MULHERES MÁGICAS – REINVENÇÕES DA BRUXA NO CINEMA
Mostra no Centro Cultural Banco do Brasil investiga a imagem da bruxa ao longo da história do cinema
*Exibição de 25 filmes realizados em diferentes épocas e países
* Obras de ficção, documentário, experimental e performance
*Ciclo de debates on-line e sessão com acessibilidade
*Masterclass on-line com a filósofa, professora e ativista feminista italiana Silvia Federici, com tradução simultânea e LIBRAS
*Exibição de títulos on-line, no site da mostra: www.mulheresmagicas.com.br
*FOTOS EM ALTA:
https://www.flickr.com/photos/98687634@N06/albums/72177720296849445
Da bruxa má dos contos de fadas a símbolo do movimento de afirmação feminina, a figura da bruxa em toda sua complexidade inspira a mostra MULHERES MÁGICAS – REINVENÇÕES DA BRUXA NO CINEMA, que acontece de 9 a 20 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. Através de 23 sessões, será possível conhecer como essa personagem tão diversa tem sido concebida por diferentes realizadores cinematográficos desde os primórdios do cinema até os dias atuais.
Com curadoria da pesquisadora Carla Italiano, serão exibidos 25 filmes – 13 longas e 12 curtas-metragens – de vários países e gêneros, com destaque para obras de realizadoras mulheres. Para aprofundar e refletir sobre o tema, será realizado um ciclo de debates online com convidados(as) nacionais e internacionais e uma masterclass com a célebre feminista italiana Silvia Federici. Haverá ainda sessão infantil e sessão com acessibilidade, além da exibição de um recorte da programação on-line. A classificação indicativa vai de Livre a 16 anos – ver programação. Para as exibições presenciais, haverá cobrança de ingressos a R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia). A programação on-line é inteiramente gratuita.
Logo na sessão de abertura, no dia 9 de março, quarta-feira, às 19h30, será exibido o filme “Suspiria”, de 1977, um clássico do terror, responsável pelo culto em torno do cineasta italiano Dario Argento. A sessão será apresentada pela pesquisadora Lila Foster e a curadora da mostra Carla Italiano.
A mostra terá ainda exibição ao ar livre da obra-prima “O Mágico de Oz”, de Victor Fleming, 1939, para toda a família.
A MOSTRA
“MULHERES MÁGICAS: REINVENÇÕES DA BRUXA NO CINEMA” investiga como a figura da bruxa, entendida em um sentido amplo, vem sendo construída ao longo da história do cinema. Personagem popular, que integra o imaginário humano, a bruxa é vista em toda sua multiplicidade: nem positiva nem negativa, mas como uma potente via de investigação sobre as representações dos corpos e saberes femininos em imagem.
Ao longo de 11 dias de programação, serão exibidos 25 filmes de várias épocas, de vários gêneros (ficção, documentário, experimental e performance) e de muitos países – Islândia, Nigéria, Dinamarca, República Tcheca, Síria, Zâmbia, França, Itália, EUA e América Latina. Os títulos serão agrupados em dois eixos temáticos. De um lado, os principais estereótipos que formam o arquétipo da bruxa no cinema, contendo obras clássicas de mestres do cinema; e do outro, os contrapontos de reinvenção dessa figura por cineastas mulheres e perspectivas não ocidentais, apresentando uma visão “decolonial”, que pensa as intersecções de gênero, raça e classe social que incidem sobre essas representações. Partindo do livro “Calibã e a bruxa”, da pensadora Silvia Federici, que ministrará uma masterclass virtual durante a programação, a mostra investiga como esses diferentes corpos e heranças femininos foram elaborados pelo cinema.
