O Sonho Candango
MEMÓRIA AFETIVA DOS ANOS 80
LANÇAMENTO DIA 2 DE MAIO DE 2012. FOYER DA SALA VILLA-LOBOS DO TEATRO NACIONAL CLÁUDIO SANTORO
Livro recupera histórias e vivências dos projetos realizados pela Candango Produções
Obra reúne entrevistas feitas por Alexandre Ribondi e textos assinados por Cláudia Pereira e RomárioSchettino
A experiência da Candango Produções inclui a produção de filmes e espetáculos, festivais e mostras e a administração do lendário Teatro da ABO
O que pode acontecer no curto prazo de cinco anos? A julgar pela história da Candango Produções (1982-1986), muita coisa: produção executiva de seis curtas-metragens, quatro espetáculos teatrais, três mostras de cinema, o primeiro festival de bandas de rock da capital brasileira e criação e administração do primeiro teatro de bolso de Brasília, o Teatro da ABO. Um currículo invejável para empresas que atuam há décadas na área no Brasil. Agora, toda esta história poderá ser conhecida através do relato de quem participou pessoalmente dela. No próximo dia 2 de maio, a partir das 19h, no Foyer da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, será lançado o livro O SONHO CANDANGO – MEMÓRIA AFETIVA DOS ANOS 80, que promove uma volta no tempo para recuperar personagens, passagens, pensamentos.
O SONHO CANDANGO – MEMÓRIA AFETIVA DOS ANOS 80 nasceu da iniciativa da antropóloga e diretora de criação Cláudia Pereira, uma das sócias da Candango Produções, que confessa ter sentido saudade da época em que “tudo era feito com a cara e coragem de uma geração que, tendo nascido nos anos 50, carregava na bagagem o sonho de liberdade dos anos 1960 e os horrores da repressão política que se alastrou pelos anos 1970”. Foi a partir desta nostalgia que Cláudia chamou seus dois ex-sócios, o jornalista Romário Schettino e o produtor Cleber Loureiro, e convocou o jornalista Alexandre Ribondi para participarem de uma empreitada: escavar os arquivos da produtora e trazer à luz uma história que é feita de determinação e de muita arte. O resultado é uma obra que terá tiragem inicial de 1.000 exemplares e que poderá ser referencial para o estudo da produção cultural em Brasília.
Ao longo do livro desfilam textos assinados pela própria Cláudia Pereira, por Romário Schettino e Alexandre Ribondi. O ator, diretor, dramaturgo e jornalista Ribondi também assina uma série de entrevistas com figuras que marcaram o período e mantiveram alguma relação com os projetos realizados pela Candango Produções. São conversas divertidas, soltas, confessionais com os diretores de teatro Hugo Rodas, B. de Paiva, Guilherme Reis, Humberto Pedrancini, Dimer Monteiro, FernandoVillar, Nielson Menão, com os atores Chico Sant’Anna (responsável também pela pesquisa de imagem do livro), Marcos Bagno e Gê Martu, as atrizes Iara Pietricovsky e Carmem Moretzsohn, o fotógrafo Jacque Cheuiche, os cineastas Zuleica Porto, Armando Lacerda, Sérgio Bazi e João Lanari, o roqueiroPhillipe Seabra, a punkeca (as meninas da turma punk) Patrícia Miranda, o jornalista Irlam Rocha Lima, o ator e diretor João Antonio e a arte-educadora Maria Duarte. Um grupo diverso e representativo do que se produziu na década de 80, em termos de teatro, cinema, música e produção cultural em Brasília.
Além de livro, SONHO CANDANGO é um projeto que vai agregar blog, programa de rádio e de televisão. A partir do dia 24 de abril, o blog com trechos do livro já estará no ar. Em breve também o projeto poderá ser acessado pelo rádio e, no segundo semestre, SONHO CANDANGO ganhará as telas da televisão, com apresentação do jornalista Alexandre Ribondi. Para o lançamento, está sendo preparada uma verdadeira festa, com a presença de vários dos entrevistados. “Será uma noite de letras e performances”, avisa Cláudia Pereira, com ambientação assinada pelo artista plástico RalphGehre e iluminação de Dalton Camargos.
