Festival de Cinema Polonês 2011 – Wajda no Brasil

AUDITÓRIO 1 DO MUSEU NACIONAL DA REPÚBLICA – DE 6 A

16 DE DEZEMBRO DE 2011 – ENTRADA FRANCA

Iniciativa revela facetas pouco conhecidas do mestre polonês.

O cineasta Andrzej Wajda costuma ser associado ao gênero de cinema político, mas um festival vai mostrar que o grande mestre do cinema polonês é muito mais do que um grande crítico do totalitarismo. FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS 2011 – WAJDA NO BRASIL vai exibir, ao longo de 11 dias, um amplo painel da filmografia do diretor de obras-primas como Cinzas e diamante e O homem de mármore, incluindo até passagens do cineasta por gêneros como a ficção científica e a comédia. A mostra – que acontece nos principais centros brasileiros – será realizada em Brasília de 6 a 16 de dezembro, no Auditório 1 do Museu Nacional de Brasília. A entrada é franca. Logo na abertura, uma surpreendente comédia de época dirigida por Wajda em 2002 e protagonizada por outro nome aclamado do cinema polonês, Roman Polanski. O filme poderá ser visto no dia 6, a partir das 20h.

FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS 2011 – WAJDA NO BRASIL é oportunidade única de conhecer ou rever algumas das mais importantes obras do célebre diretor polonês, que marcaram a história do cinema mundial. Serão apresentadas produções feitas entre 1960 e 2009. No total, onze filmes de vários gêneros, começando por Os Inocentes Charmosos, que gerou polêmica em 1960, ao apresentar um jovem casal que joga streap poker, e chegando a Cálamo, de 2009, filme inspirado num conto de Jaroslaw Iwaszkiewicz, um dos mais renomados escritores poloneses. Na programação estão obras que podem surpreender os desavisados, ao mostrar incursões de Wajda até pela ficção científica – o curta O Mesclado, de 1968.

FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS é uma realização conjunta das representações diplomáticas da República da Polônia no Brasil, Ministério dos Assuntos Exteriores da Polônia, Agência Mañana, Polish Film Institute, Filmoteca Nacional, Perspektywa, WFDIF com a parceria de várias instituições brasileiras (em Brasilia, Secretaria de Estado de Cultura do DF e Museu Nacional do Conjunto Cultural da República). O festival também circulará por várias capitais brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Manaus, Fortaleza e Salvador.

CINEMA PARA TODOS

Esta é a terceira edição do FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS. A iniciativa foi criada em 2008, quando a Polônia celebrou o centenário do cinema polonês – em 22 de outubro de 1908, ocorreu a primeira exibição pública da comédia Antonio pela primeira vez em Varsóvia, do diretor Jerzy Meyer. Na ocasião, foi realizada uma mostra que circulou pelo país. Em 2010, ocorreu a segunda edição do FESTIVAL, desta vez com foco nas produções cinematográficas mais recentes do país. Agora, os organizadores acharam que estava na hora de mostrar o que o cinema polonês tem de melhor, daí uma mostra exclusivamente dedicada ao grande cineasta Andrzej Wajda, premiado com o Oscar, com o Leão de Ouro em Berlim, a Palma de Ouro de Cannes, um Prêmio Cesar e tantos outros. Wajda tem hoje 85 anos e continua produzindo.

“No exterior, Wajda é conhecido, principalmente, como o realizador de grandiosas obras, dedicadas às questões da Segunda Guerra, do totalitarismo e transformação democrática na Europa Central. Porém, ao mesmo tempo, ele é criador de várias produções sutis, sem pretensões políticas, mas igualmente marcantes”, revela o Embaixador da República da Polônia, S.E.Jacek Junosza Kisielewski. E continua: “Na Polônia, as obras de Wajda são excepcionalmente apreciadas por retratarem, de maneira artística, os importantes períodos da história contemporânea polonesa. O diretor adaptou, também, grandes obras da literatura polonesa para o cinema. Estou certo de que o patrimônio cinematográfico de Wajda será igualmente bem recebido pelo público brasileiro, tanto pelos seus valores artísticos, quanto pelo fato de que ajudará a aproximar nossos dois países.”