A curadoria se divide em dois eixos. O primeiro irá revisitar a iconografia clássica das bruxas no cinema ocidental: os contos de fadas, as releituras históricas da caça às bruxas medieval, as mulheres monstruosas do cinema de horror, a hiper sensualidade. Este eixo contará com filmes como “O Mágico de Oz” (1939), e produções de diretores renomados como o dinamarquês Carl Theodor Dreyer, o italiano Dario Argento e o estadunidense George A. Romero.
Um segundo eixo vai apresentar contrapontos de reinvenção dessa figura, com destaque para uma perspectiva abrangente, rompendo com a visão colonialista. Deste segmento fazem parte os contos de “bruxas”, em releituras dos contos de fada tradicionais; as mulheres que se autodeclaram feiticeiras contemporâneas; e obras marcadas por sensibilidades negras afrodiaspóricas ou que trazem saberes de tradição indígena. Neste eixo estão produções assinadas por diretoras importantes do cinema mundial como a ucraniana Maya Deren, as estadunidenses Julie Dash e Kasi Lemmons, a francesa Camille Ducellier e a diretora do Zâmbia Rungano Nyoni.
Intimamente relacionados, os dois eixos são facetas do mesmo tema. Segundo a curadora Carla Italiano, “os títulos foram selecionados com a preocupação de não ofender quaisquer sensibilidades e visando abrir novos rumos de entendimento”.
MULHERES MÁGICAS – REINVENÇÕES DA BRUXA NO CINEMA começará por Brasília e seguirá para São Paulo (de 11 a 28 de março) e Rio de Janeiro (de 13/4 a 9/5).
ATIVIDADES ON-LINE
Para ampliar ainda mais a reflexão sobre o tema, as exibições presenciais serão acrescidas de uma ampla programação on-line, totalmente gratuita, com debates temáticos, reunindo convidados de relevância nacional, no canal YouTube da mostra, e disponibilização de títulos para visualização on-line no site da mostra. O ciclo completo de atividades on-line terá oito debates, entre março e abril de 2022, além de dois eventos internacionais: a Masterclass on-line com a escritora ítalo-americana Silvia Federici, em abril de 2022; e a Conferência com a pesquisadora portuguesa Teresa Castro, em março de 2022.
. 12 de março (sábado) – 16h
O início das atividades on-line contará com a conferência “Reinvenções da bruxa no cinema”. Contando com tradução em LIBRAS, a conversa reunirá a professora Roberta Veiga (UFMG) e as coordenadoras da mostra Carla Italiano e Tatiana Mitre.
. 15 de março (terça) – 19h30
Será realizado debate on-line sobre “Caça às bruxas medieval: releituras históricas”, reunindo a pesquisadora Gabriela Müller Larocca (PR), o pesquisador Leonardo Amaral (MG) e a crítica Glênis Cardoso (DF/ Verberenas).
. 20 de março (domingo) – 16h
No dia 20 de março, no encerramento da mostra em Brasília, uma mesa on-line terá como convidadas a pesquisadora Letícia Bispo (DF), a professora Milene Migliano (UFRB) e a cineasta indígena Olinda Muniz Wanderley, discorrendo sobre o tema “Reencantar o mundo: a bruxa e as perspectivas decoloniais”.
. 22 de março (terça) – 19h30
A mesa “Mulheres monstruosas e cinema de horror”, contará com tradução em LIBRAS e participação da professora Laura Cánepa (Anhembi Morumbi) e da crítica e pesquisadora Yasmine Evaristo (MG). Mediação de Camila Macedo (PR)
. 26 de março (sábado) – 15h30
Realização de conferência internacional sobre “O retorno das feiticeiras”. Uma conversa com Teresa Castro (professora de Paris 3 – Université Sorbonne Nouvelle). Com tradução em LIBRAS.
. MASTERCLASS
30 de abril (sábado) – 16h
Masterclass internacional com a pensadora e escritora Silvia Federici (EUA – autora de ‘Calibã e a bruxa’). Mediação da curadora Carla Italiano. Com tradução simultânea e tradução em LIBRAS.
