Camille e Rodin

Uma das mais célebres histórias de amor de todos os tempos chega ao teatro em Brasília

*Os atores Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore dão vida aos grandes artistas Camille Claudel e Auguste Rodin

*Direção de Elias Andreato privilegia a expressão corporal dos atores, inspirada nas esculturas dos dois gênios

A envolvente história da paixão arrebatadora, parceria e disputa artística entre o gênio Auguste Rodin (1840-1917), considerado o maior escultor de todos os tempos, e sua aluna e amante, a escultora Camille Claudel (1864-1943), jovem talentosa e determinada, ganha os palcos de Brasília numa montagem que vem conquistando o Brasil. CAMILLE E RODIN, dirigida por Elias Andreato e protagonizada por Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore faz curtíssima temporada no Teatro Ulysses Guimarães, da UNIP (913 sul), somente nos dias 25, 26 (às 21h) e 27 de julho (às 20h). Ingressos a R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira).

A encenação reabriu o Grande Auditório do MASP para o teatro, em junho de 2012, e há dois anos circula pelo Brasil, tendo completado mais de 200 apresentações em 15 cidades e 70 mil espectadores. O espetáculo apresenta ao público, de um lado, Camille Claudel, uma jovem intuitiva, dona de uma imaginação excepcional, uma mulher determinada que quebrou laços com sua classe social e a moral vigente, entrando em conflito com sua família e com as normas de conduta aceitas à sua época para se tornar uma artista grandiosa. E de outro, Auguste Rodin, um gênio já maduro que, com seu talento e trabalho, se transformou no maior escultor de todos os tempos, representando, através de sua arte, as paixões humanas.

O projeto é idealizado por Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco e conta com o patrocínio da Porto Seguro. Na pele de Auguste Rodin, Leopoldo Pacheco é bastante conhecido por seus trabalhos na televisão brasileira. Esteve atualmente no ar na novela Jóia Rara, como Valter, e já está gravando a próxima novela das 19h da Rede Globo. Melissa Vettore, como a discípula de Rodin, a talentosa Camille Claudel, divide seu tempo entre o teatro e as gravações de um seriado da HBO.

SINOPSE

Ao chegar à cidade de Paris, muito jovem, Camille Claudel se torna aluna, discípula e amante de Auguste Rodin. Ao mesmo tempo em que combate o preconceito da sociedade, como mulher e artista, posa para ele e o fascina com sua personalidade. O diálogo amoroso se torna presente nas obras dos dois.
A intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo por Rodin, tornam as obras de ambos muito próximas, a ponto de não se saber qual obra do mestre inspirou a aluna e vice-versa, promovendo um embate de natureza artística entre os dois.
Depois de quinze anos de tortuoso relacionamento, o rompimento definitivo marcará a vida e o trabalho dos dois para sempre. Auguste Rodin se torna o maior escultor de todos os tempos. Camille Claudel enfrenta a desilusão amorosa, a moral avassaladora da época, a não aceitação das mulheres na arte da escultura, a rejeição da família e as dificuldades financeiras. Após longo período debatendo-se, Camille entrega-se à solidão e à loucura. Por iniciativa de seu irmão, o escritor Paul Claudel, é internada à força num manicômio, aos 49 anos, onde passará os trinta anos seguintes até sua morte.
Classificação Etária: 12 anos / Duração: 75 minutos / Gênero: drama
Mais informações: http://www.camilleerodin.com.br

A MONTAGEM

“O que mais valorizo no Teatro são os encontros… Os artistas e os seus momentos mais sublimes… É quando a criação nos torna grandes. Camille e Rodin é isso… Um momento raro desses encontros artísticos que permanecem eternos… Melissa e Leopoldo são artistas que eu admiro e com quem tive o prazer de dividir as minhas emoções… Somos membros da mesma tribo, família e aldeia…. Sabemos que o nosso ofício é de grande utilidade… Mesmo quando somos criticados e julgados… Não importa… O homem sempre irá precisar de poesia e arte… É o nosso papel… Estaremos sempre expostos… Abertos à visitação pública”.
(Elias Andreato, diretor).

CAMILLE E RODIN reflete sobre os caminhos da arte, do amor e da loucura, através de dois grandes gênios criativos em busca de compreensão e liberdade. Para tocar em temas tão sensíveis, o diretor Elias Andreato optou por uma encenação grandiosa e ao mesmo tempo delicada, resultante de uma pesquisa de linguagem muito particular, presente na expressão de corpo dos atores a partir das esculturas e no acabamento da expressão vocal.
O cenário de Marco Lima reproduz o ‘Retiro Pagão’, com grandes portas e janelas que alternam os ambientes do grande ateliê de Rodin e do asilo em que Camille foi internada. A trilha sonora foi especialmente composta por Jonatan Harold.