O espectador brasileiro vai poder conhecer o talento de Wajda em conduzir narrativas de gêneros diversos, a começar pela comédia A Vingança, filme de época, baseado em texto de um dos mais populares dramaturgos poloneses do século XIX, Aleksander Fredro, que abre a mostra. Haverá ainda O Senhor Tadeu, outro filme de época, altamente patriótico, inspirado num longo poema escrito em 1834 por Adam Mickiewicz e considerado uma espécie de Os Lusíadas da Polônia – realizado em 1999, O Senhor Tadeu bateu todos os recordes de bilheteria do cinema polonês, misturando romance, poesia e toques de bom humor. E conhecer O Maestro apontado pelo consagrado cineasta sueco Ingmar Bergman como um de seus filmes preferidos.

FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS – WAJDA NO BRASIL irá promover sessões diárias duplas para que cada filme possa ser exibido duas vezes, dando chance ao espectador de ter acesso à obra do grande diretor. As exibições acontecerão às 19h e 21h, com algumas exceções, como no dia de abertura, quando haverá uma única sessão, às 20h – VER PROGRAMAÇÃO.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Andrzej Wajda nasceu em 6 de março de 1926, na cidade de Suwalki (Polônia), filho de um oficial do exército polonês (falecido precocemente durante a Segunda Guerra e de uma professora. Durante a ocupação alemã na Polônia, trabalhou em vários empregos, tornando-se adulto muito cedo. Em 1945, conseguiu realizar o sonho de ingressar na Academia de Belas Artes de Cracóvia, onde estudou até 1949, e tornar-se pintor. Como vários outros jovens artistas da época, tomou contato com o realismo social identificado com a ideologia vinda da União Soviética, passando a retratar a vida dos operários nas fábricas e no campo. Mas, quando a ideologia comunista assumiu o controle da Polônia, Wajda sentiu a necessidade de buscar novos caminhos.

Através de uma notícia de jornal, conheceu a Escola de Cinema de Lodz. Foi assim que decidiu entrar na carreira cinematográfica. Em 1952, formou-se em Lodz com um estudo sobre o cineasta soviético Sergei Eisenstein (O Encouraçado Potenkin). A partir de então não parou mais. Em 1954, estreava na direção de longas-metragens com Geração, a primeira parte de sua famosa trilogia de guerra – completada com Kanal (1956) e Cinzas e Diamantes (1958). Paralelamente, desenvolveu carreira como diretor teatral, que seguiu até 1998, num total de 36 espetáculos, incluindo uma aclamada adaptação de Crime e Castigo, de Dostoievski.

Expressando sua aversão à opressão socialista e sua adesão ao partido Solidariedade, Wajda lançou filmes como O Homem de Mármore (1976) e O Homem de Ferro (1981), vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Sua obra sempre opõe o indivíduo e a opressão e o totalitarismo. Com Danton – O Processo da Revolução (1983) realizou um dos melhores ensaios políticos da história do cinema. O filme rendeu a Wajda o César de melhor diretor, além do Bafta de melhor filme estrangeiro.

Em 2007, Wajda voltou a concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro, com Katyn, lançado nos cinemas brasileiros em 2009. O longa conta a história do massacre, determinado por Stálin, de mais de 20 mil poloneses por forças da União Soviética em 1940. Entre as vítimas do massacre (na época atribuído aos nazistas), um dos mais sombrios segredos da II Guerra Mundial, está o pai do cineasta. Wajda já dirigiu 38 filmes, assinou 14 produções para a televisão e atuou como Senador da República da Polônia, de 1989 a 1991.

