta, Dia 1º de maio
19h00 – Sertão molhado I (Vestibular 70, O Espírito Criador do Povo Brasileiro; Itinerário Niemeyer e Vila Boa de Goyaz) – 75 min
21h00 – O Engenho de Zé Lins – 80 min
Sábado, 2 de maio
16h00 – Conterrâneos velhos de guerra – 175 min
20h00 – O País de São Saruê – 85 min
Domingo, 3 de maio
18h00 – Um Olhar Solidário + Ariano Suassuna – Aula Espetáculo – 76 min
20h00 – Cabra marcado para morrer (Eduardo Coutinho) – 120 min
Segunda, 4 de maio
19h00 – Sertão seco – programa 2 : A Pedra da Riqueza, Pankararu de Brejo dos Padres, No Galope da Viola – 75 min
20h40 – O Evangelho Segundo Teotônio – 90 min
Quarta, 6 de maio
19h00 – O Homem de Areia – 109 min
21h15 – Barra 68, sem perder a ternura – 82 min
Quinta, 7 de maio
19h00 – Opinião Pública (Arnaldo Jabor) – 75 min
20h40 – O Evangelho Segundo Teotônio – 90 min
Sexta, 8 de maio
19h00 – O Homem de Areia – 109 min
21h15 – O País de São Saruê – 85 min
Sábado, 9 de maio
18h00 – Sertão molhado II (Quilombo, Mutirão, A Paisagem Natural, Zum-Zum, com os pés no futuro e Brasília Segundo Feldman) – 77 min
20h00 – Rock Brasília – Era de Ouro – 111 min
Domingo, 10 de maio
16h00 – Conterrâneos velhos de guerra – 175 min
20h00 – O Engenho de Zé Lins – 80 min
Segunda, 11 de maio
19h00 – Cabra marcado para morrer (Eduardo Coutinho) – 120 min
21h20 – Barra 68, sem perder a ternura – 82 min
SINOPSES FILMES
CURTAS E MÉDIAS-METRAGENS
ARUANDA – curta-metragem, 21 min, P&B, 1960. DVD
“Aruanda”, segundo o cineasta Linduarte Noronha, quer dizer “terra da promissão”. O filme apresenta a formação de um quilombo em Olho d´Água da Serra do Talhado, em Santa Luzia do Sabugui (PB), pelo ex-escravo e madeireiro Zé Bento. A produção revisita a região, quase um século depois, flagrando uma família camponesa que subsiste de algodão, plantado pelos homens, e cerâmica, obra das mulheres.
Ficha técnica: argumento, roteiro e direção: Linduarte Noronha; assistentes: Vladimir Carvalho e João Ramiro Mello; fotografia e montagem: Rucker Vieira.
ROMEIROS DA GUIA – curta-metragem, 15 min, P&B, 1962. DVD
Peregrinação anual de romeiros às ruínas da igreja de N.S da Guia, no litoral norte da Paraíba. Após a visita ao templo, os fiéis se entregam à dança do coco de roda que se estende noite adentro até a madrugada do outro dia.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho e João Ramiro Mello; montagem: João Ramiro Mello; fotografia: Hans Bantel; música: Pedro Santos; assistente de câmera: Manuel Clemente, produção do Instituto Nacional de Cinema Educativo.
A BOLANDEIRA – curta-metragem, 11 min, P&B, 1968. DVD
Os pequenos engenhos puxados a boi da região sertaneja da Paraíba apresentam uma grande desvantagem na produção ao serem confrontados com outros engenhos movidos a motor de explosão. O processo é apresentado desde a feitura da rapadura, partindo do corte de cana, até a colocação nas feiras livres do interior.
Ficha técnica: roteiro, produção e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Manuel Clemente; poema: Jomar Moraes Souto; montagem: João Ramiro Mello; voz da narração: Paulo Pontes; produtor associado: Marcus Odilon Ribeiro Coutinho.
VESTIBULAR 70 – Curta-metragem, 16 mm, 14 min, P&B, 1970. Película
Uma reflexão sobre os exames vestibulares, sublinhando os aspectos da tensão durante a realização deles. Seis mil estudantes aparecem nas dependências do Instituto Central de Ciências da Universidade de Brasília disputando as mil vagas disponíveis, enquanto os alto-falantes cadenciam o ritmo das provas com seus avisos, 1970.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho e Fernando Duarte; fotografia e câmera: Fernando Duarte, Heinz Forthmam e Miguel Freire; montagem: Eduardo Leone e Cel Thiré; música: Caetano Veloso; som ambiente: Conrado Silva; produção: Departamento de Artes Visuais e cinema, Universidade de Brasília.
