O CAPOTE

Espetáculo inspirado na obra de Nikolai Gogol e protagonizado pelo premiado ator Rodolfo Vaz chega a Brasília

*Direção de Yara de Novaes e adaptação de Drauzio Varella e Cássio Pires

VÍDEO RELEASE:
https://www.youtube.com/watch?v=KOFnCD_jT-o&list=PLhnExfBbbmATypa-DHyVWSLVT3Yqj7c5L

A história do escrevente que ousa ambicionar um casaco novo – e por isso paga muito caro – tem inspirado diversas gerações ao redor do mundo. O grande romancista Fiódor Dostoiévski chegou mesmo a afirmar que toda a literatura russa do século XIX descendia dela. Agora, a narrativa de ‘O Capote’, de Nikolai Gogol chega ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília em recente e elogiada montagem teatral dirigida por Yara de Novaes e protagonizada pelo ator Rodolfo Vaz. O espetáculo fica em cartaz de 15 de novembro a 14 de dezembro, sempre de quinta a segunda-feira, às 20h. Classificação indicativa: 12 anos.

Inspirada na obra de Nikolai Gogol (1809-1852), um dos principais autores da literatura russa do século XIX, ‘O Capote’ trata das desventuras de Akaki Akakievitch, um escrevente de uma repartição pública de São Petersburgo que precisa se submeter a severas restrições a fim de conseguir economizar dinheiro para comprar um novo capote. Transitando entre o cômico e o trágico, o conto de Gogol é considerado um marco na história da literatura, por abordar de forma inédita a relação do homem com a metrópole.

Na encenação atual, o texto de Gogol recebeu a adaptação do escritor Drauzio Varella. O texto do médico e dramaturgo passou então para as mãos do dramaturgista Cássio Pires, que, ao contrário de montagens anteriores, inseriu dois narradores, interpretados pelos atores Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas. Além de narrar a história, eles interpretam personagens que atravessam ação e se unem à musicista Sarah Assis no palco.

O espetáculo é uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil.

A ENCENAÇÃO

‘O Capote’ marca mais uma parceria entre a diretora Yara de Novaes e o ator Rodolfo Vaz, que já haviam trabalhado juntos antes em duas ocasiões: em ‘O Amor e Outros Estranhos Rumores’, baseado em contos de Murilo Rubião, e ‘O Continente Negro’, ambos espetáculos do Grupo 3 de Teatro. Também atuaram juntos em ‘O Inspetor Geral’ de Gogol, na montagem do Grupo Galpão, um dos mais estáveis e celebrados do País, do qual Rodolfo é um dos fundadores.

A montagem também reforça a parceria entre Rodolfo e o médico-escritor Drauzio Varella, que assina a adaptação do conto – o ator recebeu o Prêmio Shell em 2007 pela encenação de ‘Salmo 91’, inspirada no romance ‘Estação Carindiru’, de Varella, dirigido por Gabriel Villela.

No espetáculo, a perspectiva irônica do autor é retomada em uma encenação em que a submissão de Akaki às estruturas de poder ganha uma nova leitura. A montagem explora a incapacidade de ação do personagem de Gogol, que se transforma numa marionete nas mãos dos narradores, incapaz até de narrar sua própria história.

Em cena, os atores, Rodolfo Vaz, Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas e a musicista Sarah Assis constroem um jogo marcado por narrativas, diálogos, música assinada por Morris Picciotto, cenário de André Cortez e intervenções em vídeo criadas por Rogerio Velloso, que reinventam as potências do texto original. Preparação corporal da atriz, bailarina e diretora Kênia Dias, que também assina a assistência de direção.

O PROCESSO

O projeto começou a ser pensado há seis anos, quando Rodolfo Vaz fazia a peça ‘Por Um Fio’, de Drauzio Varella, junto com a atriz Regina Braga. Após comentar com o médico e escritor o seu desejo de viver o personagem Akaki (protagonista da novela de Gogol) nos palcos, Rodolfo ganhou de presente de Drauzio uma adaptação do conto para o teatro, feita por ele mesmo. “Quando um artista escolhe esse ou aquele texto para uma adaptação teatral, a escolha se dá primeiro porque aquela obra gera grande prazer estético e filosófico e também porque ela tem a vocação para ser matriz de um processo muito livre e amplo de criação teatral. Um processo que do começo ao fim terá os genes daqueles artistas que compõem o coletivo teatral”, comenta Rodolfo Vaz.

A escolha de O CAPOTE, escrita por Nikolai Gogol, em 1842, para esse projeto de montagem não foi diferente. Clássico da literatura universal, essa novela é exemplar em todos os sentidos que habilitam uma obra de arte como tal: poético, formal, filosófico, político, crítico e criador. Seu impacto foi tão grande para a literatura russa a partir do século XIX que fez com que Dostoiévski escrevesse: “Todos nós saímos do Capote!”.