PROGRAMAÇÃO

06 TER
20h A VINGANÇA

07 QUA
19h CRÔNICA DOS ACIDENTES AMOROSOS
21h KORCZAK

08 QUI
19h TUDO À VENDA
21h AS SENHORITAS DE WILKO

09 SEX
19h O MESCLADO
20h O HOMEM DE MÁRMORE

10 SAB
19h OS INOCENTES CHARMOSOS
20h30 SENHOR TADEU

11 DOM
19h CÁLAMO
21h A VINGANÇA

12 SEG
19h O MAESTRO
21h CRÔNICA DOS ACIDENTES AMOROSOS

13 TER
19h O HOMEM DE MÁRMORE
21h40 OS INOCENTES CHARMOSOS

14 QUA
19h AS SENHORITAS DE WILKO
21h O MAESTRO

15 QUI
19h O MESCLADO
20h SENHOR TADEU

16 SEX
19h KORCZAK
21h CÁLAMO

SINOPSES

CÁLAMO / TATARAK
Polônia, 2009, 83 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Andrzej Wajda
Fotografia: Pawe? Edelman
Direção de Arte: Magdalena Dipont
Música: Pawe? Mykietyn
Elenco: Jan Englert, Julia Pietrucha, Roma G?siorowska e outros
Gênero: Drama psicológico
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Sinopse:
Marta, uma mulher de meia-idade, não sabe que tem uma doença terminal. Há anos chora por seus dois filhos, mortos no Levante de Varsóvia. Certo dia conhece um homem mais novo, um simples trabalhador chamado Bogus, que a encanta com sua juventude e inocência. Este encontro à beira de um rio coberto por cálamos é marcado pela fascinação recíproca de duas existências, onde uma caminha para o fim prematuro e a outra somente acaba de entrar na maturidade. No entanto, o destino se mostra cruel para eles.
Descrição:
Filme baseado no conto de Jaroslaw Iwaszkiewicz, um dos mais renomados escritores poloneses. A princípio é uma história sutil e tocante sobre um amor impossível. No entanto, Wajda vai mais fundo, criando um conto multidimensional sobre o sentimento, que chega tarde demais, e sobre a morte, que sempre chega cedo demais. Mas “Cálamo” é também um filme sobre a criação de um filme, e a personagem principal não é somente a fictícia Marta, mas a atriz que a interpreta. Andrzej Wajda entrelaça o conto de Iwaszkiewicz com um autêntico monólogo de Krystyna Janda sobre a morte prematura de seu marido Edward Klosinski, um reconhecido diretor de fotografia, ao qual este filme foi dedicado.

A VINGANÇA / ZEMSTA
Polônia, 2002, 100 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Andrzej Wajda
Fotografia: Pawe? Edelman
Direção de Arte: Tadeusz Kosarewicz, Magdalena Dipont
Música: Wojciech Kilar
Elenco: Roman Pola?ski, Janusz Gajos, Andrzej Seweryn, Katarzyna Figura, Daniel Olbrychski, Agata Buzek, Rafa? Królikowski e outros
Gênero: Comédia de época
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS
Sinopse:
Baseado numa comédia de um dos mais populares dramaturgos poloneses do século XIX, Aleksander Fredro. Czesnik Raptusiewcz divide o castelo com o odiado vizinho: o escrivão Milczek. Ganancioso, Czesnik quer se casar com a viúva Podstolina a fim de se apoderar das propriedades dela. Porém, ele não sabe que a própria Podstolina está procurando um marido rico. Ciente de sua miserável aparência e sua falta de polidez social, Czesnik pede ajuda a Papkin (interpretado por Roman Polanski) para arranjar o casamento. Segue-se assim uma série de intrigas, mentiras, sequestros, acertos e desacertos desta comédia.

