CCBB BRASÍLIA RECEBE A 24ª EDIÇÃO DO FESTIVAL CENA CONTEMPORÂNEA, DE 17 A 29 DE OUTUBRO
Edição especial de um dos maiores festivais de artes cênicas do Brasil apresenta espetáculos premiados e estreias
*Programação inclui coletivos com trajetória consagrada, como Galpão, Cia Dos à Deux e Cia. dos Atores
*Apresentação de “Macacos”, de Clayton Nascimento, um dos mais premiados trabalhos do teatro brasileiro dos últimos anos
*Do Japão, a dançarina e coreógrafa Yumiko Yoshioka com “Before the Dawn”, celebrado espetáculo de butoh
*Estreia de trabalhos do Teatro do Concreto e da Agrupação Teatral Amacaca, ambos de Brasília
*Espetáculos com acessibilidade, encontros com artistas e oficina
FOTOS EM ALTA:
https://www.flickr.com/photos/98687634@N06/albums/72177720310845185
VÍDEO COM TRECHOS DOS ESPETÁCULOS:
https://drive.google.com/file/d/1nVthODze0p6mWxfGzP-GMQc8zyaALRCi/view?usp=share_link
Tudo é celebração na 24ª edição do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília, que acontece de 17 a 29 de outubro, no CCBB Brasília. Em formato especial, o maior festival das artes cênicas da região central do país traz na programação sete obras inéditas em Brasília, entre alguns dos mais premiados espetáculos dos últimos tempos, trabalhos de importantes coletivos teatrais comemorando datas festivas em suas trajetórias e premiados artistas brasileiros e estrangeiros, além de duas estreias. Uma edição com a essência desse festival que, anualmente, apresenta um panorama do que se produz de mais inventivo, provocador e surpreendente nos palcos nacionais e internacionais. A abertura será com o Grupo Galpão, “os Beatles do teatro brasileiro”, segundo o diretor Felipe Hirsch, com o espetáculo “Cabaré Coragem”, no dia 17 de outubro, às 20h, no Teatro do CCBB Brasília.
Realizado pela Cena Promoções, com curadoria e direção geral de Guilherme Reis, o Cena Contemporânea foi criado em 1985 e se firmou como um dos festivais de teatro mais relevantes da América do Sul. Ao longo de 24 edições, tem oferecido ao público uma programação que conjuga apresentações de teatro e dança, oficinas, encontros, debates e shows musicais.
Em 2023, o Cena chega com uma edição enxuta, toda realizada dentro do Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, oferecendo três sessões com acessibilidade. Ao longo de 13 dias, o palco do Teatro e a Galeria 3 do CCBB receberão trabalhos que propõem a reflexão sobre temas que atravessam a agenda contemporânea, em questões de comportamento e convivência social, como racismo, identidade, etarismo, opressão, violência, desigualdade, medo, mas também renascimento, poesia, superação, com grande impacto cênico e visual. O patrocínio é do Banco do Brasil.
O FESTIVAL
A programação abre com o novo trabalho do Grupo Galpão, um dos mais longevos e consagrados coletivos do teatro brasileiro, parceiro frequente do festival. “Cabaré Coragem” celebra os 40 anos do grupo e leva para a cena uma mistura de dramaturgia, música e dança, para falar de identidade e permanência. Inspirado na obra poética e musical de Bertold Brecht – especialmente no clássico “Mãe Coragem” -, o cabaré apresenta o Galpão de volta ao teatro popular e de rua. Alguns dos integrantes da companhia vão participar de um bate-papo com o público, no dia 19 de outubro, às 15h, no Teatro do CCBB – a conversa terá tradução em Libras.
A Galeria 3 acolhe a mais recente experiência cênica do Teatro do Concreto, coletivo de Brasília que incorpora dramaturgias pessoais, processo colaborativo e performance em suas criações. Em “Atos de Leitura”, que comemora os 20 anos do Concreto, as atrizes Gleide Firmino e Micheli Santini se aprofundam na obra de Samuel Beckett, sob a condução da pesquisa dramatúrgica dos diretores Márcio Abreu e Glauber Coradesqui.