INCELÊNCIA PARA UM TREM DE FERRO – Curta-metragem, 20 min, Cor, 1972. DVD
Os velhos trens que serviram às usinas de açúcar do Nordeste estão sendo recolhidos aos museus e praças das cidades como uma curiosidade histórica. No entanto, inúmeras usinas em atividade no Nordeste continuam utilizando o trem de ferro, cujas locomotivas queimam lenha e já destruíram praticamente todas as matas da região.
Ficha técnica: roteiro, produção e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Walter Carvalho; pesquisa: Paulo Mello; montagem: Adamastor Câmara/Vladimir Carvalho; música: Armorial, cirandeiros e Luiz Gonzaga; apresentação: cinemateca do MAM, Rio.
O ESPÍRITO CRIADOR DO POVO BRASILEIRO – curta-metragem, 35 mm, Cor, 14 min, 1973. Película
O filme faz um resumo da famosa coleção de arte do saudoso artista pernambucano Abelardo Rodrigues que, em agosto de 1972, foi trazida a Brasília, e tenta relacioná-la com o espírito da arquitetura de Niemeyer.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir carvalho; fotografia e câmera: Fernando Duarte; montagem: João Ramiro Mello; música: Villa-Lobos, Antônio Carlos Jobim e Antônio Carlos Nóbrega; voz da narração: Paulo Pontes; títulos: Walter Carvalho; produtores: Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores.
ITINERÁRIO DE NIEMEYER – curta-metragem, 16 mm, P&B, 19 min, 1973. DVD
A trajetória profissional de Oscar Niemeyer montada a partir de uma entrevista a estudantes norte-americanos em Brasília, 1969. O filme recorre a materiais de arquivo de diversas etapas da carreira do arquiteto, que raramente se deixa filmar ou entrevistar.
Ficha técnica: direção e roteiro: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Fernando Duarte e Hermano Pena; montagem: Manfredo Caldas; música: Villa-Lobos; som da entrevista: Maurice Capovila; produção: Instituto de Arquitetos do Brasil.
VILA BOA DE GOYAZ – curta-metragem, Cor, 14 min, 1974. DVD
Um ensaio sobre o barroco goiano representado pela antiga Capital do Estado, que apesar da desfiguração ainda conserva muito do estilo colonial, tanto na arquitetura de seu casario e velhas igrejas como nos hábitos e costumes de sua gente. O filme é narrado por figuras típicas locais: uma poetisa, uma pintora e um mestre de um auto popular, 1974.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Heins Forthmam; montagem: João Ramiro Mello; narração: Arnaldo Jabor; títulos: Walter Carvalho; música: Quinteto Violado, Tonico do padre e anônimos; produção: Instituto Nacional do Cinema (INC).
A PEDRA DA RIQUEZA – curta-metragem, P&B, 15 min, 1975. DVD
A faina nos garimpos de xilita no Nordeste brasileiro. Retirado por processos rústicos da extração, o tungstênio obtido da xilita é largamente empregado na indústria do aço. O Brasil é a segunda jazida mundial do minério. Prêmio Margarida de Prata, da CNBB, de 1976,
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Manuel Clemente; montagem: João Ramiro Mello; música: Fernando Cerqueira; produção: V. Carvalho/Cinemateca do MAM.
QUILOMBO – curta-metragem, Cor, 23 min, 1975. DVD
Documentário realizado no município de Luziânia – Goiás, apresentando uma comunidade negra, remanescente do antigo quilombo. Vivendo da lavoura e do fabrico rudimentar de doce de marmelo nas cercanias, não muito longe de Brasília. Decadente e pequena povoação se esfacela e muda-se para as favelas do Distrito Federal.
Ficha técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Walter Carvalho; montagem: João Ramiro Mello; música: Tonico do Padre, Folia do Divino, pássaros; voz da narração: Paulo Pontes; produção: INC.
MUTIRÃO – curta-metragem, 16 mm, Cor, 19 min, 1976. DVD
Filme sobre o antigo vilarejo de Santo Antônio de Olhos D’Água, em Goiás, que luta para sobreviver à custa de atividade de tecelagem artesanal. Uma festa é promovida com o intuito de reunir as fiandeiras locais para tecer um grande tapete para capela local.
Ficha técnica: roteiro, direção e produção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Fernando Duarte; imagens adicionais: Walter Carvalho; montagem: Manfredo Caldas; música: folclore goiano; coprodução: cinemateca do MAM, Rio.