. 19 de abril (terça) – 19h
Encerrando as atividades on-line, a mesa “Esses corpos insubmissos”, reunirá a realizadora Noá Bonoba (CE), a crítica Lorenna Rocha (PE) e a professora Ramayana Lira (UNISUL). Tradução em LIBRAS.
. EXIBIÇÕES ON-LINE
Disponíveis no site www.mulheresmagicas.com.br
De 18 a 21 de março
Praise House (28′, Julie Dash, 1991, EUA) | 12 anos
Kaapora – o Chamado das Matas (20′, Olinda Wanderley Yawar, 2020, Brasil) | Livre
[Com acessibilidade – legendagem descritiva]
PROGRAMAÇÃO DIÁRIA
9/03 – QUARTA-FEIRA
19h30 Abertura: Suspiria (98′, Dario Argento, 1977) | 16 anos
Com apresentação da pesquisadora Lila Foster e da curadora Carla Italiano
10/03 – QUINTA-FEIRA
17h50 O Covil das Bruxas (12′, Maya Deren, 1943) | 14 anos
Olá, Rain (30′, C.J. Obasi, 2014)
Feiticeiras, minhas irmãs (31′, Camille Ducellier, 2010)
19h50 Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (105′, Benjamin Christensen, 1922) | 12 anos
11/03 – SEXTA-FEIRA
17h10 Temporada das bruxas (104′, George A. Romero, 1972) | 14 anos
19h40 A Bruxa do Amor (120’, Anna Biller, 2016) | 14 anos
12/03 – SÁBADO
15h Amores Divididos (110’, Kasi Lemmons, 1997) | 14 anos
17h20 Dias de Ira (98′, Carl Th. Dreyer, 1943) | 12 anos
19h30 Eu não sou uma bruxa (93′, Rungano Nyoni, 2017) [Exibição única] | 12 anos
13/03 – DOMINGO
15h O Mágico de Oz (101′, Victor Fleming, 1939) [legendado] | Livre
17h20 A Máscara de Satã (87′, Mario Bava, 1960) | 14 anos
19h30 O Reino das fadas (16′, George Méliès, 1903) | 12 anos
A Árvore de Zimbro (78’, Nietzchka Keene, 1990)
15/03 – TERÇA
17h20 Häxan – A Feitiçaria Através dos Tempos (105′, Benjamin Christensen, 1922) | 12 anos
19h50 Temporada das bruxas (104′, George Romero, 1972) | 14 anos
16/03 – QUARTA-FEIRA
18h10 A Máscara de Satã (87′, Mario Bava, 1960) | 14 anos
20h30 Sessão Acessibilidade [legendas descritivas] | 14 anos
Kaapora – O Chamado das Matas (20′, Olinda Wanderley Yawar, 2020)
Amarração (7′, Hariel Revignet, 2020)
Praise House (28′, Julie Dash, 1991)
17/03 – QUINTA-FEIRA
17h40 Dias de Ira (98′, Carl Th. Dreyer, 1943) | 12 anos
20h10 Quem tem medo de ideologia? Parte 2 (38′, Marwa Arsanios, 2020) | 12 anos
A dupla jornada (53′, Helena Solberg, 1975)
[Exibição única]
18/03 – SEXTA
17h30 O Reino das fadas (16′, George Méliès, 1903) | 12 anos
A Árvore de Zimbro (78’, Nietzchka Keene, 1990)
19h50 Amores Divididos (110’, Kasi Lemmons, 1997) | 14 anos
19/03 – SÁBADO
15h20 O Covil das Bruxas (12′, Maya Deren, 1943)
Olá, Rain (30′, C.J. Obasi, 2014)
Feiticeiras, minhas irmãs (31′, Camille Ducellier, 2010)
17h20 Sortilégio do Amor (106′, Richard Quine, 1958) [Exibição única] | 12 anos
20h O Martelo das Bruxas (102′, Otakar Vávra, 1969) [Exibição única] | 14 anos
20/03 – DOMINGO
15h20 A Bruxa do Amor (120’, Anna Biller, 2016) | 14 anos
18h20 Transformations (9′, Barbara Hirschfeld,1976) | 16 anos
Boca de Loba (19′, Bárbara Cabeças, 2018)
La Cabeza Mató a Todos (8′, Beatriz Santiago Muñoz, 2014)
Borderhole (14′, Nadia Granados e Amber Bemak, 2017)
[Exibição única]