“Enquanto você voava, eu criava raízes” é título do premiado espetáculo da Cia Dos à Deux, que marca os 25 anos de trajetória do grupo. A obra conquistou alguns dos mais importantes prêmios do teatro brasileiro, como APTR e Shell, e fez temporada de um mês no célebre Festival de Avignon, na França. Em cena está um cruzamento poético entre o teatro gestual, as artes plásticas e o audiovisual, que convida o espectador a uma jornada exuberante.
Em “Julius Caesar – Vidas Paralelas”, a Cia. dos Atores, sob a direção e com a dramaturgia do ator e diretor Gustavo Gasparani, se inspira na clássica tragédia de Shakespeare para tratar das relações humanas. Todas as questões de um grupo de teatro que convive há décadas, bem como assuntos mais amplos da classe artística, vão se revelando no decorrer da trama – cruzando-se com a história original de Shakespeare, que vai se desenhando ao longo dos ensaios. O espetáculo celebra os 35 anos do grupo carioca.
Do Japão, o Cena Contemporânea recebe a dançarina e coreógrafa de butoh Yumiko Yoshioka, que vai apresentar o solo “Before The Dawn” e ministrar uma oficina junto com o ator e diretor paulista Eduardo Okamoto. Em “Before The Dawn”, Yumiko toca em temas como nascimento e morte, num movimento perpétuo e constante. Durante a oficina, a intérprete/criadora apresentará seu método de trabalho corporal chamado “Body Resonance”.
A Agrupação Teatral Amacaca, coletivo de Brasília que era dirigido pelo saudoso Hugo Rodas, estreia no Cena Contemporânea o espetáculo “2 + 2 = 5”, livre adaptação para o teatro do romance distópico “1984”, do escritor britânico George Orwell. Sob a direção do premiado encenador carioca Felipe Vidal, o trabalho mistura performance teatral e tecnológica para abordar temas como privação de liberdade, ignorância, doutrinação.
E a programação encerra com o premiado “Macacos”, criado, dirigido e protagonizado pelo ator Clayton Nascimento, trabalho que lota todos os teatros por onde passa. O espetáculo se coloca em cena a partir do relato de um homem negro, em busca de outros espaços para ocupar, diante do adjetivo “macaco”, a fim de refletir sobre esse que é o mais usado xingamento ao povo negro no mundo. Com “Macacos”, o dramaturgo, ator, diretor e professor Clayton Nascimento conquistou mais de uma dezena de prêmios, como o Shell e o APCA. O artista participa de uma conversa com o público, no dia 29 de outubro, às 15h30.
PROGRAMAÇÃO DIÁRIA
TERÇA, DIA 17/10
20h – CABARÉ CORAGEM – Grupo Galpão – Teatro
QUARTA, DIA 18/10
20h – CABARÉ CORAGEM – Grupo Galpão – Teatro
QUINTA, DIA 19/10
15h – Encontro com Grupo Galpão 40 Anos
*Tradução em Libras
20h – CABARÉ CORAGEM – Grupo Galpão – Teatro
*Sessão com audiodescrição
SEXTA, DIA 20/10
20h – ATOS DE LEITURA – Teatro do Concreto – Galeria 3
SÁBADO, DIA 21/10
20h – ATOS DE LEITURA – Teatro do Concreto – Galeria 3
*Sessão com tradução em Libras