SENHOR TADEU / PAN TADEUSZ
Polônia/França, 1999, 147 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Andrzej Wajda, Jan Nowina Zarzycki, Piotr Were?niak
Fotografia: Pawe? Edelman
Direção de Arte: Allan Starski
Música: Wojciech Kilar
Elenco: Bogus?aw Linda, Daniel Olbrychski, Gra?yna Szapo?owska, Andrzej Seweryn, Marek Kondrat, Krzysztof Kolberger, Jerzy Bi?czycki, Alicja Bachleda-Curu?, Micha? ?ebrowski, Jerzy Trela, Jerzy Gra?ek, Marian Kociniak e outros
Gênero: Filme de época
Formato de projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE
Sinopse:
Filme baseado na epopeia do grande escritor polonês do séc. XIX Adam Mickiewicz. Estamos no ano de 1811. Tadeusz Soplica, depois de terminar os estudos, retorna para a casa familiar. Visitando antigos recantos da casa, chega a seu quarto de infância, onde encontra Zosia. Esta linda e desconhecida jovem atiça sua imaginação juvenil, despertando seus sentimentos de desejo e paixão. À noite, durante um jantar oferecido no castelo, Tadeusz encontra a sedutora Telimena e iniciam um romance. Porém, em pouco tempo descobre que ela é a tutora da linda e jovem Zosia. No fundo da complicada relação amorosa entre Tadeusz, Zosia e Telimena, há um enredo histórico-político. No século XIX o território da Polônia estava partilhado entre Rússia, Prussia e Áustria. Boa parte dos poloneses viu no exército do Napoleão uma força capaz de restituir a independência da Polônia. Esta tendência está representada no filme pelo personagem do padre Robak, que prepara, em conspiração, um levante armado na sua terra para facilitar o ataque contra a Rússia pela França. O filme bateu todos os recordes de bilheteria na Polônia.
Descrição:
Poema escrito por Mickiewicz em 1834, depois de dez anos da emigração forçada no exterior. Carregado de lirismo e saudade do país, apresenta a visão de um mundo aristocrata em extinção. A tentativa de transferir para as telas esta epopeia nacional encontrou, desde o princípio, disputas e controvérsias com respeito tanto ao elenco como a configuração do roteiro. Mesmo com a maioria não acreditando no sucesso da empreitada, Andrzej Wajda não desistiu de seus planos. O diretor focou na ação, no romance, com um toque de humor e lindas paisagens, não ignorando as estrofes poéticas originais, com as quais os atores se comunicam.

KORCZAK / KORCZAK
Polônia / Alemanha, 1990, 113 min., preto e branco, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Agnieszka Holland
Fotografia: Robby Muller
Direção de Arte: Allan Starski
Música: Wojciech Kilar
Elenco: Wojciech Pszoniak, Ewa Da?kowska,Teresa Budzisz-Krzy?anowska, Marzena Tryba?a, Piotr Koz?owski, Zbigniew Zamachowski, Jan Peszek, Aleksander Bardini e outros
Gênero: Drama
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Sinopse:
Retorno de Wajda a um dos seus temas preferidos: a ocupação nazista na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. O filme retrata a vida do escritor, pedagogo e médico Janusz Korczak (pseudônimo de Henryk Goldszmit), que passa três anos da guerra com as crianças do orfanato no Gueto de Varsóvia. Em um esforço heróico ele tenta garantir que seus tutelados tenham uma existência com o mínimo de dignidade.  Korczak tenta separar as crianças do horror do dia a dia, organizando aulas e brincadeiras. Ao perceber que o pior está por vir, prepara uma peça de teatro baseada na obra de Rabindranath Tagore, que fala sobre a morte, achando que as crianças devem se acostumar com ela. Sua atitude na hora da maior prova assegurou-lhe um lugar imortal.
Descrição:
“Korczak” é uma produção modesta, em preto e branco, com a comovente interpretação de Wojciech Pszoniak no papel principal e excelente fotografia do internacionalmente reconhecido operador holandês Robby Mulle.

