TRABALHOS MARCADOS PELA PESQUISA

A partir das 17h do próximo sábado, 13 de fevereiro, as duas salas da ALFINETE GALERIA exibirão as obras de dois jovens artistas que se caracterizam pela investigação. Na Sala Um estará a segunda individual do brasiliense Virgílio Neto, que apresenta desenhos e instalação inéditos que fogem um pouco ao estilo mais conhecido do artista e se inspiram na poesia do mestre João Cabral de Melo Neto. Na Sala Dois, a obra da jovem argentina Elisa Luna del Valle, que parte de pesquisas com tear para ganhar texturas e efeitos intrigantes. As duas exposições ocupam o novo espaço da ALFINETE GALERIA, situada no bloco B da comercial da 103 norte, e podem ser vistas até 12 de março, sempre de quarta a sábado, das 15h às 19h30. Entrada franca.

EXPOSIÇÕES

Educação pela pedra

Virgílio Neto

Local: Alfinete Galeria – Sala UM

Segunda mostra individual de Vírgilio Neto em Brasília, ‘Educação pela pedra’ apresenta obras inéditas, que fazem parte de um conjunto diferente do que o público conhece do trabalho do artista. São desenhos em que se percebe outra ocupação de espaço no papel, elementos menos figurativos, pouco uso de cor e ausência da escrita – que costuma caracterizar a obra do artista. Mas se as palavras não são encontradas nos desenhos, elas se fizeram presentes em todo o processo de criação. Virgílio tomou o título ‘Educação pela pedra’ de um poema de João Cabral de Melo Neto, assim, cada desenho da exposição se coloca como uma homenagem e uma tentativa de diálogo com o mistério e a força poética deste e de outros autores.

EDUCAÇÃO PELA PEDRA

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, frequentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
João Cabral de Melo Neto

Biografia
Formado em Design Gráfico e mestrando em Poéticas Contemporâneas na Universidade de Brasília – UnB. Desde 2008 vem participando de exposições em várias cidades do Brasil dentro de projetos independentes, salões de arte, instituições e galerias comerciais. Em 2011, foi selecionado para participar do projeto Rumos do Itaú Cultural. Em 2012 ficou em primeiro lugar no Prêmio EDP nas Artes do Instituto Tomie Ohtake, também no mesmo ano teve seu livro Talvez o Mundo Não Seja Pequeno publicado pela Bolha Editora. Em 2013, realizou duas exposições individuais: The White Crash, no Banff Centre no Canadá, e Ausente Presente, pelo Prêmio de Arte Contemporânea da Funarte em Brasília. Em 2014, foi indicado pela segunda vez ao Prêmio Pipa Investidor de Arte. Foi um dos sócios fundadores do Espaço Cultural Laje, em Brasília, que funcionou de 2011 a 2015.

Interferências

Elisa Luna del Valle
Local: Alfinete Galeria – Sala DOIS

“As obras de Elisa Luna Del Valle resultam de investigações de um mundo em que o movimento se infiltra na paisagem. Tem origem em acidentes cotidianos que via na prensa de seu pai, quando os tipos de padrões que ele utilizava nas matrizes apareciam nas impressões das imagens como erros, mas como erros hipnóticos. A superposição de tramas nas impressões desprezadas cria outro padrão muito diferente e mais complexo que os originais, que se instala como um abismo entre o que eram e o que se vê ao final. As tramas se superpõem e interferem entre si, mas não são imagens de interferências, são “interferências”. Os defeitos nas obras de duas ou três dimensões parecem documentar o descobrimento de um erro, o princípio subjacente do mundo. Suas obras nos enfrentam com a sensação de estar ante algo conhecido e desconhecido ao mesmo tempo, como se estas imagens revelassem alguma lembrança que não se pode precisar com exatidão. A ilusão ótica que gera movimento infiltra uma espécie de distância trágica. São obras que permanecem liminares, misteriosas, tranquilas, problemas técnicos que representam alguma verdade, e “por aí” sempre mais distante de nosso alcance”.

Gabriela Boer
Janeiro 2016

Biografia
Elisa Luna nasceu em Buenos Aires, em 1976, onde vive e trabalha. Estudou Desenho Têxtil na Universidade de Buenos Aires e tornou-se professora de pintura na Escuela Nacional de Bellas Artes Prilidiano Pueyrredón. Durante os anos de 2009 e 2010, percorreu a América Latina e aprendeu a usar o “tear de cintura” em Honduras e no México – trata-se de uma ferramenta utilizada na América pré-hispânica para realizar diferentes tipos de tecelagem. Em 2012, retoma a pesquisa sobre tecelagem na Oficina de Experimentação de Andrea Cavagnaro. Desde 2005, participa de mostras coletivas em galerias de Buenos Aires. Em 2012, realiza sua primeira individual “la gota de agua”. Em 2013, foi selecionada para o Concurso Nacional de Pintura UADE. Em 2014, seu projeto “Transformaciones, Isométricas y fuera de registro” foi declarado de interesse público pelo Ministério da Cultura da Argentina. Um ano depois, foi selecionada pelo Prêmio Itaú de artes visuais e recebeu uma menção na 6º Bienal Nacional de Pintura “Premio Ciudad de Rafaela”, de Santa Fé, Argentina. Desde 2015, integra o coletivo de artistas “Luxia”. Sua obra está em diversas coleções privadas da Argentina.

SERVIÇO

Alfinete Galeria CLN 103 bloco B loja 66.
Abertura sábado 13 de FEVEREIRO às 17h.
Em exposição até o dia 12 de MARÇO, de quarta a sábado – 15h às 19h30.
Entrada franca.
ASSESSORIA DE IMPRENSA (exclusivo para jornalistas): Objeto Sim
Tel.: (61) 3443. 8891 e (61) 3242. 9805 (fone/fax)
Gioconda Caputo: 8142. 0112 – Carmem Moretzsohn: 8142. 011
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