Encontros, debates e oficinas estão na programação especial do Cena 2020

*A criação em tempos de pandemia, o desafio da curadoria, as estratégias de sobrevivência de coletivos, as poéticas femininas e as poéticas da diáspora negra estão entre os assuntos abordados nos Encontros do Cena

*Conversa especial com os norte-americanos Paul Lazar e Bebe Miller (de “Cage Shuffle: a digital duet”), mediada pelo premiado escritor Gustavo Pacheco

*Convidados como Janaína Leite, Márcio Abreu, Carmen Romero (curadora do festival Santiago a Mil) e Eduardo Moreira (Grupo Galpão)

*Realização através da plataforma do Zoom, com inscrições pelo site do festival cenacontemporanea.com.br

O Cena Contemporânea em sua edição on-line manteve algumas das características que o distinguem, como promover encontros, debates e oficinas abertos ao público, reunindo artistas, criadores, intelectuais, jornalistas. Já na décima edição, os Encontros do Cena promoverão oito mesas de reflexão sobre diferentes temas ligados ao universo das artes cênicas. E duas oficinas comporão a grade de atividades formativas.

Os encontros e oficinas serão realizados através da plataforma Zoom, transmitidos por meio do canal Youtube do Festival e enlaçadas no site do Cena Contemporânea. A proposta é, em tempos de distanciamento, aproximar a população dos artistas, criadores, produtores, pensadores, do Brasil e de outros países, tendo o Festival como plataforma unificadora. Para as oficinas, as vagas são limitadas e podem ser feitas até o próximo dia 24 de novembro em links específicos que estão sendo divulgados nas redes sociais do festival. Já os encontros e debates podem acolher até 100 participantes. Mas para garantir lugar, também será preciso fazer inscrição. Detalhes no site do festival e nas redes sociais do Cena.

Cena Contemporânea 2020 conta com patrocínio do Banco do Brasil e do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal. Apoio da Funarte e Iberescena, Embaixada da França, Embaixada da Espanha, com a colaboração da Embaixada da Argentina, Goethe-Institut, entidades da sociedade civil e dos próprios artistas.

ENCONTROS DO CENA

Os Encontros do Cena – Espaço Internacional de Intercâmbio e Cooperação Cultural, em sua 10a. edição, propõem uma reflexão sobre a produção artística, estimulando o intercâmbio entre criadores, redes, festivais e instituições. Nesses tempos de insegurança para todo o setor das artes cênicas, reuniremos virtualmente artistas, estudiosos, pesquisadores, críticos e programadores de festivais e centros culturais de outras cidades e países para conversar sobre o futuro das artes cênicas e temas relacionados. Algumas das mesas contarão com tradução simultânea. Cada encontro terá duração de 1 hora e meia.

O Cena também promoverá debates vinculados a dois trabalhos apresentados no festival: “Cage Shuffle: a digital duet”, dos Estados Unidos, e “Birdie”, da Espanha. Cada debate contará com a presença de dois criadores da obra e terá um convidado especial como entrevistador, para conduzir a conversa. Os debates terão tradução simultânea e duração de 1 hora.

PROGRAMAÇÃO

03/12, quinta-feira – 17h às 18h30
Criação nos tempos do cólera
Lázaro Gabino (MX), Márcio Abreu (BR), Matias Umpierrez (Argentina), Fernando Yamamoto (BR), Giselle Rodriguez (BR), Francis Wilker (CE-DF)
Moderação: Valmir Santos (BR)
Debate sobre o exercício da criação de narrativas em tempos difíceis, num ambiente impactado pelas mudanças que, de forma inevitável, se apresentaram em decorrência do cenário pandêmico. Os críticos e criadores onvidados irão debater e apresentar possibilidades e cenários no campo das artes cênicas. Serão analisados temas como: Desafios e perspectivas da criação no cenário que atravessamos; Relação dos criadores e espaços de exibição de trabalhos; Possibilidades e desafios na relação com os públicos; Perspectivas e impactos no futuro da criação.