20h Suspiria (98′, Dario Argento, 1977) | 16 anos
27/03 – DOMINGO
Sessão para toda a família:
O Mágico de Oz (101′, Victor Fleming, 1939) com acompanhamento musical ao vivo | Livre
SINOPSES
O REINO DAS FADAS (Le Royaume des Fées)
dir. Georges Méliès (16′, França, cor, 1903) | Ficção
Colorido manualmente, este fascinante filme do precursor do cinema narrativo Georges Méliès é um dos primeiros a colocar em cena a figura da bruxa má. Na corte real, o príncipe Bal Azor apresenta a princesa Azurine, com quem pretende se casar, quando uma bruxa acompanhada de uma horda de demônios sequestra a princesa e a tranca em uma torre distante. Com a ajuda de fadas madrinhas, o príncipe faz uma incrível jornada por um reino mágico a fim de resgatar a sua amada.
HÄXAN – A FEITIÇARIA ATRAVÉS DOS TEMPOS (Häxan: Ett kulturhistoriskt föredrag i levande bilder)
dir. Benjamin Christensen (1922, 105′, p&b, Suécia) | Ficção/Documentário
O lendário filme mudo do dinamarquês Benjamin Christensen aborda a história da feitiçaria e da demonologia ao longo dos séculos, tomando como ponto de partida a caça às bruxas na Idade Média. Um híbrido de documentário e ficção, o filme antecipa gêneros e abordagens narrativas – como o horror gótico e o docudrama – resultando em uma experiência singular na história do cinema.
O MÁGICO DE OZ (The Wizard Of Oz)
dir. Victor Fleming (101′, EUA, cor, 1939) | Ficção
Um clássico atemporal lançado há mais de 80 anos. Após Dorothy e seu cachorro Toto serem apanhados por um tornado na sua cidade natal, eles são transportados para a terra mágica de Oz. Seguindo as indicações da bruxa boa do sul, Dorothy coloca sapatos mágicos de rubi e parte em busca do mago que a ajudará a voltar para casa, acompanhada por um grupo de novos amigos. No caminho, eles são perseguidos pela bruxa má do Oeste, determinada a roubar os sapatos da jovem.
DIAS DE IRA (Day of Wrath / Vredens dag)
dir. Carl Th. Dreyer (98′, Dinamarca, p&b, 1943) | Ficção
Realizada durante a ocupação nazista da Dinamarca, essa obra prima de Carl Theodor Dreyer aborda o desamparo individual frente à repressão crescente e paranoia social. O filme se passa durante a perseguição das bruxas na Dinamarca do século XVII. Anne, a segunda esposa de um pastor, descobre que sua própria mãe, acusada de bruxaria, foi salva da fogueira em troca da sua mão em casamento. Apaixonada por seu enteado, Anne se vê dividida entre a culpa e o desejo de viver. Mas quebrar o rígido código moral da época pode ter sérias consequências.
SORTILÉGIO DO AMOR (Bell, Book and Candle)
dir. Richard Quine (103′, EUA, cor, 1958) | Ficção
Comédia romântica com um elenco afiado que traz a dupla Kim Novak e James Stewart como protagonistas. No final da década de 1950, Gillian Holroyd é uma sedutora bruxa moderna que vive em Nova York. Quando ela conhece o seu vizinho, o editor Shepherd Henderson, decide fazer um feitiço para seduzi-lo. No entanto, Gillian acaba se entregando a essa relação improvável, o que apresenta um problema: ela perderá seus poderes caso venha a se apaixonar.
