OS FANTASMAS
Uma homenagem à arte do ator
*Direção de Hugo Rodas, com Murilo Grossi, Adriana Lodi e William Ferreira
*Texto inédito de Otávio Martins
Essencialmente efêmero, o teatro consuma-se no momento mesmo da representação. O espectador compartilha com o ator o instante único da encenação e respira com ele num mesmo fôlego, dividindo emoções e surpresas. A vida é também, em si mesma, efêmera. Basta um sopro para nos tirar do planeta. E o amor? Foi a partir destas divagações que nasceu o texto de Os Fantasmas, de Otávio Martins, que faz estreia nacional no próximo dia 2 de abril, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Sob a batuta do mestre Hugo Rodas, estão em cena os atores Murilo Grossi, Adriana Lodi e William Ferreira num grande mergulho nos sentimentos que permeiam uma relação afetiva.
A obra foi escrita por Otávio Martins especialmente para o ator Murilo Grossi, depois de conversas levadas nos intervalos de gravações de televisão, no Rio de Janeiro. Na base da proposta está a desconstrução da arte do ator. Um jogo paródico entre o que é a realidade e o que é a projeção da realidade. Entre o fato consumado e o desejo presente. Mas ao chegar às mãos do encenador Hugo Rodas, Os Fantasmas ganhou outras leituras e texturas.
A montagem – que integra uma equipe de nomes consagrados do teatro brasiliense – faz parte da programação especial que o CCBB concebeu para celebrar o aniversário de 55 anos de Brasília.
O ESPETÁCULO
A encenação propõe uma analogia entre o final de uma relação amorosa, o final da vida, o fim de um espetáculo. Reexamina a existência de um casal a partir destes vértices. Os encontros e desencontros, a memória obscurecida pelo tempo, o que se diz e o que se deseja escutar. Aquilo que é apenas projeção, representação e as formas ásperas da realidade. Em discussão, a sobreposição do indivíduo sobre o outro, questões do mundo contemporâneo individualizado que afetam as relações afetivas.
Os Fantasmas também brinca com a noção da representação teatral. O que é real e o que é espelho do real. É o que Otavio Martins chama de “antimetalinguagem”. Ou seja, não é apenas o teatro falando de si mesmo, mas do paradoxo que é atuar no mundo contemporâneo. Optar pela carreira de ator, integrar-se a um movimento de resistência da arte num cenário cada vez mais selvagem, globalizado e sem muitos espaços para a singularidade e a identidade que nos distingue.
O projeto busca fazer uma homenagem à arte do ator e, em especial, ao fazer teatral na Capital do país. Quer dar crédito ao talento local sem que se necessite retirá-lo de sua origem para seu reconhecimento. Afinal, a arte é maior, mais ampla e excede limites. A encenação conta com projeções e o projeto de iluminação de Dalton Camargos. A trilha sonora, composta por Hugo Rodas (que também assina os figurinos), é executada ao vivo pelos atores.
FICHA TÉCNICA
DRAMATURGIA
OTAVIO MARTINS – Ator, diretor e dramaturgo, é paulista e tem 44 anos. Iniciou na dramaturgia com “Últimas Notícias de Uma Mesma História”, peça que dirigiu em 2008. “Mediano”, em 2010, foi largamente elogiado pela crítica, com direção de Naum Alves de Souza. Em 2013, dois de seus textos, “Últimas Notícias de Uma Mesma História” e “Aqui, Fora” foram encenados em Barcelona e “Caros Ouvintes”, em São Paulo. Como ator, recentemente participou de “Córtex”, texto de Franz Keppler e direção de Nelson Baskerville, “Sideman” (prêmio Contigo! e indicação ao prêmio Shell 2010), “O Livro Dos Monstros Guardados” e “A Noite Antes da Floresta” (indicação aos prêmios Shell e Qualidade Brasil 2006), texto de Bernard-Marie Koltès e direção de Francisco Medeiros. Como diretor, seus últimos trabalhos foram “Pessoas Absurdas”, de Alan Ayckbourn, “Circuito Ordinário”, de Jean-Claude Carrière, e “Vamos?”, de Mário Viana.
