BR-TRANS
Chega a Brasília celebrado espetáculo que revela histórias da vida de travestis, transexuais e transformistas no Brasil
*Aplaudida por mais de 40 mil pessoas, peça foi eleita uma das dez melhores de 2015
*O ator e autor Silvero Pereira, no ar na novela ‘A Força do Querer’, da TV Globo, recebeu indicações a alguns dos principais prêmios do teatro brasileiro
*Sucesso levou o texto a ser lançado pela Editora Cobogó em coleção de dramaturgia contemporânea
Segundo a ONG Internacional Transgender Europe, o Brasil é o país onde ocorre o maior número de assassinatos de travestis e transexuais no mundo. Só nos meses de janeiro e fevereiro deste ano já foram registrados 70 casos aproximadamente. O que está por trás de tanta violência e intolerância? Quem são as vítimas desta verdadeira tragédia cotidiana? Um espetáculo apresenta, de forma poética, inventiva, potente e sem deixar de recorrer ao humor, histórias vividas por muitas destas pessoas. É BR-TRANS, apontado em 2015 pelo jornal O Globo como um dos dez melhores espetáculos do ano. Escrito e protagonizado pelo ator Silvero Pereira e assistido por mais de 40 mil pessoas, a montagem finalmente chega a Brasília, numa realização do Centro Cultural Banco do Brasil, onde faz temporada no Teatro I, de 28 de abril a 21 de maio, de sextas a domingos.
Em BR-TRANS, dirigido por Jezebel de Carli, professora e diretora gaúcha, está o resultado de quatro anos de pesquisa feita por Silvero junto a travestis, transformistas e transexuais de Porto Alegre. Em cena, o ator/autor narra histórias de vida, interpreta canções e dá voz a um sem número de pessoas que a sociedade teima em manter invisíveis. Sem abrir mão do humor e da poesia, BR-TRANS trabalha pela inclusão, rompendo estereótipos e provocando reflexões.
No momento, Silvero Pereira divide-se entre o teatro e a televisão – ele integra o elenco da nova novela das nove da TV Globo, A Força do Querer, assinada por Glória Perez, na qual interpreta personagem que lança luz às questões relacionadas à travestilidade e à transexualidade. O sucesso de BR-TRANS também levou o texto de Silvero a ser lançado como livro pela Editora Cobogó, dentro da coleção dedicada à dramaturgia contemporânea. A peça também recebeu indicações aos prêmios APTR, CesgranRio, Questão de Crítica e Aplauso Brasil, nas categorias Melhor Espetáculo, Dramaturgia, Direção e Ator.
O ESPETÁCULO
Idealizado pelo ator Silvero Pereira, o espetáculo tem como interesse temático o universo de travestis, transexuais e artistas transformistas brasileiros. Desde a estreia, em 2013, BR-TRANS já foi apresentado em diversas cidades do país – como Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, João Pessoa, Juazeiro do Norte, Crato, Nova Olinda, Mombaça, Tauá, Iguatu, Aquiraz, Acopiara, São Luís, Bauru, São José do Rio Preto, Santos, Ribeirão Preto, São Paulo, Recife, Natal, Ponta Grossa, Curitiba – e no exterior, em Miami (Flórida/EUA), no XXX International Hispanic Theatre Festival of Miami, e em Dresden/Alemanha, no Brazil Festival in Dresden.
A montagem é resultante de um processo de pesquisa cênica desenvolvida através do Edital Interações Estéticas 2012 (FUNARTE/MINC), em residência no SOMOS Pontão de Cultura LGBT (POA/RS), que teve como perspectiva o teatro enquanto instrumento capaz de entreter, promover discussão e fomentar a transformação social através da arte.
“BR-TRANS é um processo artístico-documental que traça os pontos convergentes e divergentes do universo Trans brasileiro entre os polos regionais Nordeste e Sul do País. Trata-se de um trabalho estético com base nos afetos, nas relações estabelecidas durante a pesquisa e na oportunidade de provocar questionamento, quiçá uma transformação social a partir da quebra de preconceitos por meio da arte”, afirma Silvero.
A diretora Jezebel de Carli teve seu primeiro contato com Silvero através de um amigo em comum, quando estava participando de um festival em Salvador. Informou-se sobre a pesquisa que o ator estava desenvolvendo, sobre a arte transformista, e soube que ele estava à procura de um diretor que pudesse ser seu “provocador cênico”. Após conhecer Gisele (Silvero) e após três meses de trabalho intenso, estrearam juntos BR-TRANS. “Um manifesto, uma narrativa documental, um teatro depoimento, uma performance transformista”, como a diretora costuma descrever. De 2013 a 2015, percorreram importantes festivais e cidades, de Porto Alegre a Miami.