Chamam atenção no espetáculo as belas composições corporais que reproduzem os temas das esculturas de Rodin e Camille, executadas por Melissa Vettore; e as esculturas de argila feitas em tempo real, em cena, pelo próprio Leopoldo Pacheco – o ator é também formado em Belas Artes, e durante anos trabalhou como artefinalista e diretor de arte de filmes de animação.

“O temperamento de Camille é verdadeiramente o seu ‘tempero especial’. Acredito que a delicada sensibilidade do sentimento e a força, não sejam necessariamente conflituosos e contraditórios, e era isso que dava a ela caráter único. Confesso que, com Camille, em alguns momentos quebrei algumas fronteiras internas. Aprendi muitas coisas. A beleza do trabalho dela me conta de uma mulher com um olhar criativo para o mundo, imaginativo e realizador. Ela esculpia com as próprias mãos, no barro, no mármore, no ônix. Uma mulher misteriosa, lutadora, que tinha um ideal artístico e não se deixou diminuir por ser mulher”, afirma Melissa.

O espetáculo reconstrói “esse encontro, que potencializou ainda mais o talento latente dos dois, se transformando numa paixão arrebatadora e num impulso artístico para ambos, dois gênios criativos que passaram suas vidas em busca de amor, compreensão e liberdade. Sem Camille, Rodin possivelmente não teria feito suas obras mais apaixonadas e, sem Rodin, Camille não seria a artista fantástica e nem o mito em que se transformou”, afirma o ator Leopoldo Pacheco.

Além de atuarem juntos, Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco desenvolvem, desde 2011, uma programação especial de workshops, debates e exposição fotográfica, ampliando o alcance cultural do projeto e facilitando sua acessibilidade.

O TEXTO

Franz Keppler foi convidado pelos atores para desenvolver dramaturgia inédita e original, a partir de pesquisa feita por ele e Melissa Vettore, que durou nove meses até a entrega da primeira versão do texto. Esta pesquisa foi baseada nos principais biógrafos dos escultores, com destaque para a autora Liliana Wahba, e a partir da análise crítica e poética de Paul Claudel (irmão de Camille). Melissa passou meses vasculhando em sebos e outras fontes como documentos, catálogos, cartas, livros de arte e psicanálise, textos de biografias traduzidos, uma vez que todo o material biográfico sobre os artistas está esgotado em livrarias.

Para Keppler, duas esculturas foram fundamentais para decidir como contar essa história: “A primeira delas foi ‘As Portas do Inferno’. Rodin havia acabado de receber a encomenda desta obra quando se deu o primeiro encontro entre ele e Camille. Um encontro decisivo, tranformador e que impulsionaria o trabalho de ambos. (…). A segunda obra esculpida por Camille, foi ‘Clotho’. A imagem dessa velha gótica, a mais jovem das moiras segundo a mitologia, tecendo a vida, me trouxe a estrutura da narrativa: Camille e Rodin, já velhos, já separados, em tempos e espaços diferentes, tecendo suas histórias através da memória, lembranças que se cruzam de modo não linear e que revelam gradativamente detalhes de suas vidas, de suas obras, de seus embates, ambiguidades e angústias, traçando paralelamente, um panorama artístico e social do final do século XIX e início do XX.”

PRINCIPAIS OBRAS DE CAMILLE E RODIN CITADAS NO ESPETÁCULO
De Camille Claudel: Clotho, Idade Madura, A Suplicante, Busto de Rodin, Perseu e Medusa, A Valsa, O Abandono.
De Auguste Rodin: Idade do Bronze, As Portas do Inferno, O Beijo, Burgueses de Calais, Danaide, Victor Hugo, Balzac, Fugit Amor.

PALAVRA DE QUEM VIU

“Camille e Rodin é um dos mais belos espetáculos teatrais”. Jairo Arco e Flexa, crítico teatral

“Intenso espetáculo. Grandes atuações”. Danilo Santos Miranda, diretor regional do SESC SP.

“Espetáculo tão lindo, tão comovente. Leopoldo e Melissa estão intensos, trágicos, doces, frágeis e fortes. A direção do Elias é impecável”. Alcides Nogueira, dramaturgo.

“Camille e Rodin é um espetáculo de intensa sensibilidade”. José Possi Neto, diretor.