O início dos ensaios foi chamado de “Vestindo o Capote”. Nessa etapa, aconteceram quatro encontros diferentes para conversas sobre o conto e sua forma satírica de retratar a Rússia do século XIX. Cada encontro contou com um convidado. Foram eles: o filósofo Mario Sergio Cortella, o escritor Fernando Bonassi, Drauzio Varella, a pesquisadora e professora russa Elena Vássina e a atriz e diretora Cristiane Paoli Quito.

Elena Vássina comentou o texto com foco nas referências escolhidas por Gogol, os elementos que ele priorizou na narrativa; Cortella caminhou para uma discussão mais filosófica, passando por conceitos etimológicos; Bonassi trouxe provocações para a parte dramatúrgica; Drauzio discutiu o olhar de compaixão que Akaki desperta nos leitores; e por último, Paoli Quito trabalhou com os atores uma visão física do texto, no corpo dos intérpretes.

Esses encontros trouxeram a análise da obra e uma reflexão sobre quais seriam as interlocuções filosóficas, políticas, sociais e artísticas do conto com o mundo em que vivemos hoje. ”Essa fase do processo trouxe uma certeza sobre a montagem: Akaki não é um sujeito que conta a própria história, os outros não permitem isso, a identidade do Akaki é dita por outros, foi essa descoberta que nos levou a inserir os dois narradores”, comenta a diretora Yara de Novaes.

Após essa etapa, começaram os ensaios com o dramaturgo Cássio Pires, que junto com os atores e a direção, a partir de improvisos sobre a adaptação e do conto de Gogol, fez um trabalho dramatúrgico sobre a adaptação de Drauzio. O resultado final dessa dramaturgia é o que se vê no palco.

A estreia nacional foi no CCBB SP, no dia 25 de julho.

 

EQUIPE CRIATIVA

Rodolfo Vaz, vencedor do Prêmio SHELL, em 2007, por sua atuação em ‘Salmo 91’ (dirigido por Gabriel Villela, com texto de Dib Carneiro Neto, inspirado no livro ‘Estação Carandiru’, de Drauzio Varella), é o intérprete do insólito e hesitante Akaki Akakievitch. Com mais de 20 espetáculos na carreira, sete deles no Grupo Galpão, e sete longas metragens, Rodolfo tem como característica de atuação o perfeito diálogo entre o mundo externo e interno das personagens que compõe, qualidade essencial para dar vida a Akaki.

Yara de Novaes é uma diretora que tem trabalhado sistematicamente com a narrativa como ponto de partida para a criação de um espetáculo teatral. Já levou aos palcos autores como Fiódor Dostoiévski, Fernando Bonassi, Móricz Zsigmond, Lygia Fagundes Telles e Murilo Rubião. A diretora é mineira e atualmente vive entre Belo Horizonte e São Paulo, trabalhando com vários grupos nas cidades.

Drauzio Varella e Rodolfo Vaz encontraram-se por duas vezes em trabalhos de grande êxito, o já citado ‘Salmo 91’ e ‘Por um Fio’, obra que levou aos palcos a narrativa integral do livro homônimo de Drauzio. Em ‘Salmo 91’, Rodrigo Fregnan também estava como ator e foi lá que ele e Rodolfo se conheceram.

O projeto conta também com os atores Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas, a musicista Sarah Assis, além do dramaturgista Cássio Pires, o vídeo artista Rogerio Velloso, o cenógrafo André Cortez, o músico Morris Picciotto, e a atriz, bailarina e diretora Kênia Dias como preparadora corporal e assistente de direção, artistas com trabalho autoral e investigativo, fundamentais na criação de um processo onde a experimentação e o risco serão matérias-primas para a criação de um CAPOTE contemporâneo e longevo.

FICHA TÉCNICA

Direção: Yara de Novaes. Elenco: Rodolfo Vaz, Rodrigo Fregnan e Marcelo Villas Boas. Musicista: Sarah Assis. Autor: Nikolai Gogol. Adaptação: Drauzio Varella. Dramaturgismo: Cássio Pires. Assistência de direção e preparação corporal: Kênia Dias. Cenografia e figurinos: André Cortez. Trilha sonora e música original: Dr.Morris. Vídeo arte e design de projeção: Rogerio Velloso. Criação de luz: Bruno Cerezoli. Visagismo: Leopoldo Pacheco. Arte e projeto gráfico: Lápis Raro. Fotografia: João Caldas. Coordenação de produção SP: Marlene Salgado. Produção: Oitis Produções Culturais e Rose Campos.

SERVIÇO

Local: Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Data: 15 de novembro a 14 de dezembro de 2015
Horário: 20h
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00
Classificação indicativa: 12 anos.
Informações: (61) 3108.7600
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