CRÔNICA DOS ACIDENTES AMOROSOS / KRONIKA WYPADKÓW MI?OSNYCH
Polônia, 1995, 114 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Tadeusz Konwicki
Fotografia: Edward K?osi?ski
Direção de Arte: Janusz Sosnowski, Barbara Nowak
Música: Wojciech Kilar
Elenco: Paulina M?ynarska, Piotr Wawrzy?czak, Magdalena Wójcik, Bernadetta Macha?a, Dariusz Dobkowski, Jaros?aw Gruda, Joanna Szczepkowska, Gabriela Kownacka, Tadeusz Konwickie outros
Gênero: Drama psicológico
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS
Sinopse:
Um filme poético, baseado no romance do Tadeusz Konwicki, que traz a nostalgia dos tempos da infância. Um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, Wicio, um aluno de ginásio, se apaixona por uma jovem da mesma idade, Alina, uma senhorita de boa família. Para esse rapaz a vida apenas está começando, mas o mundo caminha para o fim, o que no filme é anunciado pela galopante cavalaria e os ainda vivos judeus, que logo serão vitimas do Extermínio.
Descrição:
Extremamente sensível à composição de cada fotograma, Wajda encheu sua obra de claras e cintilantes imagens, paisagens de cidades, fotografias de um mundo seguro, comum e cheio de ternura. Nessa realidade, o autor inseriu sinais de inquietação e temor implícitos, anunciando a destruição, pois o filme se passa numa esfera tecida de lembranças e nostalgia. Nostalgia da inocência, da pureza e do mítico país da infância – a mais linda, e ao mesmo tempo, perdida para sempre. O fundamento e a única razão de ser deste mundo é a imaginação do artista – tão indefesa contra as confusões históricas e cataclismos.

AS SENHORITAS DE WILKO / PANNY Z WILKA
Polônia, 1979, 116 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Zbigniew Kami?ski
Fotografia: Edward K?osi?ski
Direção de Arte: Allan Starski
Música: Karol Szymanowski
Elenco: Daniel Olbrychski, Anna Seniuk, Christine Pascal, Maja Komorowska, Stanis?awa Celi?ska, Krystyna Zachwatowicz, Paul Dutron, Zofia Jaroszewska, Zbigniew Zapasiewicz, Andrzej ?apicki e outros.
Formato da projeção: Digital
Gênero: Drama psicológico
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 ANOS
Sinopse:
Buscando reviver emoções passadas, Wiktor Ruben, depois de anos de ausência, retorna à cidade do interior onde passou sua mocidade em companhia de algumas jovens senhoritas – intituladas “senhoritas de Wilko”. Porém, depois de tanto tempo, a dinâmica entre Wiktor e as senhoritas não pode ser a mesma. Julia aguarda o nascimento de gêmeos, Jola se casou, Fela morreu prematuramente, Zosia e Kazia mudaram e a pequena Tunia transformou-se em uma linda mulher. O aparecimento de Ruben, com suas lembranças e seu desejo de acordar o passado, atormenta a paz de todos os habitantes da mansão, revelando os seus dramas e fracassos da vida.
Descrição:
Mais uma obra-prima de Wajda baseada no conto do escritor Jaroslaw Iwaszkiewicz. Um filme calmo, com reflexão, nostalgia e um tom de melancolia, que traz à tela o mundo da aristocracia agrária dos anos vinte do século passado, entre as duas guerras mundiais. As obras do escritor Jaroslaw Iwaszkiewicz (1894-1980) estão entre as mais ricas da literatura polonesa moderna. Ao longo de seus 60 anos de incansáveis produções, Iwaszkiewicz se interessou por diversas áreas e estilos literários. Por toda a vida praticou a lírica, escreveu romances e novelas, dramas, ensaios, biografias, reportagens e críticas. Os romances ocupam um lugar muito especial entre as suas criações. Uma de suas características mais comuns é o realismo envolvido em termos psicológicos. Problemas comuns de cada ser humano, questões sobre a vida e a morte, sentimentos e amor, são observados através do prisma de um tempo que não para.