PARA LEMBRAR E RESGATAR
O SONHO CANDANGO – MEMÓRIA AFETIVA DOS ANOS 80 é dividido em capítulos que respeitam as áreas de atuação da produtora: teatro, cinema, música. Afinal, a Candango Produções foi responsável por algumas das obras artísticas mais emblemáticas do período. Em teatro, por exemplo, foram produzidos os espetáculos Crêpe Suzette, o Beijo da Grapette, com Alexandre Ribondi e Marcos Bagno,Rapazes da Banda, direção de Dimer Monteiro, Besame Mucho, de Hugo Rodas, e também a coordenação em Brasília de Poleiro dos Anjos, de Buza Ferraz. O Teatro da ABO ainda acolheu a antológica encenação de Pedro e o Lobo, de Guilherme Reis, que marcou a despedida do ator Aluísio Batata dos palcos (ele viria a falecer pouco tempo depois).
Em cinema, as produções da Candango se confundem com a própria história do cinema brasiliense. A produtora assina Cruviana, de José Acioli, Taguatinga em Pé de Guerra, de Armando Lacerda, Guerra Santa na Avenida, de Miguel Freire, Brasília, de Antônio Carlos Fontoura, Mínima Cidade, de JoãoLanari, e Brasiliários, de Zuleica Porto e Sérgio Bazi, premiado em vários festivais. A Candango ainda produziu duas edições da memorável mostra Curta Brasília e coordenou a Mostra do Filme Angolano.
E na área musical, a Candango fez história ao acolher a Semana do Rock de Brasília, o primeiro festival de bandas de rock da cidade, numa época em que o gênero ainda sofria muito preconceito. Ainda hoje, o evento é citado pelos músicos como divisor de águas. Passaram pelo palco do Teatro da ABO Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial… “Todo mundo participou daquela Semana. Quem não era músico, ajudava montando equipamento, vendendo camiseta. Tinha até uns picaretas que montaram barraca de vinho aguado”, conta Phillippe Seabra, revelando que o release foi feito por um roqueiro que também era jornalista nas horas vagas, Renato Russo.
O jornalista Alexandre Ribondi captou com precisão o clima de cada entrevista. É possível rir junto quando Hugo Rodas conta a queda do ator/diretor Fernando Villar, em cena de Besame Mucho – “Ele caiu mesmo, vestido de Marilyn Monroe” –, sentir um certo frisson com o relato de Patrícia Miranda sobre a rotina da Turma da Colina – “Todo mundo gritava. Éramos punks, afinal de contas, com os cintos cheios de pregos. A gente batia a cabeça nas coisas” – e se emocionar com o testemunho deZuleica Porto sobre o filme Brasiliários – “Foram duas paixões: Clarice e Brasília (…) Ficamos encantados com o forte impacto que Brasília tinha causado nela. Era pura perplexidade e encanto”. Um livro para degustação.
Nas páginas de O SONHO CANDANGO – MEMÓRIA AFETIVA DOS ANOS 80, o leitor vai descobrir uma Brasília criativa, inquieta, gregária. Uma cidade diferente, com gente diferente, numa época em que, como escreve Schettino, “a solidariedade, o companheirismo, a ética eram valores culturais elevados e cultivados. Era a cultura à flor da pele, pura emoção”.
FICHA TÉCNICA
Concepção: Cláudia Pereira
Textos e entrevistas: Alexandre Ribondi
Pesquisa de imagem: Chico Sant’Anna
Consultoria: Romário Schettino
Programação visual: Isabela Rodrigues
Revisão: Denise Goulart
Realização: Gabinete C
Lançamento: 2 de maio de 2012.
Local: Foyer da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Horário: 19h
ENTRADA FRANCA
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