“BR-Trans reafirma o teatro como uma possibilidade de invenção e de transformação do humano, como um espaço de encontro e de manifestação da diferença. Precisamos falar de e sobre. E nesse momento o CCBB Brasília opera essa possibilidade. Obrigada ao CCBB que compartilha conosco esse desejo e assim abre seus espaços ao ‘BR-Trans’. E obrigada ao público que está também conosco e que deseja ouvir nosso manifesto”, agradece Jezebel.
A ‘ARTE TRANS’ DE SILVERO PEREIRA
Histórias do nordeste e do sul. Trânsito de descobertas, dúvidas, angústias, liberdades, criação e transformação. BR-TRANS aproxima lugares, sentimentos e histórias, vividas em cena por Silvero Pereira, que costura e mistura narrativas que se inscrevem na sua vida e em sua trajetória.
A obra de Silvero já o marca. Sua arte é intrínseca à sua vida e dela faz sua voz política. Para o artista, o Teatro é instrumento de transformação social e de mudança de paradigmas e a Arte Transformista, legítima linguagem cênica.
BR-TRANS reafirma sua arte enquanto subversão e resistência ao levar aos palcos a experiência de vida da travestilidade e da transexualidade, descontextualizando histórias já contadas sobre marginalidade, medo e sofrimento e reposicionando histórias de vida e transformação em cena. Em trânsito e em transe, BR-TRANS transborda. Não é só Silvero. É também Marcelly, Babi, Marina, Claudia, Laurita, Dandara, Cassandra, Ramona, Castanha, Rogéria, Valéria, Roberta e tantas outras mais. Silvero é todas elas. Silvero somos todos nós.
TRECHOS DE CRÍTICAS
“… Em resumo, há um espetáculo em carne viva, puro nervo pulsante exposto, irradiação de revolta diante da qual não se pode calar. A estreita via social traçada em nossa terra para o universo trans aflora, afinal. Escorraçados desde as primeiras manifestações da sua maneira de ser “diferente”, segregados nas escolas, no trabalho, nas ruas, cerceados nos seus direitos civis, empurrados para a prostituição muitas vezes em condições vis, os transgressores são vítimas de atrocidades inaceitáveis.” – crítica Tânia Brandão (http://foliasteatrais.com.br/br-trans/)
“… O solo BR trans expõe o ser e o artista na pele, sem resignação. Não abdica do humor e da ternura ao refutar firmemente o preconceito e a violência com recursos performativos bem acionados. O principal deles é o canto. Pereira emite timbre de qualidade ao sabor da melodia e dos músculos, da delicadeza e da veemência…” – crítico teatral Valmir Santos
“… Há três anos fazendo crítica de teatro no Rio de Janeiro, assistindo a produções de toda ordem, tamanho e origem nos mais diversos espaços da cidade, eu nunca tinha visto um espetáculo ser aplaudido tão longamente. O horror do preconceito sentido pelos transexuais, de que a peça fala, pode ser sentido em alguma medida por qualquer pessoa por causa de sua raça, religião, peso, formação escolar, origem etc. “BR-Trans”, porque conecta as mais diversas pessoas, merece mesmo os longos aplausos. Tocante!” – crítico Rodrigo Monteiro
(http://teatrorj.blogspot.com.br/2015/08/br-trans-cers.html)
“… Ator magnífico, senhor absoluto de vastíssimos recursos expressivos e possuidor de enorme carisma, Silvero Pereira mostra-se inteiramente à vontade na dinâmica cênica proposta por Jezebel De Carli, que prioriza a relação direta do ator com a plateia e com os muitos objetos que o rodeiam, sempre trabalhados de forma a valorizar incrivelmente os muitos e diversificados climas emocionais em jogo. Brilhante tanto nas passagens mais dilaceradas quanto naquelas impregnadas de irresistível humor, a encenação de Jezebel De Carli converte-se em poderosa referência da atual temporada teatral.” – crítico teatral Lionel Fisher (http://lionel-fischer.blogspot.com.br/2015/08/teatrocritica-br-trans.html)
PRINCIPAIS FESTIVAIS E MOSTRAS
Brazil Festival in Dresden – 2016
30º International Hispanic Theatre Festival of Miami (EUA) / 2015
Festival Gamboavista – RJ/ 2015
TREMA Festival – PE/ 2015
FILT Bahia / 2015
Projeto Plataforma de Circulação da Petrobrás – Ceará/ 2015
Vencedor do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga no Ceará/ 2014
Vencedor do FENATA em Ponta Grossa – PR (Ator, Texto, Direção e Espetáculo)/ 2014
FIT São José do Rio Preto – SP / 2014
Festival de Teatro de Curitiba/ 2014
Aldeia SESC Guarajaras em São Luís do Maranhão – MA/ 2014
Mostra SESC Cariri das Artes / 2013
SINOPSE
Um processo cênico antropológico-autofágico-esquizofrênico traz à cena histórias sobre medo, solidão e morte. Histórias que se encontram e se confundem entre si e com a vida e as inquietações do ator. Recortes de vidas e vidas recortadas a partir de pesquisas e conversas com travestis, transformistas e transexuais de Porto Alegre, pelas ruas e casas de show. BR-TRANS é um trânsito de informações e de fatos reais. Um traço “brasil-trans” construído a partir da convergência e dos deslocamentos entre os polos Nordeste e Sul do país.