DIREÇÃO
HUGO RODAS – 75 anos, é um dos mais celebrados diretores do teatro nacional, capaz de conduzir cenas de clássicos da literatura mundial por um caminho totalmente original. Um de seus mais recentes trabalhos, “Ensaio geral”, levou ao palco as várias faces do amor (das algazarras, da falência, do cansaço etc.), com livres adaptações de textos de Hilda Hilst, Carlos Drummond de Andrade, Eduardo Galeano e Charles Chaplin. Uruguaio radicado no Brasil desde a década de 1970 e professor da Universidade de Brasília (UnB), o diretor assina uma dramaturgia híbrida, unindo dança, canto, texto e interpretação. No seu currículo estão antológicos trabalhos, como “Os saltimbancos”, “Senhora dos Afogados”, “Romeu e Julieta” e “Shakespeare in concert”. No espetáculo Os Fantasmas, Hugo Rodas assina ainda os figurinos e a trilha sonora original.
ELENCO
MURILO GROSSI – Brasiliense, participou da marcante produção cultural da geração de 80 e contribuiu com a identidade artística brasiliense, hoje reconhecida em todo país. Inicia a atuação no cinema em 1995, em marcantes filmes como “A Guerra de Canudos”, de Sérgio Rezende; “Se Nada Mais Der Certo”, de José Eduardo Belmonte; “Dois Filhos de Francisco”, de Breno Silveira, “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas, e “Veneno da Madrugada”, de Ruy Guerra. Em 2000, estreou na teledramaturgia, destacando-se em “O Clone” e “Amor, Eterno Amor”. Atuou em peças como “A Revolução dos Bichos” e “Dinossauros”, com direção de Guilherme Reis (esta última em cartaz há 9 anos). Foi também dirigido por Hugo Rodas, Hamilton Vaz Pereira, Adriano e Fernando Guimarães, Genilson Pulccinelli, entre outros. Atuou em “As Desgraças de uma Criança”, de Martins Penna, e “Eu Nunca Disse Que Prestava”, de Luciana Peçanha e Adriana Falcão. Dirigiu o espetáculo “Cabaré das Donzelas Inocentes”, desenvolvido para o CCBB Brasília e com grande sucesso de público.
ADRIANA LODI – Formada em bacharelado e licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília, atualmente cursa mestrado em Artes na mesma instituição. É atriz de teatro e cinema. Entre os anos de 2001 e 2013 desenvolveu projeto de formação de atores no Espaço Cultural 508 Sul, por meio de convênio com a Secretaria de Cultura do DF, onde também dirigiu os espetáculos anuais resultante de processos de criação coletiva que coordenou. Atuou nos espetáculos: “Inventários” e “Bagatelas” (Guilherme Reis), “Depois da Chuva” (Daniela Diniz), “Cabaré das Donzelas Inocentes”, (Murilo Grossi e William Ferreira), “Os Demônios” (Hugo Rodas e Antônio Abujamra) “Aquilo que Serve de Lembrança” (de Irmãos Guimarães); “Projekt Ophélia” (de Fernando Villar); “Fuck you Baby” (de Hugo Rodas); “Cartas de um Sedutor” (dir. Genilson Pulcineli e Willian Ferreira) entre outros. Em cinema, participou de filmes como os curtas “Uma Questão de Tempo”, de Catarina Accioly e Gustavo Galvão, “A Noite por Testemunha”, de Bruno Torres, e “Verdadeiro ou Falso”, de Jimi Figueiredo. Recebeu prêmio de melhor atriz pelo curta “Entre Cores e Navalhas”, de Catarina Accioly, nos festivais de cinema de Guarnicê no Maranhão e em Triunfo em Pernambuco. Atuou ainda nos longas “Se nada Mais der Certo”, de José Eduardo Belmonte (que recebeu o prêmio de Melhor Longa no Festival do Rio 2008), “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum (em finalização), e “Até que a Casa Caia”, de Mauro Giuntini.