20h – ENQUANTO VOCÊ VOAVA, EU CRIAVA RAÍZES – Cia Dos à Deux – Teatro
DOMINGO, DIA 22/10
17h e 20h – ENQUANTO VOCÊ VOAVA, EU CRIAVA RAÍZES – Cia Dos à Deux – Teatro
TERÇA, DIA 24/10
9h30 às 13h – OFICINA RESSONÂNCIA CORPORAL – Com Yumiko Yoshioka (Japão) e Eduardo Okamoto (SP) – Galeria 3
20h – JULIUS CAESAR – VIDAS PARALELAS – Cia. dos Atores – Teatro
QUARTA, DIA 25/10
9h30 às 13h – OFICINA RESSONÂNCIA CORPORAL – Com Yumiko Yoshioka (Japão) e Eduardo Okamoto (SP) – Galeria 3
20h – JULIUS CAESAR – VIDAS PARALELAS – Cia. dos Atores – Teatro
QUINTA, DIA 26/10
Local: Departamento de Artes Cênicas do Instituto de Artes/ UnB
18h – Apresentação de livros da SIM! EDIÇÕES e lançamento do livro “Atuar-Produzir | Desafios de Artistas da Cena Frente à Gestão de Suas Trajetórias” –
20h – BEFORE THE DAWN – Yumiko Yoshioka – Teatro
SEXTA, DIA 27/10
19h – 2 + 2 = 5 – ATA – Agrupação Teatral Amacaca – Galeria 3
*Sessão com audiodescrição
20h – BEFORE THE DAWN – Yumiko Yoshioka – Teatro
SÁBADO, DIA 28/10
18h – MACACOS – Cia do Sal – Teatro
19h – 2 + 2 = 5 – ATA – Agrupação Teatral Amacaca – Galeria 3
DOMINGO, DIA 29/10
15h30 – Encontro com Clayton Nascimento – Teatro
18h – MACACOS – Cia do Sal – Teatro
19h – 2 + 2 = 5 – ATA – Agrupação Teatral Amacaca – Galeria 3
SINOPSES ESPETÁCULOS
17, 18 e 19 de outubro, às 20h, Teatro CCBB
CABARÉ CORAGEM – GRUPO GALPÃO
Inspirando-se na obra poética e musical do dramaturgo alemão Bertold Brecht, mais especificamente na icônica “Mãe Coragem”, o Grupo Galpão, um dos mais longevos e consagrados da história do teatro brasileiro, celebra 40 anos de trajetória. No espetáculo Cabaré Coragem, o Galpão retorna às suas origens de teatro popular e de rua, misturando dramaturgia, música e dança, para tocar em questões como a desigualdade social e as implacáveis regras do sistema capitalista. A obra apresenta uma trupe envelhecida e decadente que, apesar das intempéries e dos revezes, reafirma a arte como lugar de identidade e permanência. Ao mesclar um repertório de músicas interpretadas ao vivo com números de variedades e danças, fragmentos de textos da obra de Brecht e cenas de dramaturgia própria, o Cabaré Coragem convida o público a uma viagem sonora e visual.
GRUPO GALPÃO – Criado em 1982, em Belo Horizonte, com a proposta de construção de um teatro de grupo, de pesquisa e com raízes profundamente populares, o Galpão alia rigor, investigação e busca de linguagens em montagens de grande poder de comunicação com o público. Os espetáculos do grupo propõem o diálogo entre o popular e o erudito, tradição e contemporaneidade, universal e regional brasileiro. A companhia é formada por 12 atores que, ao longo de mais de 40 anos de estrada, vêm trabalhando sob a direção de diferentes encenadores, como Gabriel Villela, Cacá Carvalho, Paulo José, Yara de Novaes e Márcio Abreu, além dos próprios integrantes do grupo, como é o caso de Cabaré Coragem, cuja direção é de Júlio Maciel.