PANKARARU DE BREJO DOS PADRES – média-metragem, Cor, 35 min, 1977. DVD
O filme focaliza o ritual da Festa do Umbu na aldeia dos índios Pankararu, em Pernambuco, alto sertão. Os naturais donos de razoável faixa de terra, toda ela cultivada, sofrem grande pressão por parte de proprietários vizinhos, interessados em suas glebas. Um ensaio antropológico.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Walter Carvalho; assistente: Antônio Silva; montagem: Manfredo Caldas; música: rituais indígenas; pesquisa: Cláudia Menezes: som direto: Jom Tob Azulay; produção: Embrafilme; apresentação: Museu do índio (Rio de Janeiro).
BRASÍLIA SEGUNDO FELDMAN – curta-metragem, 35 mm, Cor, 20 min, 1979. Película
Documentário sobre os primeiros tempos de Brasília no último ano de sua construção. Enfoca importante acontecimento que foi o massacre de operários num acampamento, por motivos ainda não esclarecidos, permanecendo como uma mancha da história de Brasília.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Eugene Feldman; imagens adicionais: Alberto Roseiro Cavalcanti e Walter Carvalho; montagem: Manfredo Caldas; música: sambas recolhidos nos canteiros de obra; som: V. Carvalho; produção: Centro Nacional de referência Cultural (CNRC).
PERSEGHINI – curta-metragem, 16 mm, colorido, 21 min, 1984. Película
Documentário sobre a vida de um ex-trabalhador da construção civil, ex-garimpeiro, sertanista e militante político. Ele narra episódios do tempo da construção de Brasília, sobretudo sobre o surgimento da consciência sindical dos trabalhadores na época e o seu relacionamento com o poder.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho e Sérgio Moriconi; fotografia e câmera: Alberto Cavalcanti; som direto: Francisco Pereira; montagem: Manfredo Caldas; música: Marselhesa; pesquisa: Gioconda Caputo; produção: Vladimir Carvalho.
NO GALOPE DA VIOLA – curta-metragem, 16 mm, Cor, 15 min, 1989. DVD
Enfoca a história de dois repentistas nordestinos, Otácilio Batista e Oliveira de Panelas. Eles fazem uma síntese dos principais gêneros de cantorias e estilos.
Ficha técnica: roteiro, direção e produção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Manuel Clemente; montagem: Eduardo Leone; música: dos violeiros Otácilio Batista e Oliveira de Panelas; coprodução: Normando Santos.
A PAISAGEM NATURAL – curta-metragem, Cor, 20 min, 1990. DVD
Filme realizado para a série “Brasília, Patrimônio da Humanidade”. Curta sobre a paisagem geográfica natural de Brasília, o Centro Oeste, com seus campos cerrados, rios, cachoeiras, fauna e flora.
Ficha técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho: fotografia e câmera: Walter Carvalho; montagem: Eduardo Leone; música: trechos de Villa-Lobos e Edino Krieger; produção: idade Mídia/Minc.
ZUM-ZUM – COM OS PÉS NO FUTURO – curta-metragem, Cor, 7 min, 1996. DVD
Um anticlipe sobre a canção de mesmo nome do cantor e compositor Manduka, que aparece interpretando sua música no cenário natural dos Pirineus goianos. A paisagem do cerrado faz o contraponto com a figura do cavaleiro andante.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: André Luís da Cunha; música: Manduka; montagem: Fred Schimidt/João Ramiro Mello; produção: Manduka/Zum-Zum. (Rodado em 16 mm, colorido).
ARIANO SUASSUNA EM AULA-ESPETÁCULO – média-metragem, Cor, 46 min, 1996. DVD
Vídeo-reportagem sobre uma das famosas aulas-espetáculo que o grande romancista, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna proferiu ao longo da vida. Foi gravada na Universidade de Brasília e conta com uma entrevista com Ariano feita na casa do mestre, em Recife. Em sua companhia, Vladimir e equipe visitaram o ateliê do gravurista Gilvan Samico e o ambiente de trabalho do grande J. Borges, em Bezerros, interior de Pernambuco.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia: Tuker Marçal, Waldir de Pina, André Luís da Cunha, Jorge Marinho; som: Acácio Campos; música: Antônio José Madureira; coprodução: CPCE-UnB; produção executiva: Mário Lúcio Brandão Filho; produção: Trade Comunicação.