WILLIAM FERREIRA – Ator, diretor, bailarino, cenógrafo, com bacharelado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília. Já trabalhou com todos os grandes diretores de teatro de Brasília, como Hugo Rodas, Adriano e Fernando Guimarães, Miriam Virna, Guilherme Reis, dentre outros. Também atua no cinema e na televisão. Entre seus últimos trabalhos no teatro destacam-se A Obscena Senhora D (2006), Os Demônios (2007), Todos Os Que Caem (2008), Piscina Sem Água (2010), Bagatelas (2010), Heróis – O Caminho do Vento (2011/2012) e Inventários – o que eu guardei pra você (2013). Dirigiu as peças Cartas de um Sedutor (2000), As Recriadas (2001), A Obscena Senhora D (2006), Cabaré das Donzelas Inocentes (2009). No cinema atuou no longa-metragem Araguaya – A Conspiração do Silêncio, de Ronaldo Duque, e nos curtas-metragens Uma Questão de Tempo, Entre Cores e Navalhas, A Obscena Senhora D, de Catarina Accioly, além da produção cinematográfica nipo-austríaca AUN (2009). Na televisão, participou das novelas A Favorita, de João Emanuel Carneiro, Viver a Vida, de Manoel Carlos, entre outras novelas e minisséries.
LIGHT DESIGN
DALTON CAMARGOS – Iluminador, diretor técnico, videasta e fotógrafo, um dos mais requisitados entre os criadores do avesso da cena no Brasil. Com trabalhos desenvolvidos no País e no exterior, coordena a área técnica do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília e já trabalhou com diversos artistas como Hugo Rodas, Mirian Virna, Adriano e Fernando Guimarães, Guilherme Reis, Catarina Acioly, William Ferreira, entre outros. Um dos maiores iluminadores do Brasil, Dalton tem se destacado na área de fotografia e do vídeo na criação cênica.
PRODUÇÃO
GUINADA PRODUÇÕES – Criada no ano de 2005, a Guinada Produções realizou diversos trabalhos culturais como Dona Bolota e o segredo da árvore encantada e Desbunde (2014); Uma canção para Janis, Cru e Fio de Histórias (2013); PAS (SEI) (2012); O Marajá Sonhador e outras histórias (2012/20111/2010) Cru, Pulsações, A carne do Mundo (Ano 2009); 8º Festival Internacional De Bonecos De Brasília (2009); Dois de Paus, O Terceiro Lar, Teia Brasília e As 12 badaladas (2008); 7º Festival Internacional De Bonecos De Brasília (2007), dentre vários outros.
SERVIÇO
Data: 2 de abril a 17 de maio
Local: Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Horários: Quinta a sábado, às 19h30; domingos, às 18h30
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Assessoria de imprensa: Objeto Sim – (61) 3242-9805 / 3443-8891
Carmem Moretzsohn: (61) 8142-0111 – Gioconda Caputo: (61) 8142-0112
objetosim@gmail.com – objetosim@terra.com.br
Site: www.objetosim.com.br
Assessoria de imprensa CCBB: Ricardo Torres – ricftorres@bb.com.br – (61) 3108-7629 / 7630
O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de terça a domingo. Consulte todos os locais e horários de saída no site e no Facebook.
A partir de fevereiro, o CCBB passará a funcionar de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h, com fechamento às terças-feiras.
SCES Trecho 2 – Brasília/DF – Tel: 61 3108-7600
E-mail: ccbbdf@bb.com.br – Site: bb.com.br/cultura
Redes sociais: facebook.com/ccbb.brasilia e twitter.com/CCBB_DF