Os números do Grupo Galpão impressionam: 26 espetáculos ao longo de 41 anos de trajetória, 1.900.000 de espectadores, 100 prêmios brasileiros, 19 países, 67 festivais nacionais e 172 festivais internacionais.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Júlio Maciel
Com Antônio Edson, Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Luiz Rocha, Lydia del Picchia, Simone Ordones e Teuda Bara
Direção musical, arranjos e trilha sonora: Luiz Rocha
Cenografia e figurino: Márcio Medina
Dramaturgia: Coletiva
Supervisão de dramaturgia: Vinícius de Souza
Direção de cena e coreografia: Rafael Bacelar
Iluminação: Rodrigo Marçal
Adereços e pintura de arte: Marney Heitmann
Preparação corporal e do gesto: Fernanda Vianna
Preparação vocal: Babaya
Colaboração artística: Paulo André e João Santos
Maquiagem e perucaria: Gabriela Dominguez
Projeto gráfico: Filipe Lampejo e Rita Davis
Direção de Produção: Gilma Oliveira
DURAÇÃO: 90 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos
20 e 21 de outubro, às 20h, Galeria 3
ATOS DE LEITURA – TEATRO DO CONCRETO
Um arquivo performativo, vivo e diverso, no qual a ação de ler textos, paisagens, objetos, acontecimentos e memórias ao longo do tempo constitui um exercício radical de enfrentamento à palavra como material de composição da cena. Partindo da obra literária e dramatúrgica do irlandês Samuel Beckett, as atrizes Gleide Firmino e Micheli Santini buscam nas palavras refúgio para lidar com os vestígios do isolamento e da extinção.
TEATRO DO CONCRETO – Fundado em 2003, o Concreto é um grupo de Brasília que reúne artistas interessados em dialogar com a cidade e seus significados simbólico e real por meio da criação cênica. Assume, desde sua origem, a diversidade e a pesquisa como princípios de gestão e composição artística, mobilizando criadores de diversas regiões do Distrito Federal e aprofundando a interação com diferentes artistas e áreas do conhecimento. Suas criações se orientam pela perspectiva do processo colaborativo e se caracterizam, principalmente, pela elaboração de uma dramaturgia própria, pela radicalização no uso de depoimentos pessoais, pela investigação da cena no espaço urbano, pela relação com as práticas da performance e pela busca por diferentes modos de engajar o espectador. Ao longo de sua trajetória, o grupo estreou 9 espetáculos e intervenções cênicas, publicou 3 obras de referência para o campo da pesquisa teatral e realizou diversos projetos de interação com a comunidade, consolidando-se como referência para o teatro de grupo na região Centro-Oeste.
FICHA TÉCNICA:
Criação: Gleide Firmino e Micheli Santini
Direção e pesquisa de dramaturgia: Márcio Abreu e Glauber Coradesqui
Colaboração artística: João Turchi
Criação sonora: Felipe Storino
Direção técnica: Rodrigo Fischer
Assistente de produção: Deni Moreira
Produção executiva: Junior Cecon
DURAÇÃO: 90 minutos
CLASSIFICAÇÃO: 16 anos
21 de outubro, às 20h, e dia 22, às 17h e às 20h, Teatro CCBB
ENQUANTO VOCÊ VOAVA, EU CRIAVA RAÍZES – CIA DOS À DEUX
Espetáculo que apresenta os cruzamentos poéticos entre o teatro gestual, as artes plásticas e o audiovisual e que celebra os 25 anos de trajetória da Cia Dos à Deux. Em “Enquanto você voava, eu criava raízes” nenhuma palavra é dita e a dramaturgia é guiada pelos corpos em diálogo com as artes visuais, o cinema, a dança e o teatro. Nesse navegar por várias linguagens, os significados também se apresentam diversos e chegam ao público em camadas múltiplas e plurais. Assim, entre sonho e realidade, somos apenas um emaranhado de sombras e luzes, diante do imensurável, da imensidão e do mistério do abismo. O espetáculo é uma caminhada e, a um só tempo, perturba as percepções do espectador, revelando a força do onírico. Um tempo-espaço em que o amor e a cura são manifestações de nossa consciência para além dos medos, angústias e feridas profundas. E um universo cenográfico que nos transporta para um oráculo, um portal, o tempo suspenso de um sonho nos conduz aos nossos próprios sonhos, aos nossos próprios abismos. Uma experiência para ver com os ouvidos e ouvir com olhos. “Enquanto você voava, eu criava raízes” fez um mês de temporada no Festival de Avignon, França.