UM OLHAR SOLIDÁRIO – curta-metragem, Cor, 30 min, 2007. DVD
Programa rodado por Walter Carvalho para a série Retratos Brasileiros, do Canal Brasil, Um retrato original da vida e do cinema de Vladimir Carvalho, traçado a partir de entrevistas com ensaístas, críticos, curadores, cineastas, fotógrafos como Jean-Claude Bernardet, José Carlos Avellar, Carlos Alberto Mattos, Amir Labaki, Evaldo Mocarzel, Fernando Duarte.
Ficha técnica: roteiro e direção: Walter Carvalho; edição: Pablo Ribeiro; fotógrafos: Pedro von Krüger, Pablo Hoffmann, David Pacheco, Gabriel Hoffmann, Beto Ferreira, Angelo Batista; produção executiva: Leonardo Edde; produção: Fran Mattoso.
LONGAS-METRAGENS
A OPINIÃO PÚBLICA – 35 mm, P&B, 75 min, 1967. DVD
Primeiro longa-metragem dirigido por Arnaldo Jabor, o documentário é considerado o primeiro filme brasileiro do chamado “cinema verdade”, mostrando entrevistas com anônimos nas ruas do Rio de Janeiro. São pessoas da classe média que, em plena ditadura militar dos anos 1960, confessam seus medos e aspirações e revelam sua alienação política.
Ficha técnica: Direção: Arnaldo Jabor; diretor assistente: Vladimir Carvalho; roteiro: Carlos Drummond de Andrade e Arnaldo Jabor; fotografia: Ivo Campos, João Carlos Horta, Dib Lutfi, José Medeiros, Nestor Noya; Produção: Jorge da Cunha Lima, Luiz Fernando Goulart, Arnaldo Jabor e Nelson Pereira dos Santos.
O PAÍS DE SÃO SARUÊ – 35 mm, P&B, 85 min, 1971. DVD
Através dos ciclos econômicos, descrevem-se as relações do homem com a natureza no sertão nordestino, onde predomina a luta contra a seca, o latifúndio e a miséria desde os tempos da colônia. É uma tentativa de se resgatar a memória de fatos antigos, os usos e costumes que distinguem essa região das demais. Prêmio Especial do Júri do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 1979.
Ficha técnica: produção, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Manuel Clemente; montagem: Eduardo Leone; música: José Siqueira e Marcus Vinícius; poema: Jomar Moraes Souto (voz Echio Reis); voz da narração: Paulo Pontes; assistente de direção: Walter Carvalho; produtor associado: Marcus Oldilon Ribeiro Coutinho.
O HOMEM DE AREIA – 35 mm, P&B, 116 min, 1982. Película
A revolução de 30 vista a partir da ótica nordestina e na visão de José Américo de Almeida, cuja trajetória pessoal é retratada no filme, não só como revolucionário na política, mas como o escritor que renovou a literatura brasileira com o lançamento de sue célebre romance “A bagaceira”, em 1928. Golpeado por Getúlio Vargas quando foi candidato em 1937, José Américo de Almeida voltaria à cena em 1945, quando concedeu notável entrevista que contribui decisivamente para queda do ditador.
Ficha técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Walter Carvalho; montagem: Ricardo Miranda/Manfredo Caldas; música: J. Lins (e do populário); vozes da narração: Fernando Montenegro e Mário Lago; direção de produção: Carlos Del Pino; produção da Embrafilme.
O EVANGELHO SEGUNDO TEOTÔNIO – 35 mm, Cor, 90 min, 1984. Película
Passagens da vida do ex-senador alagoano Teotônio Vilela, com ênfase no processo de sua formação como homem público, desde a sua infância como menino de engenho até a etapa final, com sua célebre campanha pela restauração democrática do país. Nesse ponto, era um homem à borda da morte, já vitimado pelo câncer que o mataria. Prêmio Margarida de Prata, da CNBB, em 1985.
Ficha técnica: roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Chico Botelho e Alberto R, Cavalcanti; montagem: João Ramiro Mello; música: Marcus Vinícius; som direto: Walter Rogério/Chico Borôro; voz da narração: Ester Góes; direção de produção: Armando Lacerda; produção: Embrafilme, Taba Filmes/Armando Lacerda.
CABRA MARCADO PARA MORRER – 35 mm, Cor e P&B, 119 min, 1964-1984. DVD
Em 1962, o líder da Liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com produção do CPC da UNE e Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, reconstituindo em ficção o que levou a seu assassinato. Participam camponeses do Engenho Galiléia (PE) e a viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira. Mas as filmagens são interrompidas pelo Gole Militar. Dezessete anos depois, em 1981, Eduardo Coutinho retoma o projeto e vai encontrar Elizabeth e os demais participantes das filmagens originais, mostrando o ocorreu na vida de todos.
