JK e as personalidades do Século XX

MEMORIAL JK – 28 DE ABRIL DE 2011. ENTRADA FRANCA

Exposição apresenta 20 fotografias do ex-presidente JK ao lado de celebridades do mundo da arte, da política, do futebol

Mostra integra as comemorações pelo aniversário de Brasília

Na história política brasileira, talvez não exista personagem mais popular do que Juscelino Kubitschek. Carinhosamente chamado de JK, o nome do ex-presidente está estampado em lojas, avenidas, monumentos espalhados por todo o Brasil. Presidente “Bossa Nova”, JK caracterizou seu governo por um grande interesse nas artes e na cultura em geral – e especialmente na corrente modernista. Pelo então recém-inaugurado Palácio do Planalto, passaram personalidades tão diferentes quanto Grande Otelo e Fidel Castro, Louis Armstrong e Virginia Lane. Flagrantes destes encontros estarão agora ao alcance do público. A partir do próximo dia 28 de abril de 2011, estará aberta a exposição JK E AS PERSONALIDADES DO SÉCULO XX, no Memorial JK. A mostra poderá ser vista até o dia 31 de junho, sempre de terça a domingo, às 9h às 18h. ENTRADA FRANCA.

JK E AS PERSONALIDADES DO SÉCULO XX apresenta 20 fotografias que registram os contatos de Juscelino Kubitschek com diversas personalidades da época. Sob curadoria de Daiana Castilho, foram reunidas imagens de celebridades que, segundo a curadora, “não resistiram ao entusiasmo e carisma do Presidente e cederam às suas idéias fazendo do Brasil palco de importantes mudanças e consagrando uma das épocas mais significativas da história do Brasil”.

“Uma Nação se afirma através de sua arte e de sua cultura” dizia JK, ainda como prefeito de BH, durante a abertura da Exposição de Arte Moderna de 1944, apelidada de “Semaninha de Arte Moderna”, marco da expansão do modernismo no Brasil. Esta crença no poder transformador da arte e da cultura, JK levou para toda sua vida pública, apoiando o desenvolvimento artístico, incrementando o desenvolvimento da cultura, em ações fundamentais.

Com JK, o Brasil conheceu um dos períodos mais desenvolvimentistas de sua história, marcados por um forte sentimento de otimismo. Vários importantes movimentos culturais surgiram na época. Foram tempos das Chanchadas da Atlantida, do Cinema Novo, da Bossa Nova. Tempos da primeira conquista da Copa do Mundo. Símbolo dessa época, JK popularizou-se como líder moderno, atuante, amante das artes.

ANOS DOURADOS, ANOS JK

Juscelino Kubitschek foi um político importante, talvez o mais importante, para o desenvolvimento de todas as artes no Brasil. Desde que assumiu a prefeitura de Belo Horizonte, em 1940, passando pelo governo do estado de Minas Gerais (1951-1954), até chegar à presidência da República, em 1956, o mineiro pé-de-valsa promoveu a modernização do país não só através da industrialização, mas também da produção artística nacional, buscando o novo, sem deixar de conservar as raízes tradicionais.

O Conjunto da Pampulha foi criado por JK já como um prenúncio do que viria a ser Brasília. Para este projeto, o então prefeito de Belo Horizonte convocou artistas inseridos no ideal da modernidade: o arquiteto Oscar Niemeyer, o pintor Cândido Portinari e o paisagista Burle Marx entre outros. JK foi o grande patrocinador da construção do olhar moderno e contemporâneo, estabelecendo através de sua gestão como prefeito de Belo Horizonte, o primeiro projeto em escala urbana de caráter modernista. A matriz desta concepção nasceu em 1937 com a execução do projeto do MEC, no Rio de Janeiro. Neste momento, JK propôs, pela primeira vez, a integração entre arquitetura, paisagismo e artes plásticas no meio urbano brasileiro.

Em 1944, como prefeito de Belo Horizonte, JK convidou o artista Alberto da Veiga Guignard a se instalar em Belo Horizonte, estabelecendo um novo foco artístico regional. No mesmo ano, Guignard promove a I Exposição de Arte Moderna, que conta com a presença de artistas modernistas de projeção no Rio de janeiro e em São Paulo. À frente da Escola, Guignard inicia um trabalho que se estenderá até sua morte, em 1962, quando o local ganhou seu nome, como uma homenagem.

Juscelino deixou o Palácio do Planalto em janeiro de 1961 com grande saldo de realizações. O esforço épico da transferência da capital para o interior do Brasil materializou os objetivos de um governo que tinha como slogan “cinqüenta anos em cinco”. O tão propalado Plano de Metas abrangia todos os principais setores do governo (energia, transportes, educação, alimentação e indústria de base). A construção de Brasília era chamada de “meta-síntese” e deu frutos de igual importância. As hidrelétricas de Furnas e de Três Marias, a implantação da indústria automobilística, a criação das siderúrgicas de Cosipa e de Usiminas, a construção de mais de 20 mil quilômetros de rodovias foram alguns deles. Essas obras, também gigantescas, mudaram para sempre a cara do Brasil. Com elas, JK estabeleceu para sempre sua imagem de empreendedor progressista, gerando um novo conceito de desenvolvimento, de modernidade, de contemporaneidade.