FICHA TÉCNICA
Direção: Jezebel De Carli
Texto e atuação: Silvero Pereira
Dramaturgia cênica: Silvero Pereira e Jezebel De Carli
Músico em cena: Rodrigo Apolinário
Cenário: Rodrigo Shalako
Iluminação: Lucca Simas
Design gráfico: Sandro Ka
Administração e Produção: Quintal Produções
Direção Geral: Verônica Prates
Coordenação Artística: Valencia Losada
Coordenação de Projetos: Maitê Medeiros
Produtor Executivo: Thiago Miyamoto
Assessoria de Imprensa: Objeto Sim
Fotógrafo: Caíque Cunha
O ATOR/AUTOR
SILVERO PEREIRA
Silvero Pereira, 34 anos, é ator, dramaturgo, produtor cultural, maquiador, iluminador, aderecista, diretor e artista plástico. Concludente do Curso Superior em Artes Cênicas do Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE). Começou sua carreira em 1998, integrando a Cia Dionisyos de Teatro. Em 2000 ingressa na CIA LUA de Teatro, onde atua nos espetáculos ‘Rosa Escarlate’, ‘Dominus Tecum’ e ‘Não Confirmo Nem Duvido’. No mesmo ano, fundou o Grupo Parque de Teatro, por meio da Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio, na cidade de Aquiraz, onde desenvolveu um trabalho social e voluntário com crianças e jovens usando a arte como mecanismo educacional e social. Entre 2001 a 2004 atuou no Grupo Bagaceira de Teatro. Já em 2006 fundou a Inquieta Cia. de Teatro, em Fortaleza/CE. Entre 2009 e 2012, foi professor do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro Estadual José de Alencar, em Fortaleza, onde dirigiu e produziu os quatro espetáculos.
Paralelamente, em 2005, fundou o COLETIVO ARTÍSTICO AS TRAVESTIDAS onde produziu e dirigiu os trabalhos ‘UMA FLOR DE DAMA’ (2005), ‘CABARÉ DA DAMA’ (2008), ‘Engenharia Erótica – Fabrica de Travestis’ (2012), ‘BR-TRANS’ (2013), ‘CABARÉ DAS TRAVESTIDAS’ (2014) e ‘QTMT – QUEM TEM MEDO DE TRAVESTI’(2015).
Atualmente desenvolve uma pesquisa sobre o Universo Trans (Travestis, Transexuais e Transformistas) intitulado “Cartografia Artístico e Social do Universo Trans no Brasil” uma pesquisa sobre a travestilidade e transexualidade no Brasil de norte a sul.
Atuou em 26 espetáculos e dirigiu 22 trabalhos.
SERVIÇO
Local: Teatro I do CCBB Brasília
Data: de 28 de abril a 21 de maio de 2017
Horários: sextas e sábados, 20h – domingos, 19h
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00
Informações: (61) 3108.7600
Gênero: Drama
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos
Imagens: https://youtu.be/hHY-TjCkqw8
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Assessoria de imprensa CCBB: Michele Lira Rodrigues michele-lira@bb.com.br (61) 61 3108 7609
O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de quarta a segunda-feira. Consulte todos os locais e horários no site e no Facebook.
O Centro Cultural também oferece transporte gratuito para escolas públicas, ONGs e instituições assistenciais do DF e entorno mediante agendamento pelo número 3108-7623 ou 3108-7624.
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