O MAESTRO / DYRYGENT
Polônia, 1979, 102 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Andrzej Kijowski
Fotografia: S?awomir Idziak
Direção de Arte: Allan Starski
Música: Ludwig van Beethoven
Elenco: Ilona Ostrowska, Maciej Marczewski, Robert Wi?ckiewicz, Danuta Szaflarska, Agnieszka Sienkiewicz, Sylwia Dziorek, Inga Pilichowska e outros.
Formato da projeção: Digital
Gênero: Drama psicológico
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 ANOS
Sinopse:
Uma história dramática de três pessoas fascinadas pela música. Marta, uma jovem e talentosa violinista, durante seus estudos nos EUA, conhece John Lasocki, maestro conhecido internacionalmente, que antigamente fora um grande amor de sua mãe. O choque causado por esse encontro, desperta no velho mestre o desejo de voltar ao passado. Lasocki rompe contratos, descuida de seus compromissos e horários, e viaja para a Polônia até a pequena cidade onde nasceu há mais de setenta anos. Lá, ele quer dirigir a “V Sinfonia” de Beethoven.  No entanto, o diretor da orquestra local é o marido de Marta, Adam – pessoa ambiciosa e um pouco absorta. Adam repara a fascinação de Marta pelo grande maestro. Nasce, então, um sentimento de ameaça que se transforma em raiva…
Descrição:
Quando pediram a Ingmar Bergman que apresentasse uma lista de onze filmes que mais o impressionaram. Na segunda posição, o diretor sueco indicou um filme polonês – “O Maestro” de Andrzej Wajda. Sem dúvida “O Maestro” foi mais bem recebido no exterior do que na Polônia. Após o lançamento do filme, a crítica polonesa provocou Wajda afirmando que não aproveitou suficientemente o papel da música de Beethoven. Escreveram que a “V Sinfonia” poderia ser um comentário metafórico do intrincado destino dos personagens, mas serviu somente como um belo acessório adicional. Mesmo assim, “O Maestro”, ficou como uma gravação minuciosa das relações “trêmulas” entre as pessoas; sobre a insegurança de atitudes e ideais, padrões culturais passageiros e relativos.

O HOMEM DE MÁRMORE / CZ?OWIEK Z MARMURU
Polônia, 1976, 153 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Aleksander ?cibor-Rylski
Fotografia: Edward K?osi?ski
Direção de Arte: Allan Starski
Música: Andrzej Korzy?ski
Elenco: Jerzy Radziwi?owicz, Krystyna Janda, Tadeusz ?omnicki, Jacek ?omnicki, Micha? Tarkowski, Piotr Cie?lak, Wies?aw Wójcik, Krystyna Zachwatowicz, Magda Teresa Wójcik e outros.
Gênero: Drama político
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos
Sinopse:
Polônia, anos 70. Uma iniciante diretora de cinema, Agnieszka, tenta realizar um filme para o seu diploma de graduação através da televisão estatal. O argumento toca no tema tabu da época: o stalinismo. A equipe tenta ajudá-la da melhor maneira possível, porém, o diretor de edição, fiel ao poder comunista, quer que o filme da iniciante não passe de uma propaganda do sistema. Agnieszka não se rende… Considerado o filme da vida de Andrzej Wajda, “O Homem de Mármore” é um clássico e uma lenda.
Descrição:
O enredo principal do filme está entrelaçado a outro, retrospectivo, que nos leva ao início dos anos 50, aos tempos de Stalin. Esta inclusão no filme das cenas que contam a realidade da época do stalinismo fez com que “O homem de mármore” se tornasse uma obra não somente artística, mas também sócio-política. As retrospectivas mostram o conteúdo do filme de Agnieszka: o destino de um simples pedreiro, Mateusz Birkut (comovente papel de Jerzy Radziwilowicz), um dos tantos assim chamados “trabalhadores superprodutivos” que alimentados pela propaganda ideológica estavam dispostos a sacrificar-se para ajudar a erguer o país emergente das ruínas da guerra.
“O Homem de Mármore” também nasceu no sacrifício. Foram necessárias muitas tentativas e intervenções para convencer as autoridades responsáveis pela cultura na época de que o filme não atacaria o governo comunista. Mas atacou. E de forma tão eficaz e minuciosa que gerou pânico. Esta obra de Wajda constitui uma combinação perfeita da arte com uma crítica aberta sobre a mentira, violência e escravidão, tendo em si uma força singular de influência. “O Homem de Mármore” tornou-se um grande evento, não apenas cultural. As mídias oficiais tentaram adulterar o seu sentido, alegando que “O Homem de Mármore” era somente uma voz útil em um construtivo debate socialista sobre “o tempo dos erros e distorções” já condenado pelo partido comunista. Mas “a vontade do partido” se desencontrou com “a vontade do povo”. A vida dramática da personagem principal do filme foi, com razão, percebida pelos espectadores como uma metáfora da luta de uma unidade contra o totalitarismo. Através do filme Wajda diz que a luta do personagem Birkut pela verdade não acabou nos anos 50. Essa luta continua, e uma prova é a desesperada luta de Agnieszka contra os burocratas nomeados pelo partido que administravam a televisão estatal.