Ficha técnica: Direção, roteiro e argumento: Eduardo Coutinho; Assistente de direção e produtor associado: Vladimir Carvalho; continuidade: Antônio Carlos Fontoura; fotografia: Fernando Duarte e Edgar Moura; som: Jorge Saldanha; produção: Zelito Viana e Eduardo Coutinho.
CONTERRÂNEOS VELHOS DE GUERRA – 35 mm, Cor, 175 min, 1990. Película
Os primeiros tempos de Brasília, ainda em construção, em 1959. Os canteiros de obra movimentam cerca de 50 mil trabalhadores, mas as condições de trabalho são precárias e o descontentamento termina por provocar um choque entre a segurança e os operários. A memória deste e de outros episódios chegam aos nossos dias pelo testemunho dos que viveram essa saga de quase cinqüenta anos atrás. Prêmio especial do Júri do Festival de Gramado, em 1992; Margarida de Prata, da CNBB, em 1990; e Prêmio da APCA São Paulo, em 1994.
Ficha técnica: roteiro, direção e produção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Alberto R. Cavalcanti, David Pennington, Fernando Duarte, Jacques Cheuiche, Marcelo Coutinho, Walmir de Pina, Walter Carvalho; música: Zé Ramalho; poema: Jomar Moraes Souto; montagem: Eduardo Leone; som direto: Chico Borôro; voz da narração: Othon Bastos; apoio: Pólo de cinema e Vídeo e CPCE/UNB.
BARRA 68, SEM PERDER A TERNURA – 35 mm, Cor, 82 min, 2000. DVD
A luta de Darcy Ribeiro, no início dos 60, para criar e implantar a Universidade de Brasília. E as repetidas agressões sofridas pela UnB, desde o golpe militar de 64 até os acontecimentos de 68, quando o campus foi ocupado por tropas militares, culminado com o AI-5 e o fechamento do Congresso Nacional. Prêmio Especial do Júri do Festival de Recife, em 2001.
Ficha técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: André Luís da Cunha; som direto: Chico Borôro; montagem: Manfredo Caldas e Vladimir Carvalho; música: Marcus Vinícius e Luís Marçal; still: Walter Carvalho. Equipe em São Paulo: fotografia e câmera: Marcelo Coutinho; som direto: Paulo Seabra. Equipe no Rio de Janeiro: fotografia e câmera: Jacques Cheuiche; som direto: Ivan Capeller; produção: Folkino.
O ENGENHO DE ZÉ LINS – 35 mm, Cor, 84 min, 2007. DVD
Perfil de José Lins do Rego, no qual se inter-relacionam a vida e obra do escritor paraibano, enfocando desde os tempos de sua infância, no ambiente que imortalizaria em seus romances do ciclo da cana de açúcar, até a maturidade e a glória literária. A obra é comentada, ao lado de outras manifestações de sua marcante figura humana, que inclui o homem solidário e afetivo, o amigo fiel, o amante apaixonado pelas coisas simples da vida e das gentes do povo. Troféu Candango de Melhor Montagem em 2007 e Melhor Documentário no Festival de Natal, 2008.
Ficha Técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: Walter Carvalho e Lula Carvalho; produção: Vertovisão; música: Léo Gandelman.
ROCK BRASÍLIA – ERA DE OURO – 35 mm, Cor, 111 min, 2011. Película
A história dos jovens brasilienses que liderados por Renato Russo depois de longo caminho e obstáculos, veem o seu sonho tornado realidade. A consagração e o sucesso de suas bandas de rock. Sonho que segue de perto a grande utopia que foi a própria construção de Brasília e da transferência da Capital para o Planalto Central. Vencedor de vários prêmios: Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2011, melhor montagem no Festival de Maringá, 2012, e Menção Honrosa no Festival de Natal, 2011.
Ficha Técnica: pesquisa, roteiro e direção: Vladimir Carvalho; fotografia e câmera: André Carvalheira; montagem: Vladimir Carvalho e Sérgio Azevedo; Produção Executiva: Marcus Ligocki; Som: Francisco Borôro; Direção de Arte: Felipe Queiroz; Produtora: Ligocki-Z Entretenimento.
SERVIÇO
Local: Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Data: 29 de abril a 11 de maio de 2015
Horário: ver programação
Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00
Informações: (61) 3108.7600
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