O COVIL DAS BRUXAS (The Witch’s Cradle)
dir. Maya Deren (12′, EUA, p&b, 1943] | Experimental
Curta-metragem silencioso e nunca finalizado da pioneira cineasta e coreógrafa ucraniana Maya Deren, feito em parceria com o artista surrealista Marcel Duchamp. Filmado na exposição “Art of this Century” (1942), na Galeria Guggenheim em Nova York, o trabalho dialoga com as forças do oculto em um intrincado jogo de formas e sensações, resultando em um poema fílmico às voltas com o intangível.
A MÁSCARA DE SATÃ (Black Sunday)
dir. Mario Bava (87′, Itália, p&b, 1960) | Ficção
Estreia na direção de longas-metragens de Mario Bava e um de seus filmes mais conhecidos. Na Moldávia do século XVII, a malvada princesa Asa (interpretada por Barbara Steele, que se tornaria uma estrela do horror gótico italiano) é condenada à morte por bruxaria. Duzentos anos depois, dois médicos descobrem sua cripta e acidentalmente dão início à sua ressurreição. Com a ajuda de homens que ela cativa com seu beijo mortal, Asa busca possuir sua última vítima – a princesa Katia, sua própria descendente.
O MARTELO DAS BRUXAS (Witchhammer / Witches’ Hammer / Kladivo na čarodějnice)
dir. Otakar Vávra (102′, Tchecoslováquia, p&b, 1969) | Ficção
Do notório diretor da nouvelle vague tcheca Otakar Vávra, O Martelo das Bruxas acompanha os julgamentos de bruxas da Morávia do Norte nos anos 1670. Inspirada por documentos históricos e pelo infame livro Malleus Maleficarum, a história tem como foco o padre Kryštof Lautner, que se torna vítima da caça às bruxas depois de se opor aos seus processos.
TEMPORADA DAS BRUXAS (Season of the Witch / Hungry Wives / Jack’s Wife)
dir. George A. Romero (90′, EUA, cor, 1972) | Ficção
Segundo longa-metragem de George A. Romero (de A noite dos mortos vivos), o filme constrói uma investigação sensível do desejo feminino à luz dos movimentos feministas dos anos 1970 nos EUA. A dona de casa Joan Mitchell aparenta ter tudo o que sempre sonhou: família, amigos e uma linda casa equipada com os mais novos aparelhos eletrônicos. Mas quando uma vizinha lhe apresenta a prática da bruxaria, ela descobre o antídoto perfeito para sua monótona existência de esposa suburbana.
A DUPLA JORNADA (Double Day / La doble jornada)
dir. Helena Solberg (53′, Argentina/Bolivia/México/Venezuela, cor, 1975) | Documentário
Filmado em fábricas no México e na Argentina, e em minas na Bolívia e Venezuela, A Dupla Jornada examina as condições da mão de obra feminina como força de trabalho na América Latina dos anos 1970. Um olhar sobre organização coletiva, autonomia e formas de resistência à tentativa de domesticação dos corpos femininos.
TRANSFORMATIONS
dir. Barbara Hirschfeld (9′, EUA, p&b, 1976) | Ficção/Experimental
Realizado por um coletivo de mulheres de Vermont nos anos 1970 liderado pela realizadora Barbara Hirschfeld e a compositora Julia Haines. Uma hipnotizante ficção experimental feminista sobre um grupo de bruxas fazendo rituais de magia em diálogo com a natureza, em que cada aspecto da sua realização se torna um agente transformador.
SUSPIRIA
dir. Dario Argento (98′, Itália, cor, 1977) | Ficção
Longa do mestre de terror italiano Dario Argento que dá início à chamada “Trilogia das Bruxas”. Em Suspiria, quando Suzy Banner chega à escola de balé alemã em que sempre sonhou estudar, eventos perturbadores e uma série de assassinatos a levam a tentar desvendar segredos que podem estar ligados ao mundo sobrenatural. Exibição digital a partir da cópia restaurada em 4k.