CIA DOS À DEUX – Há 25 anos, André Curti e Artur Luanda Ribeiro se conheceram em Paris e decidiram começar uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. O trabalho, intitulado “Dos à Deux”, veio a dar nome à companhia e, apresentado no Festival de Avignon, provocou reconhecimento imediato da crítica e dos curadores, o que levou a companhia a todos os países da Europa, além da África, América do Sul, Coreia do Sul e Índia, num total de mais de 50 países em 3 mil apresentações e um repertório que inclui nove trabalhos. Desde 2015, a Dos à Deux passou a ter duas sedes: uma em Paris e outra no Rio de Janeiro.
Espetáculo premiado em diversas categorias do Prêmio APTR (melhor espetáculo, melhor cenografia e melhor música), Cesgranrio e Shell.
FICHA TÉCNICA:
Direção, dramaturgia, cenografia, coreografia e performance: André Curti e Artur Luanda Ribeiro
Música original: Federico Puppi
Iluminação: Artur Luanda Ribeiro
Cenotécnica: Jessé Natan e VRS
Criação de objetos: Diirr
Criação videográfica: Laura Fragoso
Imagens: Miguel Vassy e Laura Fragoso
Figurino: Ticiana Passos
Operação de som e vídeo: Gabriel Reis
Técnico de vídeo: Lesley Oliveira
Técnico e operação de luz: Francisco Alves – PH e Tiago D’Avila
Contrarregragem e coordenação de palco: Iuri Wander
Preparação/criação percussiva: Chico Santana
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela – Galharufa Produções
DURAÇÃO: 55 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 18 anos
24 e 25 de outubro, às 20h, Teatro CCBB
JULIUS CAESAR – VIDAS PARALELAS – CIA. DOS ATORES
Espetáculo que celebra os 35 anos da Cia. dos Atores, “Julius Caesar – Vidas Paralelas” inspira-se na obra de William Shakespeare, publicada originalmente em 1599, para falar da miséria humana na luta pelo poder. Utilizando-se da metalinguagem, o trabalho apresenta uma analogia entre os personagens da tragédia clássica e atores de um grupo de teatro que convivem há décadas e decidem encenar o texto shakespeariano. Na trama original, no ano 44 a.C., prestes a ser entronizado imperador, Júlio César é brutalmente assassinado por um complô de antigos apoiadores. Na versão da companhia, a macropolítica se espelha na micropolítica, nos ensaios de um grupo teatral, refletindo os medos, frustrações, angústias, decepções e as vaidades pessoais cotidianas que precisam ser deixadas de lado em nome do coletivo. O aposto “Vidas Paralelas” não só faz alusão a esse diálogo entre passado e presente, mas também presta um tributo ao título do livro do filósofo e historiador grego Plutarco, que inspirou Shakespeare a escrever a sua versão da tragédia.
CIA. DOS ATORES – Formada pelos atores Cesar Augusto, Gustavo Gasparani, Marcelo Olinto, Marcelo Valle, Susana Ribeiro e Bel Garcia (in memoriam), a Cia. dos Atores mantém-se em atividade ininterrupta desde 1998, tendo recebido os principais prêmios do teatro brasileiro. Seu repertório inclui mais de uma dezena de espetáculos, como “Melodrama”, “A Morta”, “O Rei da Vela”, “A Bao A Qu (Um Lance de Dados)”, “Conselho de Classe” e “Insetos”. Mantendo o mesmo núcleo de atores, esse grupo carioca, além de ter se apresentado em festivais nacionais e internacionais, foi responsável pela direção artística de dois teatros da rede municipal da prefeitura do Rio de Janeiro: Teatro Ziembinski e Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e direção: Gustavo Gasparani
Com Cesar Augusto, Gabriel Manita, Gilberto Gawronski, Isio Ghelman, Lucas da Purificação e Suzana Nascimento.