“Entre os acertos da montagem está a humanização dos personagens”. Dirceu Alves, Revista Veja SP.

“Camille e Rodin é um toque de classe nos palcos paulistanos”. Renato Kramer, jornalista.
“Camille e Rodin é belo, delicado, desafiador, forte. Um apuradíssimo trabalho de corpo reproduzindo as esculturas”. Gilberto Habib, curador de artes plásticas.

“Camille e Rodin é uma peça apaixonante e por si só apaixonada”. Hélio Siqueira, jornalista.

“Camille e Rodin faz a platéia suspirar e ao final se desdobrar em palmas pela atuação sincera, impecável e comovente dos atores. Belíssimo!” Paulo Miranda, jornalista

FICHA TÉCNICA
Direção: Elias Andreato
Texto: Franz Keppler
Elenco: Leopoldo Pacheco e Melissa Vettore
Pesquisa: Melissa Vettore e Franz Keppler
Desenho de luz: Wagner Freire
Cenografia: Marco Lima
Figurinos: Marichilene Artisevskis
Trilha Sonora: Jonatan Harold
Preparação Vocal: Edi Montecchi
Programação de vídeo: Bel Gomes – Olhar Multimidia
Fotografia: Alexandre Catan
Criação Desenho Gráfico: Simone Drago
Adaptação Material Gráfico: Amanda Vieira
Assessoria Digital: Camilo Martins
Operador de Luz: Rodrigo de Melo
Operador de Som: Eder Soares
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte
Produção Executiva: Alessandra Ribeiro
Direção de Produção: Andrea Caruso Saturnino
Idealização: Melissa Vettore e Leopoldo Pacheco
Realização: Melissa Vettore – Dramática Produções Artísticas

EQUIPE

ELIAS ANDREATO – diretor
Ator de teatro, cinema e televisão, diretor e muitas vezes roteirista de seus próprios trabalhos. Sua busca é pela humanidade dos personagens que interpreta e seus espetáculos freqüentemente questionam o papel do artista na sociedade e a relação com seu tempo. Construiu uma carreira sólida feita, acima de tudo, pela escolha por personagens que pudessem traduzir esse pensamento – Van Gogh, Oscar Wilde, Artaud, são exemplos dessa escolha e resultaram em interpretações marcantes que garantiram a ele um lugar especial no teatro brasileiro. Dirigiu Paulo Autran em “Visitando o Sr. Green”, de Jeff Baron, espetáculo que marca os 50 anos de carreira do ator. E ao seu lado esteve como ator em “O Avarento”. Em seus últimos solos, os espetáculos “Doido” e “Andante”, assina a direção e atua.
Atualmente Elias Andreato ocupa muitos teatros na cidade de São Paulo. Assina a direção dos espetáculos A Casa de Bernarda Alba, Eu não dava para aquilo, Myrna, Florilégio, Deus, e em breve Rei Lear com Juca de Oliviera. Recentemente, atuou nos espetáculos Equus e Um requiem para Antonio, com direção de Gabriel Villela.

MELISSA VETTORE – atriz
Atriz e jornalista formada pelo Instituto de Artes Cênicas e pela PUC-SP, completou sua formação em NY e Barcelona. Melissa se destaca como atriz da sua geração, trabalhando em comédia e drama, com sólida formação em teatro, transitando pela TV e cinema. Atua em novelas e séries de televisão. Foi protagonista do seriado Mothern, no GNT. Fez a espanhola na minissérie Maysa, esteve recentemente no seriado Tapas e Beijos, TV Globo, e 3 Teresas, GNT. Forma o casal protagonista do filme Entre Vales, lançado esse ano no cinema e pelo qual ganhou o Prêmio de Melhor Atriz no Festival Internacional de Cinema em Sergipe. Está gravando o seriado O homem da sua vida, que será lançado pela HBO.
Trabalhou com importantes diretores no teatro em encenações como E Assim Vai o Mundo, dir. Myrian Muniz; Meu Nome É Pablo Neruda, dir. Gianfrancesco Guarnieri; A Farsa da Esposa Perfeita, dir. Fernando Peixoto; Sacromaquia, dir. Maria Thaís; Passatempo (Dança Teatro), dir. Renata Melo; Tauromaquia, dir. Maria Thaís; Últimas Noticias de Uma História Só, dir. Otávio Martins; Confissões das Mulheres de Trinta; Dores De Amores, dir. Naum Alves de Souza, entre outras.