A ÁRVORE DE ZIMBRO (The Juniper Tree)
dir. Nietzchka Keene (78′, Islândia/EUA, p&b, 1990) | Ficção
Baseado no conto de fadas pouco conhecido dos Irmãos Grimm “The Juniper Tree”, este filme imersivo e onírico é ambientado na Islândia medieval. Ele retrata a história de duas irmãs, Katla, e sua irmã mais nova Margit (interpretada pela cantora Björk), que fogem de casa após sua mãe ser queimada por bruxaria.
PRAISE HOUSE
dir. Julie Dash (28′, EUA, cor, 1991] | Ficção/Performance
Curta da aclamada diretora Julie Dash (de Filhas do Pó) que combina elementos de teatro, dança e música baseados nos ritmos e rituais de origem africana, em uma ode à potência transformadora da arte. Fruto da colaboração com a coreógrafa Jawole Willa Jo Zollar e o grupo Urban Bush Women, o filme acompanha uma jovem inspirada a dançar por um espírito poderoso e criativo que só ela e sua avó podem ver, às voltas com a difícil relação com sua mãe e o peso da realidade.
AMORES DIVIDIDOS (Eve’s Bayou)
dir. Kasi Lemmons (110′, EUA, cor, 1997) | Ficção
Em seu primeiro longa-metragem, a diretora e roteirista americana Kasi Lemmons cria o potente retrato de uma família negra de classe média em uma Nova Orleans do início dos anos 1960. Por meio do olhar de uma criança, o filme apresenta a genealogia dos conhecimentos e dons femininos transmitidos por gerações de uma mesma comunidade, atravessada por uma magia secular de origem afro-caribenha.
FEITICEIRAS, MINHAS IRMÃS (Sorcières, mes soeurs)
dir. Camille Ducellier (31′, França, cor, 2010) | Documentário
Quem são as mulheres que encarnam o perigo dos tempos? Aqui estão algumas das bruxas dos dias atuais que cruzaram o caminho da diretora, em cinco retratos captados em 16mm. Mulheres que não cederam à ordem religiosa ou viril, que preservaram seu poder espiritual e intelectual, que se recusaram a aceitar. Fazendo um ato de cura, conversando com a natureza ou celebrando Joana D’Arc, cada personagem oferece, aqui e agora, uma visão política desse arquétipo.
LA CABEZA MATÓ A TODOS
dir. Beatriz Santiago Muñoz (8′, Porto Rico, cor, 2014) | Experimental
Instruções para destruir o aparato de guerra com um feitiço. Neste trabalho da artista visual Beatriz Santiago Muñoz (de Oriana), encontramos uma combinação de mitologias indígenas com personagens atuais, geografias e culturas de Porto Rico. O título refere-se a uma estrela cadente, interpretada como uma cabeça sem corpo, que sinalizou a chegada do caos e da destruição ao atravessar os céus.
A BRUXA DO AMOR (The Love Witch)
dir. Anna Biller (120′, EUA, cor, 2016) | Ficção
Elaine, uma bela e jovem bruxa nos dias atuais, está determinada a encontrar um homem para amá-la incondicionalmente. Em seu apartamento gótico vitoriano, ela faz feitiços e poções. No entanto, seus feitiços funcionam muito bem, e ela acaba com uma série de vítimas infelizes. Quando finalmente conhece o homem dos seus sonhos, seu desespero por ser amada a qualquer custo pode levá-la às últimas consequências.
