JULIA – Cia Vértice de Teatro

PETROBRAS

apresenta

Premiado espetáculo de Christiane Jatahy chega a Brasília para curta temporada

*Adaptação do clássico de Strindberg já foi levada a vários países da Europa, merecendo grandes elogios

*Pelo trabalho, que mistura teatro e cinema, diretora conquistou o prêmio Shell de melhor direção

Uma obra que rompe as fronteiras entre teatro e cinema, palco e tela, presença real e virtual. A adaptação que a diretora carioca Christiane Jatahy pensou para o clássico texto do sueco August Strindberg leva o espectador a transitar pelas tênues fronteiras entre o real e o encenado. E a história trágica de amor entre a jovem de família aristocrática e um empregado da mansão é percebida em todas as suas sutilezas, com a densidade e a dramaticidade que a caracterizam. O espetáculo Julia chega a Brasília para uma curtíssima temporada no Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, onde fica de 10 a 12 de janeiro de 2014. PATROCÍNIO: PETROBRAS.

O espetáculo Julia radicaliza a pesquisa que a diretora vem desenvolvendo desde 1996, de explorar novos territórios cênicos. No início, Christiane Jatahy pesquisou espaços não convencionais que propunham diferentes interações com o público. Depois, voltou-se para a experimentação entre realidade e ficção, ator e personagem, deixando que o momento atual ganhasse espaço na cena marcada. E desde o espetáculo Conjugado (que continha uma vídeo instalação em cena), seus trabalhos passaram também a incluir investigações da linguagem audiovisual. Foi assim também com Corte Seco (no qual câmeras de segurança revelavam em tempo real o entorno do teatro e os bastidores) e principalmente com a peça transformada em filme A Falta que nos move (os atores permaneceram 13 horas ininterruptas em filmagem).

Com Julia, Christiane Jatahy vai além. Na peça, as cenas presenciais dos atores no palco se misturam a cenas pré-gravadas e a outras que vão sendo filmadas ao vivo no espaço teatral, revelando detalhes, intimidades. Um filme é construído diariamente diante do público, numa fricção constante entre teatro e cinema, entre o clássico e o contemporâneo, entre o que pode ser visto e o que só pode ser entrevisto. Na presença real do ator em cena e no enquadramento dos detalhes do cinema, a câmera é testemunha e presença permanente no espetáculo. Invade e constrói junto o olhar da plateia a esse encontro urgente do relacionamento entre Julia e Jean (Jelson na adaptação) transposto para o Brasil de hoje. Em cena, os atores Julia Bernat e Rodrigo dos Santos, além do cinegrafista David Pacheco.

A encenação rendeu a Jatahy o Prêmio Shell de Melhor Direção em 2012. Também foi indicada ao Prêmio APTR de direção e cenário, ao Shell de adaptação e cenário e ao Prêmio Qualidade Brasil, nas categorias espetáculo, direção, atriz e ator. Desde então, Julia cumpriu um grande itinerário internacional, tendo sido apresentada em festivais e teatros na Europa como Kunstenfestivaldesarts (Bruxelas), Wiener Festwochen (Viena), Theater Spektakel (Zurique), Noordezon Festival (Grooening), Temps d’Images (Paris), Rotterdam de Keuze Festival (Roterdã) Mouseonturm (Frankfurt), Temporada Alta Girona e Centro Dramático Nacional (Madrid).

O TEXTO

Escrita em 1887 por August Strindberg (1849-1912), a peça é um marco da dramaturgia naturalista. Uma jovem aristocrata e seu criado se envolvem amorosamente. Como pano de fundo estão os temas recorrentes da obra do autor sueco: a diferença de classes sociais, a disputa entre os sexos, a contradição entre pulsão erótica e realidade.

CHRISTIANE JATAHY

Autora e diretora de teatro e cinema. Nos últimos anos montou espetáculos que dialogavam com distintas áreas artísticas e novos dispositivos de criação. Em teatro montou a trilogia Uma cadeira para solidão, duas para o dialogo e três para a sociedade. Também peças que transitavam entre as fronteiras da realidade e da ficção, do ator e do personagem, do teatro e do audiovisual: Conjugado, A Falta que nos move e Corte Seco.

No ano de 2009, o trabalho se expandiu para o cinema com o filme A Falta que nos Move, filmado em 13 horas contínuas, sem corte, por três câmeras na mão. O material foi editado e hoje é um longa-metragem, além de ter sido exibido em três telas de cinema, durante 13 horas, em uma performance cinematográfica que começou exatamente na mesma hora em que começou a filmagem, 17.30 e acabou as 6.30 da manhã.
As peças viajaram para festivais no Brasil e no exterior e foram indicadas aos principais prêmios de teatro. Seu próximo projeto, E se elas fossem para Moscou?, será sobre a utopia. Uma mistura de teatro, cinema e performance nas ruas, com estreia prevista para o primeiro semestre de 2014.