LEOPOLDO PACHECO – ator
Premiado diretor, ator e figurinista, formado pela EAD (Escola de Arte Dramática) da USP. Leopoldo tem uma história consistente no teatro e uma bela trajetória na TV. Destacou-se em muitos trabalhos na TV, como as minisséries Um Só Coração, Amazônia e Brado Retumbante; as novelas Belíssima, Beleza Pura, Paraíso, Ti-ti-ti, Cheias de Charme; e a série As Brasileiras, de Daniel Filho, todos na TV Globo, entre outros trabalhos.
Em teatro atuou em peças como O Mambembe, dir. Gabriel Villela; Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, dir. Moacir Góes; Pólvora e Poesia, de Alcides Nogueira, dir. Marcio Aurélio; O Beijo No Asfalto, de Nelson Rodrigues, dir. Michel Bercovitch; A Javanesa, de Alcides Nogueira, dir. Marcio Aurélio; Amigas Pero No Mucho, de Célia Regina Forte, dir. José Possi Neto; Maria do Caritó, de Newton Moreno, dir. João Fonseca. Recebeu prêmios de Melhor Ator por Pólvora e Poesia, em 2002; Shell de Melhor Figurino por Gota D’água, em parceria com Gabriel Villela; e, em 2003, Shell de Melhor Figurino por A Mulher Do Trem, com Carol Badra.
Como ator no cinema fez Feliz Ano Velho, de Roberto Gervitz e Carandiru, de Hector Babenco.

FRANZ KEPPLER – dramaturgo
Jornalista, roteirista e dramaturgo. Para teatro, escreveu, em 2007, Nunca Ninguém Me Disse Eu Te Amo, pelo qual foi indicado ao prêmio APCA de melhor autor. Em 2008, Depois de Tudo. Em 2009, Frames, que lhe rendeu outra indicação ao prêmio APCA de melhor autor. Além de Camille e Rodin, escreveu recentemente Córtex e Divórcio.
No cinema, seu roteiro de curta metragem Um Pouco Mais de Tempo foi contemplado no edital de produção da Cultura Inglesa/2012. Em 2010, foi um dos vencedores do edital de Telefilmes da TV Cultura, com o roteiro de Frames, adaptação de peça de sua autoria para a TV.

BIOGRAFIAS

CAMILLE CLAUDEL
Incentivada pelo pai, Camille pôde desenvolver sua vocação artística, dedicando-se aos seus primeiros estudos de escultura. Em 1881, a família Claudel mudou-se para Paris, por sugestão do escultor Boucher a Camille, que reconhecia nela um talento. Em Paris, Boucher, que orientava até então Camille Claudel, recomendou-a a Rodin.
Camille se tornou sua aluna, discípula, colaboradora e companheira do escultor, sem nunca ter sido oficializada a união. Um amor ardente que se prolongará por quinze anos, muito embora Rodin nunca venha a abandonar Rose Beuret, com a qual oficializará a união, somente na velhice, vinte dias antes dela morrer.
Muitos fatores foram determinantes para os transtornos que se seguiriam a essa união, incluindo o embate de natureza artística entre a intuição criativa de Camille e o apuro conquistado em anos de estudo pelo escultor oficial do governo francês, Auguste Rodin.
Seu gênio sufocado por dois gigantes, sua vida sufocada por um abandono, suas forças e sua lucidez esgotadas por uma relação umbilical com seu mestre e amante. Ela que sempre lutou para aperfeiçoar-se, sem ter lucidez emocional e repleta de orgulho próprio.
Mas a separação foi essencial do ponto de vista profissional de Camille como artista. Foram anos de produção extenuante, e a realização de obras que comovem por serem tão pessoais, tão biográficas – é Camille dentro de cada uma, ela retrata sua alma, seus sentimentos, e os expõe a nu como somente um verdadeiro artista tem a coragem de se expor, um mundo de sensibilidade extrema, um retrato comovente da alma feminina.
Após a ruptura, que marcaria profundamente também Rodin e sua obra, e depois muita luta e a produção de uma obra excepcional, o sentimento de fracasso afetivo e a solidão encaminharam a frágil estrutura emocional de Camille ao desespero, ao ressentimento em relação ao seu antigo companheiro.
Após várias manifestações de uma paranóia persecutória, naufragada na miséria, na solidão e no desespero pela falta de reconhecimento, Camille passou a responsabilizar de maneira crescente Rodin pelos seus insucessos e dificuldades.
Vivendo pobremente, assistiu cerraram-se suas oportunidades como escultora, uma vez que lhe faltavam encomendas para obras em espaços públicos, o que ela atribuía a influências nefastas de seu antigo mestre.
Passou a esculpir para logo em seguida, destruir e enterrar seus estudos e maquetes. Dessa maneira, foi internada por sua família num asilo de alienados, aos 49 anos, no ano de 1913, uma semana depois da morte de seu pai, que sempre a protegera e auxiliara.
No hospício a que foi destinada, ficaria reclusa e quase esquecida por seus poucos amigos e familiares, até falecer aos 79 anos. Procedeu-se assim numa espécie de condenação e cumprimento de uma silenciosa pena de prisão perpétua, que durou trinta anos e extinguiu a chama do talento e da vivacidade de uma grande escultora.