TUDO À VENDA / WSZYSTKO NA SPRZEDA?
Polônia, 1968, 94 min, cor, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Andrzej Wajda
Fotografia: Witold Soboci?ski
Direção de Arte: Wies?aw ?niadecki
Música: Andrzej Korzy?ski
Elenco: Beata Tyszkiewicz, El?bieta Czy?ewska, Andrzej ?apicki, Daniel Olbrychski, Witold Holtz, Ma?gorzata Potocka, El?bieta K?pi?ska, Bogumi? Kobiela e outros.
Gênero: Filme psicológico
Formato da projeção: Digital
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos
Sinopse:
A obra foi criada sob influência da morte trágica do famoso ator polonês da época, Zbigniew Cybulski, que se atirou do trem em 8 de janeiro de 1967. Este filme, construído ao redor do tema da procura do ator que não apareceu para as gravações, é uma imagem de paixão e fraqueza do ambiente cinematográfico. “Tudo à venda” fala sobre um homem que, de repente, partiu. Sua morte força a refletir sobre quem ele foi de verdade, o que ele deixou para trás, o que ficará na memória dos que o amavam, quanto tempo a lenda dele sobreviverá. Mas a morte de Zbigniew Cybulski foi somente um dos motivos para realização desse filme. Esse é, também, um conto sobre as pessoas que fazem filmes: sobre os diretores, atores, assistentes, ajudantes. Os atores do filme representam eles mesmos, falam seus próprios textos, em seus próprios nomes.
Descrição:

Zbigniew Cybulski era um dos atores preferidos de Wajda, que já havia atuado em “Cinzas e diamante”, “Os inocentes charmosos” e na famosa co-produção internacional “O Amor aos vinte anos”. Quando veio a notícia de sua morte, Wajda estava elaborando um roteiro de um filme não somente com Cybulski no papel principal, mas também sobre Cybulski – uma lenda viva do cinema polonês. Entendeu que nunca iria realizar esse filme. Portanto fez outro: “Tudo à venda”, construído ao redor do tema da procura do ator desaparecido. O roteiro foi apenas esboçado. Os intérpretes dos papeis principais improvisaram os diálogos.  A ficção de um filme se mistura com a realidade. A intitulada “venda” refere-se ao descobrimento dos próprios pensamentos, emoções e impressões destes homens de cinema, uma espécie de exame de consciência.