REPERCUSSÃO NA IMPRENSA

“Bela descoberta. Julia, uma Senhorita Julia brasileira. Contemporânea e convincente.
Dupla revelação por esta Julia brasileira: uma realizadora, Christiane Jatahy, que joga habilmente com os códigos do cinema, do vídeo, do palco e do teatro. E atores que rasgam a tela e existem sobre o palco”. Christian Jade (RTBF – Bélgica)

“Com JULIA, Christiane Jatahy introduz uma nova voz do teatro brasileiro. Julia é teatro inovador com forte impacto cinematográfico. É preciso ver.” Le Libre (Kusntenfestivaldesarts – Bruxelas)

“O público agradeceu esta noite surpreendente, inteligente, intensa e ainda, de alguma forma, alegre, com aplausos gigantes. O tour de force dos artistas – curto, mas intense – foi um sucesso.” Michaela Mottingers-Meinung (Mottingers-Meinung.at – Áustria)

“Um maravilhoso e consistente trabalho de uma diretora em permanente movimento”. Macksen Luiz (crítico teatral – Brasil)

“Julia atualiza um texto classic com singularidade e pungência, além de explorer novas possibilidades narrativas no teatro.” Luis Fernando Ramos (crítico Folha de São Paulo)

Julia entre dois mundos – março de 2012 – Carlos Alberto Mattos – crítico de cinema – RJ
“Julia, a peça-filme que deu a Christiane Jatahy o Prêmio Shell de direção e fica em cartaz nos dois próximos fins de semana no Espaço Sérgio Porto, é uma das melhores coisas que há para ver na cidade. Adaptando a peça Senhorita Julia, de August Strindberg, para uma ambientação superficialmente brasileira, o espetáculo condensa toda uma discussão contemporânea sobre a convivência das linguagens do cinema e do teatro.
Tenho estado envolvido com o assunto por conta da próxima edição da revista Filme Cultura, que terá esse tema de capa. O momento é fértil em aproximações dos dois campos – basta ver a safra recente de filmes de jovens realizadores. Christiane é talvez a maior desbravadora da hora.
Mas o que talvez me seduza e interesse mais propriamente não é o que acontece no cinema “ou” no teatro. O grande barato de Julia é justamente o que acontece no meio, entre uma expressão e outra. E isso só é possível quando as duas expressões convivem de verdade. Julia está muito além do uso habitual de projeções em montagens teatrais com vocação multimídia. Já vi muitos recursos bonitos e expressivos nessa área, mas em Julia toca-se um nervo da questão. Nossa atenção e deleite são atraídos por algo que não é bem cinema, nem é bem teatro, mas pontes entre os dois.
Tomemos alguns exemplos. Numa cena, Julia (Julia Bernat) está no filme pré-gravado, dançando num jardim, enquanto o motorista (Rodrigo dos Santos) a observa de longe, ao vivo no palco. Mas um cinegrafista (David Pacheco), onipresente no espetáculo, o filma contra um pedaço de cenário coberto por uma trepadeira. Temos, então, duas telas: a de Julia no jardim e outra com o close do rapaz contra as plantas, atirando-o virtualmente para fora do palco e para “dentro” do jardim. Outro momento: Julia e o motorista conversam durante um banho de piscina noturno pré-filmado. Em seguida decidem entrar na casa, isto é, ao vivo no palco. Diante do público, eles molham o corpo com a água de uma garrafa para simular a saída da piscina.
Um jogo lúdico assim se estabelece entre o teatro e o cinema. Numa cena, Julia parece flertar com a câmera e fotografa o cinegrafista com seu celular. O cameraman, por sua vez, dita ordens, pede repetições e acaba virando literalmente outro personagem. Mas se esse jogo repercute o jogo de poder, preconceito e sedução que rola entre Julia e o motorista de sua família (“pare de me filmar!”), não é somente de brincadeiras que ele é feito. A filmagem ao vivo (live cinema) também potencializa as emoções em pauta – como na cena em que os dois fazem sexo num quarto diminuto, apartados fisicamente das nossas vistas, mas extravasando nos closes do telão. Ou na primeira grande crise de Julia, quando as imagens filmadas de seu rosto sublinham a linguagem corporal da atriz ao vivo.
Julia é excepcional porque toca alguma coisa que é essencial na percepção contemporânea. Real e virtual se comunicam, se intensificam mutuamente e geram, de fato, uma terceira coisa.”

SERVIÇO
Data: 10 a 12 de janeiro de 2014
Local: Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Horários: 6a às 21h; sábado, às 19h e às 21h; domingo, às 19h
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Informação: (61) 3108 7600
Classificação indicativa: 18 anos

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Objeto Sim
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