AUGUSTE RODIN
René-François-Auguste Rodin nasceu numa família de poucos meios, estudou desenho e modelado a partir dos 13 anos. Aos 18, após ser reprovado três vezes no exame de admissão à Escola de Belas-Artes, passou a trabalhar confeccionando objetos ornamentais.
De fato, Rodin se tornou um mestre consagrado e gozou de celebridade pública como um artista tão grande, senão maior, quanto qualquer outro do seu tempo. Contudo, mesmo as suas obras foram alvo recusas e de violentas controvérsias entre os críticos.
Ao ter recusada a primeira obra que enviou ao salão oficial, a justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Rodin afastou-se das exposições e passou a colaborar na decoração de monumentos. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de “non finito”, preferia deixar algo para a imaginação do espectador.
Ainda jovem uniu-se a Rose Beuret, modelo dos primeiros retratos e companheira de toda a vida. Realizou uma viagem à Itália, quando se interessou pela obra de Michelangelo, influência que o libertou do academicismo. A despeito do começo difícil, firmou-se como escultor com a encomenda do governo de ‘As Portas do Inferno’, uma enorme porta de bronze, que trabalhou por longos anos.
Rodin vivia no meio de uma explosão cultural, frequentavam seu ateliê gente de grande porte e todos os literatos, políticos, artistas na Europa centralizados em Paris; é a época do pintor Cézanne, do filósofo alemão Nietzsche, da música de Debussy (que depois seria namorado de Camille). Entre 1887 a 1890 a fama de Rodin explode, junto à aluna-modelo-escultora-amante Camille Claudel, cuja história de amor é inesquecível, do namoro à loucura da mulher abandonada, destruindo as próprias obras, e internada em manicômio até o falecimento. Uma relação de amor e tragédia, que marcou para sempre suas obras e suas vidas.
Aos problemas amorosos, somaram-se os criados por novas encomendas: um busto de Victor Hugo, por mostrar o escritor de peito nu. Já um monumental Balzac de corpo inteiro causou celeuma, por apontar para o ideário da arte moderna.
Rodin exercitava uma transformação de si próprio na escultura, modelando a si mesmo, corpo e espírito, nas obras, onde ‘a beleza está nas entrelinhas de toda a realidade, e se não a percebemos, é por não ter os olhos capazes de maravilhar-se com o encanto do mundo’. Rodin fala com a linguagem do corpo, sua poesia está no espacial, não no verbal, uma arte sensual, visceral, fruto das emoções aceitas e assumidas, refinadas, desenvolvidas, sutilmente sofisticadas. Estes excessos, este desregramento dos sentidos é o êxtase místico presente na obra de Rodin e Camille Claudel.
Em 1908, o escultor se instalou no Hotel Biron, palacete parisiense do século XVIII, transformado depois de sua morte no Museu Rodin. Admirado pela elite européia e considerado uma glória da França, Rodin morreu em Meudon em 17 de novembro de 1917.

SERVIÇO

CAMILLE E RODIN
DATA: dias 25, 26 e 27 de julho de 2014
LOCAL: Teatro Ulysses Guimarães (Universidade Paulista – UNIP, 913 sul)
HORÁRIOS: sexta e sábado às 21h / domingo às 20h
INGRESSOS: R$ 40,00 (meia) e R$ 80,00 (inteira)
Ingressos à venda: INGRESSO RÁPIDO (4003.1212) e bilheteria do teatro
Clientes da Porto Seguro + 1 acompanhante têm 50% de desconto sobre o valor da inteira
Classificação Etária: 12 anos / Duração: 75 minutos / Gênero: drama

Lei federal de incentivo à cultura
Realização: Ministério da Cultura e Governo Federal, Brasil país rico é país sem pobreza
Patrocínio: Porto Seguro
Facebook: https://www.facebook.com/camilleerodin?fref=ts
Site: http://www.camilleerodin.com.br/