Direção de produção: Claudia Marques – Fábrica de Eventos
Cenografia: Beli Araújo
Figurinos: Marcelo Olinto
Iluminação: Ana Luzia De Simoni
Direção de Vídeo Cenário: Batman Zavareze
Direção musical e trilha sonora composta: Gabriel Manita
DURAÇÃO: 120 min
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 12 anos
26 e 27 de outubro, às 20h, Teatro CCBB
BEFORE THE DAWN – YUMIKO YOSHIOKA
A obra – que poderia ser traduzida por algo como “Antes do Amanhecer” – apresenta uma dança de metamorfose, onde a escuridão se funde com a claridade. Por meio de sua própria transformação, Yumiko ilumina os segredos dos corpos humanos. Criaturas escondidas nas memórias esquecidas começam a reviver alegremente. Algo grotesco, mas estranhamente belo, chama a atenção. O espectador se sente cativado por esta estranha força, uma fonte de escuridão e luz. O público então testemunha um universo cujos protagonistas são o movimento perpétuo e a mudança incessante e onde até mesmo a imobilidade é extremamente expressiva. Tudo está prestes a renascer.
YUMIKO YOSHIOKA – Dançarina e coreógrafa de butoh japonesa, nascida em Tóquio e radicada na Alemanha, é ex-integrante da Ariadone, a primeira companhia de butoh feminina, fundada por Ko Murobushi e Carlotta Ikeda em 1974, e que, em 1978, fez a primeira apresentação de butoh em um teatro público fora do Japão. Em 1988, já em Berlim, fundou o tatoeba THÉÂTRE DANCE GROTESQUE, ao lado de Minako Seki e delta RA’i. Essa experiência, juntamente com o trabalho com a dançarina de butoh Kim-Itoh, encorajou Yumiko a criar seu próprio estilo pessoal de dança e coreografia. Em 1989, começou a desenvolver e ensinar sua forma de trabalho corporal. A abordagem se tornou um pilar de sua carreira como reflexo da profunda compreensão da importância de aprofundar a consciência do corpo, não apenas para dançar e se expressar, mas também para iluminar a vida cotidiana, abrindo-nos para as camadas mais profundas de nosso mundo interior e redescobrindo uma beleza sutil a cada momento. A força dessa percepção a levou a criar seu próprio método de trabalho corporal, chamado “Body Resonance”.
Além de turnês internacionais pela Ásia, Europa, Oceania e Américas do Norte e do Sul, Yumiko é diretora de arte do “eX…it! Dance and Butoh Exchange Festival”, desde 1995, do qual participam mais de 100 artistas e estudantes de dança de todo o mundo.
FICHA TÉCNICA:
Direção, coreografia e interpretação: Yumiko Yoshioka
Música: Zam Johnson, Kenichi Takemumra
Luz: delta RA’i, Joaxhim Manger
DURAÇÃO: 65 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 16 anos
27, 28 e 29 de outubro, às 19h, Galeria 3
2 = 2 + 5 – AGRUPAÇÃO TEATRAL AMACACA – ATA
Livre adaptação para o teatro da obra “1984”, do autor britânico George Orwell. Numa encenação híbrida, mesclando performance teatral e tecnológica, o trabalho leva para a cena o ambiente distópico criado em 1948 pelo escritor, para discutir o totalitarismo. Numa cidade fictícia, num tempo futuro, a sociedade vive sob severa vigilância de um sistema opressor, que utiliza a tecnologia para privar as pessoas da liberdade de agir e pensar. De maneira onipresente e personificada no “Grande Irmão”, o governo e suas elites controlam comportamentos, perseguem até mesmo a liberdade de pensamento e procuram reescrever a história, omitindo ideias e fatos do passado.