O MESCLADO / PRZEK?ADANIEC
Polônia, 1968, 35 min, preto e branco, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Stanis?aw Lem
Fotografia: Wies?aw Zdort
Direção de Arte: Teresa Barska
Música: Andrzej Markowski
Elenco: Bogumi? Kobiela, Ryszard Filipski, Anna Prucnal,  Jerzy Zelnik, Piotr Wysocki, Tadeusz Pluci?ski, Gerard Wilk, Marek Kobiela e outros.
Formato da projeção: Digital
Gênero: Comédia negra
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 ANOS
Sinopse:
“O mesclado” foi a única viagem na carreira de Wajda na direção da ficção científica. O roteiro foi escrito pelo mundialmente conhecido autor polonês desse gênero literário, Stanislaw Lem.  Realizado no final dos anos 60, é um filme de curta-metragem cuja ação se desenrola no início do século XXI. A personagem principal é o piloto de carros de corrida Richard Fox. Múltiplo medalhista e ganhador de vários prêmios, faz sucesso junto com o seu irmão, Thomas, um ótimo copiloto. Em uma corrida, os irmãos sofrem um grave acidente com sérios ferimentos e são levados para a clínica dirigida por um médico genial, especializado em transplantes de órgãos humanos. As vítimas da terrível catástrofe são submetidas aos complexos procedimentos cirúrgicos. Infelizmente, apenas um sobrevive ao tratamento…
Descrição:
Esta comédia negra, realizada para a televisão polonesa, mostra as consequências do transplante da identidade sexual e jurídica do ser humano.

OS INOCENTES CHARMOSOS / NIEWINNI CZARODZIEJE
Polônia, 1960, 83 min, preto e branco, legendas em português
Direção: Andrzej Wajda
Roteiro: Jerzy Andrzejewski, Jerzy Skolimowski
Fotografia: Krzysztof Winiewicz
Direção de Arte: Leszek Wajda
Música: Krzysztof Komeda
Elenco: Tadeusz ?omnicki, Krystyna Stypu?kowska, Wanda Koczeska, Kalina J?drusik, Teresa Szmigielówna,  Zbigniew  Cybulski, Roman Pola?ski, Krzysztof Komeda, Jerzy Skolimowski e outros.
Formato da projeção: Digital
Gênero: Filme psicológico
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
Sinopse:
Um estudo psicológico de um casal. Ele, um jovem médico de atletas, que em “seu tempo livre” toca jazz no porão. Não tem grandes ambições, sonha com uma casa e um carro, e não liga muito para emoções. Ela, uma moça que o encontrou por acaso em um clube de música. Não se sabe muito sobre ela. O casal passa a noite junto, flertando, num jogo de aparências e poses, mas os dois ficam cada vez mais fascinados um pelo outro. Com o passar do tempo, um sutil jogo erótico se transforma em um streap poker. A aposta é alta e se a moça perder deverá se entregar… Cinismo, indiferença e a atitude libertina dos personagens são apenas uma máscara, atrás da qual se escondem emoções humanas normais ou a nostalgia destas. O filme causou um amplo debate social.
Descrição:
As críticas depois de sua estreia foram radicalmente diferentes: desde as agressivas até as positivas. Isso não fez com que “Os Inocentes Charmosos” deixassem de conquistar o diploma no Festival Internacional de Filmes em Edimburgo em 1961. Andrzej Wajda disse sobre a sua obra: “… provavelmente um dos filmes mais politicamente neutros que realizei, porém foi avaliado de outra maneira pelo poder comunista da época. Um tema inocente – sobre um jovem médico, que gosta de meias elásticas e de bons cigarros, que tem um gravador e fica gravando as suas conversas com as mulheres, e o seu único passatempo é tocar bateria na banda de jazz de Krzysztof Komeda – verificou-se ser um tema mais delicado para os educadores da ideologia comunista de que o próprio Exército Nacional ou o Levante de Varsóvia”.

FESTIVAL DE CINEMA POLONÊS 2011 – WAJDA NO BRASIL

LOCAL: Auditório 1 do Museu Nacional da República
DATA: de 6 a 16 de dezembro de 2011
HORÁRIOS: 19h e 21h – exceção para o dia de abertura, com sessão única, às 20h
ENTRADA FRANCA

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