BORDERHOLE
dir. Nadia Granados e Amber Bemak (14′, EUA/Colômbia, cor, 2017) | Documentário/Experimental
Borderhole se passa na fronteira imaginária entre a Colômbia e os Estados Unidos, investigando a relação entre a América do Norte e a do Sul através da lente do sonho americano. Iluminando as tensões dentro e ao redor dessa fronteira mítica, a obra explora o imperialismo e a globalização, uma construção mutante de gênero e a coreografia dos corpos de duas mulheres em relação à sociopolítica e aos ecossistemas.
EU NÃO SOU UMA BRUXA (I am not a witch)
dir. Rungano Nyoni (93′, Zâmbia/Reino Unido, cor, 2017] | Ficção
Primeiro longa-metragem da diretora galesa nascida no Zâmbia Rungano Nyoni, que mistura humor e crítica social com toques surreais. Quando Shula, de oito anos, aparece sozinha em uma aldeia rural zambiana, os moradores ficam desconfiados. Um pequeno incidente se intensifica para um julgamento, onde ela é considerada culpada e condenada a viver em um campo estatal para bruxas. Logo ela é forçada a tomar uma decisão – se resignar à vida no campo ou correr um risco pela liberdade.
OLÁ, RAIN (Hello, Rain)
dir. C.J. Obasi (30′, Nigéria, cor, 2018) | Ficção
Adaptação do conto Hello, Moto, da premiada escritora Nnedi Okorafor, pelo diretor nigeriano C.J. Obasi. Através de uma combinação de juju – um poder sobrenatural atribuído a um objeto – e tecnologia, três bruxas cientistas criam perucas mágicas que lhes conferem poderes extraordinários. No entanto, quando esses poderes fogem ao controle, Rain, a líder do grupo, precisa deter suas companheiras antes que seja tarde demais.
BOCA DE LOBA
dir. Barbara Cabeças (19′, Brasil, cor, 2018) | Ficção/Performance
Pressões assediadoras das ruas. E um grupo de mulheres procura pela invocação de um espírito selvagem urbano. Curta cearense com inspiração na literatura e nos gestos da performance.
QUEM TEM MEDO DE IDEOLOGIA? – PARTE 2 (Who is afraid of ideology – Part 2)
dir. Marwa Arsanios (27′, Líbano/Síria, cor, 2020) | Documentário
Uma investigação da artista libanesa Marwa Arsanios sobre os laços entre ecologia, feminismo e organização coletiva. Este documentário lírico explora a política radical de uma cooperativa agrícola libanesa conduzida pelas cidadãs de Jinwar, com a construção de um vilarejo exclusivamente feminino no norte da Síria.
AMARRAÇÃO
dir. Hariel Revignet, 2020 [7′, cor, Brasil] | Documentário/Performance
A obra da artista visual goiana Hariel Revignet evoca a ideia de amarração como um trabalho político-poético de reconhecer a necessidade de união estratégica e consciente de uma retomada indígena e afro diaspórica ancestral. Curar feridas coloniais que nos distanciam da divindade da terra a partir das propriedades curativas das ervas.
KAAPORA – O CHAMADO DAS MATAS
dir. Olinda Yawar Muniz Wanderley (20′, Brasil, 2020, cor) | Documentário/Performance
Uma narrativa de conexão dos povos indígenas com a terra e sua espiritualidade do ponto de vista da indígena Olinda, que desenvolve projeto de recuperação ambiental nas terras de seu povo Tupinambá. Tendo a cosmovisão indígena como lente, a Kaapora e outros personagens espirituais são a linha central do filme.
FICHA TÉCNICA
Realização: Amarillo Produção Audiovisuais
Coordenação: Carla Italiano e Tatiana Mitre
Curadoria: Carla Italiano
SERVIÇO
Data: 9 a 20 de março de 2022
Local: Cinema do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Classificação indicativa: de Livre a 16 anos (ver programação).
Ingressos: R$10 inteira / R$5 meia
Exibições on-line: www.mulheresmagicas.com.br
Informações:
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Assessoria de imprensa: Objeto Sim Projetos Culturais
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