ATA – AGRUPAÇÃO TEATRAL AMACACA – Coletivo reunido em 2009, a partir de uma disciplina do curso de Artes Cênicas da Universidade de Brasília, que se tornou um grupo de pesquisa fechado sob a condução de Hugo Rodas. Apoiado pela UnB, após 3 anos de treinamento, o ATA estreou “Ensaio Geral”, espetáculo com o qual a companhia circulou por diversos festivais, sendo visto por milhares de pessoas. Seguiram-se “Punaré & Baraúna”, “Os Saltimbancos”, “O Rinoceronte” e “Poema confinado”, sempre sob a batuta de Rodas, e mais recentemente “Futuro do Passado”, dirigido pelo ator Abaetê Queiroz. Em “2 + 2 = 5”, o ATA terá a direção do carioca Felipe Vidal (premiado com o Shell em 2017 por “Cabeça, um documentário cênico”).
FICHA TÉCNICA:
Realização: ATA – Agrupação Teatral Amacaca
Direção: Felipe Vidal
Elenco: Abaetê Queiroz, Camila Guerra, Dani Neri, Flávio Café, Iano Fazio, Juliana Drummond, Mateus Ferrari, Márcia Duarte, Pedro Tupã e Rosanna Viegas
Produção Executiva: Guinada Produções
Coordenação Técnica: Rodrigo Lélis
Coordenação Audiovisual: Santiago Dellape
Coordenação Administrativa: Camila Guerra
Assistente de Produção: Dani Neri
Designer Gráfico: Patrícia Meschick
Patrocínio: FAC – Fundo de Apoio à Cultura do DF
DURAÇÃO: 100 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos
28 e 29 de outubro, às 18h
MACACOS – CIA DO SAL
Espetáculo sobre a estruturação do racismo e do apagamento das memórias e ancestralidades negras que estão enraizadas no Brasil. A montagem conta somente com um ator e um batom para tratar da urgência da vida negra no país. O preconceito contra os povos pretos é abordado em cena a partir do relato de um homem-preto que busca respostas para o racismo que rodeia seu cotidiano e a história de sua comunidade. A obra se desenrola num fluxo de pensamentos, desabafos e elucidações, que surgem em cenas pautadas em episódios da história brasileira até chegar aos relatos e estatísticas das mães e famílias dos jovens negros presos ou executados pela polícia militar no Brasil de 1500 até 2023. Também são abordadas situações vividas por grandes artistas negros como Elza Soares, Machado de Assis e Bessie Smith. Os questionamentos desse homem negro convidam o público a pensar e debater sobre os preconceitos mascarados, que existem na estruturação e no cotidiano brasileiro. Com a pandemia do COVID-19, esses números se agravam e aumentam, evidenciando o grande desequilíbrio social no qual o Brasil se estrutura. Macacos tem o cuidado de incorporar as histórias de situações de racismo ocorridas nos locais onde o espetáculo é encenado, renovando a narrativa a cada apresentação.
CIA DO SAL – Companhia criada em 2016, por ocasião da estreia da peça “Macacos”. O grupo hoje é formado por atores e atrizes pesquisadores da cena, vindos da Escola de Arte Dramática da USP – EAD, Escola Livre de Teatro de Santo André – ELT e Célia Helena. A Companhia é formada por negros, brancos, trans, gays, héteros, paulistanos, cariocas e nordestinos que pesquisam seus anseios dentro do coletivo.
O espetáculo conquistou mais de uma dezena de prêmios, como o Shell de Melhor Ator e o APCA de Melhor ator para Clayton Nacimento.
FICHA TÉCNICA:
Atuação, direção e dramaturgia: Clayton Nascimento
Direção técnica/iluminação: Danielle Meireles
Provocação cênica: Ailton Graça
Direção de movimento: Aninha Maria Miranda
Produção geral: Ulisses Dias – Bará Produções
Produção executiva: Corpo Rastreado
DURAÇÃO: 180 minutos
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: 14 anos
ATIVIDADES FORMATIVAS
24 e 25 de outubro, das 9h30 às 13h, Galeria 3
OFICINA RESSONÂNCIA CORPORAL
Com Yumiko Yoshioka e Eduardo Okamoto
Desde 2004 – e mais intensamente a partir de 2018 – Eduardo Okamoto mantém intercâmbio com Yumiko Yoshioka, pertencente à terceira geração de artistas da dança butoh, a manifestação cênica japonesa criada no pós-guerra. A dançarina desenvolveu um estilo pessoal de trabalho corporal chamado “Ressonância Corporal”, que integra práticas do butoh com o Noguchi Taiso e vários outros métodos de treinamento asiáticos.