04/12, sexta-feira – 17h às 18h30
O desafio da curadoria e dos festivais
Carmem Romero (Stgo. a Mil – Chile), Guilherme Reis (Cena Contemporânea- DF), Cesc Casadesús (Grec Festival – Espanha), Fernando Zugno (Porto Alegre em Cena – Brasil), Celso Curi (Curador).
Moderação: Pedro de Freitas (Brasil)
Festivais e plataformas convidadas vão compartilhar como vêm lidando com o desafio de acompanhar programações e realizar curadoria de artes cênicas na virtualidade. Debate sobre as possibilidades e desafios na programação e gestão de festivais em tempos de distanciamento físico e social. Quais são as temáticas, as abordagens, as reflexões e os modelos que hoje fazem sentido neste contexto e como se dá a relação com os artistas e obras. Temas abordados: Desafios e perspectivas da criação no cenário que atravessamos; Relação dos criadores e espaços de exibição de trabalhos; Possibilidades e desafios na relação com os públicos; Perspectivas e impactos no futuro da criação e da exibição.

06/12, domingo – 17h às 18h30
Estratégias de Sobrevivência de Coletivos Teatrais
Eduardo Moreira (Grupo Galpão – MG), Pablo Bertola (Ponto de Partida- MG), Camila Mota (Oficina Uzyna Uzona – SP), Ellen Mello (Dimenti – Salvador), Larissa Souza e Rafael Toscano (GARRA – Coletivos de Teatro do DF).
Moderação: Jorge Vermelho (FIT SJRP)
Grupos convidados debaterão sobre as possibilidades de financiamento alternativo, em tempos de crise, considerando o roteiro de guia: Como vocês observam que os grupos e coletivos estão se movimentando em torno à captação de recursos? Quais os modelos/iniciativas inovadoras que vocês observam nesse sentido? Como vocês veem as possibilidades futuras para os coletivos estáveis no campo da criação? E na captação para viabilizar esta criação?

06/12, domingo – 20h15 às 21h30
Desvendando Cage Shuflle
Conversa com Paul Lazar (USA) e Bebe Miller (USA).
Moderação: Gustavo Pacheco (Brasil)
O escritor Gustavo Pacheco será o provocador de uma conversa com Paul Lazar e Bebe Miller, criadores de “Cage Shuffle”, um solo de dança/teatro criado por Paul Lazar, oferecendo a possibilidade do público e criadores de se aprofundarem nas temáticas da obra. Paul Lazar e Bebe Miller apresentam uma série de histórias de um minuto escritas por John Cage – pioneiro da música aleatória e da música eletroacústica e figura chave das vanguardas artísticas do século XX –, ao mesmo tempo em que dançam uma partitura coreográfica complexa criada por Annie-B Parson, diretora da Big Dance Theater, e pelos próprios intérpretes. O humor, a inteligência e a iconoclastia de Cage estão presentes no trabalho, apontado como uma obra-prima por artistas como David Byrne, que já disse: “Cage Shuffle é uma das minhas peças favoritas de todos os tempos. Bonito, profundo e hilário – como todas as coisas deveriam ser”.

07/12 segunda-feira – 17 às 18h30
Memória, feminino e arte: (des)construindo narrativas
Mariana Lima (Brasil) Cibele Forjaz (Brasil) e Janaína Leite (Brasil)
Moderação: Stela Fischer (Brasil)
As criadoras convidadas debatem sobre o lugar da mulher na memória, na arte e na desconstrução de narrativas hegemônicas e masculinas dentro e fora das artes cênicas. Considerando as seguintes perguntas: Qual o estado da arte da criação feminina no mundo de hoje? Como, a partir da perspectiva da criação, é possível contribuir para a desconstrução da hegemonia das narrativas masculinas? Que elementos o sensível feminino pode trazer à tona no campo da memória e da arte?

08/12 terça-feira – 17h às 18h30h
Processos híbridos de criação
Àlex Serrano e Pau Palacios
Entrevista: Felipe Assis (Brasil)
A companhia Sr. Serrano, foi fundada em 2006, em Barcelona, por Àlex Serrano, com a proposta de fundir linguagens, mesclando performance, texto, vídeo, som e maquetes. A companhia foi premiada com o Leão de Prata 2015 na Bienal de Veneza. No encontro, os artistas serão entrevistados pelo criador e curador do FIAC Bahia, Felipe Assis, guiados pelas perguntas-chave: Em que medida as plataformas virtuais atuais colaboram ou não para o trabalho que a companhia já desenvolve? Do início dos trabalhos até aqui, quais os pontos que vocês destacam na história da companhia? Tiveram um ponto de virada?