A “Ressonância Corporal” parte da ideia de que o mundo, incluindo nosso corpo, consiste em ondas vibracionais que criam ressonâncias constantes como ecos. Quando sintonizamos nosso corpo nessas frequências, recebemos imagens, sentimentos e sensações. Para que isso aconteça, precisamos, primeiro, nos livrar da tensão desnecessária, removendo a ferrugem e polindo a antena para captar ondas de camadas profundas do corpo. As transformações e concentrações da dança quebram a casca da forma. Elas derretem a armadura do nosso ego, permitindo que memórias ressonantes emerjam das nossas células que flutuam no líquido primordial do tempo.
Participantes: 16 pessoas
Público-alvo: profissionais e estudantes de artes cênicas (teatro, dança e circo)
Pré-requisito: apresentação de currículo comprovando experiência anterior
Inscrições: gratuitas, a partir de 09 de outubro, por meio de formulário online cujo link será oportunamente divulgado no site do CCBB e nas redes sociais do festival.
26 de outubro, 11h, Departamento de Artes Cênicas / UnB
APRESENTAÇÃO DO SELO SIM! EDIÇÕES
Com Daniele Sampaio
No ano em que completa 10 anos de trabalho e pesquisa continuados, a SIM! Cultura, produtora cultural coordenada por Daniele Sampaio, abre as celebrações com o lançamento do Selo SIM! Edições. O projeto editorial conta com a parceria da Editora Javali e possui os seguintes objetivos: contribuir de forma crítica com estudos sobre os modos de produção nas Artes da Cena no Brasil, fomentar reflexões sobre a interação entre modus pensandi e modus operandi no campo das artes e ampliar o debate em torno da função social da produção cultural.
Com Daniele Sampaio, produtora, pesquisadora, editora e curadora no Festival de Curitiba
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24ª CENA CONTEMPORÂNEA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BRASÍLIA
Direção geral e curadoria: Guilherme Reis
Coordenação administrativa-financeira: Michele Milani
Coordenação de logística: Clara Nugoli
Coordenação técnica: Rodrigo Lélis
Produção: Rose Nugoli, Nalva Sysnandes
Design gráfico: JJBZ
Assessoria de imprensa: Objeto Sim
Redes Sociais: Zabelê Comunicação
Registro fotográfico: Humberto Araújo
Registro videográfico: Vitor Magalhães Mesquita
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, e está sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, e tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis.
Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, o CCBB Brasília dispõe de amplos espaços de convivência, bistrô, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances.
Além disso, oferece o Programa Educativo CCBB Brasília, programa contínuo de arte-educação patrocinado pelo Banco do Brasil que desenvolve ações educativas e culturais para aproximar o visitante da programação em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), acolhendo o público espontâneo e, especialmente, milhares de estudantes de escolas públicas e particulares, universitários e instituições, ao longo do ano, por meio de visitas mediadas agendadas, além de oferecer atividades de arte e educação aos fins de semana.
Em 2022, o CCBB Brasília obteve a certificação ISO 14001, importante credencial de boas práticas ambientais, demonstrando o compromisso do Banco do Brasil com a ética e a sustentabilidade ambiental.
SERVIÇO
Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília
Data: 17 a 29 de outubro de 2023, de terça a domingo
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro e Galeria 3
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul – Brasília – DF
Informações: (61) 3108 7600
Horários: ver programação
Ingresso: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia, válida para estudantes, professores, profissionais da saúde, PCDs, pessoas maiores de 60 anos e clientes BB), à venda em www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do CCBB Brasília
Todos os ingressos da temporada serão liberados a partir das 9h, no dia 10/10.
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CCBB Brasília
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