09/12 quarta-feira – 17h às 18h30
Poéticas da diáspora negra
Convidados: Mirella Façanha (dramaturga e atriz – DF/SP), Felipe Oladélê (Cabo Verde – RJ), Preto Amparo (criador e ator – Salvador/SP)
Moderação: Daniela Sampaio (SIM! Cultura)
Debate sobre as expressões, poéticas, lutas do corpo negro e sua representação na arte contemporânea, destacando temas como: De que maneira a arte e suas plataformas têm operado para chamar a atenção para as poéticas negras e suas questões? Em que medida as lutas do corpo negro hoje estão contempladas no campo artístico? A arte pode contribuir com a equidade?

10/12 quinta-feira – 17h às 18h30
Como a arte pode ajudar a forjar um novo futuro?
Maria Marighella (Bahia – Brasil), Jorge Melguizo (Colômbia), Celso Gimenez (La Tristura – España), Nayse Lopez (Panorama da Dança – Brasil), Mariana Soares (Instituto SOMA – Cena).
Moderação: Glauber Coradesqui (Brasil)
Debate sobre a relevância da arte e da cultura no contexto pandêmico e pós-pandêmico e seus desdobramentos na sociedade. Qual a contribuição da arte para um futuro mais afetivo? A arte e o sensível podem contribuir para a diminuição das desigualdades? Qual o futuro da criação virtual? Como é possível manter a presença e o vínculo nessas circunstâncias?

OFICINAS

OFICINA A CLÍNICA DA OBSESSÃO – MATÍAS UMPIERREZ – ARGENTINA
Dias 2, 4, 8 e 9 de dezembro, das 9h às 14h
O trabalho de Matías Umpierrez indaga sobre a relação entre o espectador e a ficção. Seus projetos se situam na fronteira entre as artes performáticas, visuais e projetos curatoriais, gerando uma dialética entre memória-esquecimento-cenário-discurso-cena-território. Por isso, seus trabalhos dialogam em termos globais, mudando de lugares, idiomas, dispositivos e disciplinas.
MATÍAS UMPIERREZ – ator e artista multidisciplinar, que desafia e rompe fronteiras entre as linguagens, apresentando espetáculos teatrais e audiovisuais. Foi reconhecido pela empresa BGH como um dos 100 artistas argentinos mais inovadores dos últimos 100 anos. Durante os anos de 2016 e 2017, foi escolhido pela Rolex para o projeto Mentor & Protégé Art Initiative, um programa bianual, que escolhe um artista por disciplina no mundo. Umpierrez teve como mentor o grande encenador canadense Robert Lepage.

OFICINA UPLOADING THE RHYTHM – IDIO CHICHAVA – MOÇAMBIQUE
Dias 5, 6 e 7 de dezembro, das 9h às 12h
Uma forma de ter consciência do espaço, presença e trabalhar a fisicalidade e a imaginação até o limite, mantendo contato com influências de danças tradicionais moçambicanas. Oficina focada nas possibilidades físicas do corpo. Exige muita resistência para trabalhar os suportes e a comunicação entre os níveis (chão, meio e salto) e a relação do corpo com o espaço. Centrada em exercícios de improvisação, composição espontânea e performance.
IDIO CHICHAVA – Diretor artístico da Cia Converge+, onde desenvolve projetos de colaboração artística multidisciplinar e criativa, sempre com a intenção de dar espaço e fala para todos. Divide-se entre Moçambique e a França, onde interpreta e faz assistência coreográfica das peças da companhia Kubilai Khan Investigations desde 2005. Ministra aulas e oficinas de dança na França e em outros países. É um dos produtores do Festival Raiz, de música tradicional de Moçambique.

21º CENA CONTEMPORÂNEA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA – MÓDULO ONLINE
1º a 11 de dezembro de 2020
No www.cenacontemporanea.com.br e canal do YouTube do Cena
Horários e classificação indicativa: ver programação