FURACÃO CARMEN

Espetáculo teatral une Brasil, Portugal e Argentina numa trama localizada em Cuba

*Encenação marca as celebrações dos 40 anos de trabalho do ator Murilo Grossi e a estreia do português António Revez em terras brasileiras

*Texto foi especialmente escrito para a dupla de intérpretes pelo dramaturgo argentino Santiago Serrano

FOTOS EM ALTA:
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Malecón de Havana. Neste espaço simbólico, que habita o imaginário de pessoas ao redor do mundo, dois homens de diferentes nacionalidades se encontram por acaso. Ambos têm suas raízes em Cuba e acabam de chegar a Havana, onde cada um conhece uma mulher pela qual se apaixonam. Tudo estaria bem não fosse o fato de o noticiário alardear a chegada premente de um furacão devastador. Este é o ambiente em que se desenvolve a trama de FURACÃO CARMEN, espetáculo ibero-americano, que faz sua estreia durante o 20º CENA CONTEMPORÂNEA – Festival Internacional de Teatro de Brasília, quando se apresenta de 22 de agosto a 1º de setembro, em diferentes unidades do SESC e segue em temporada no Teatro SESC Garagem, de 05 a 08 de setembro.

FURACÃO CARMEN é resultado de alguns anos de encontros, conversas e pesquisas. Em cena, estão o brasileiro Murilo Grossi (ator com trajetória de grande reconhecimento no teatro, cinema e televisão, e que está completando 40 anos de carreira) e o português António Revez (criador e diretor artístico do FITA – Festival Internacional de Teatro de Alentejo). Os dois se conheceram em 2014, quando Murilo apresentou-se no 1º FITA, nas cidades de Beja e Évora, com o espetáculo ‘Dinossauros’, dirigido por Guilherme Reis, a partir de texto do argentino Santiago Serrano. A empatia foi imediata e nasceu o desejo de criar a ponte entre Brasil e Portugal, através do teatro. De lá para cá, os atores se encontraram em festivais internacionais de teatro, visitaram Havana, conversaram com o autor, trocaram ideias. Foi só uma questão de tempo.

FURACÃO CARMEN será apresentado dentro da programação do 20º CENA CONTEMPORÂNEA, nos dias 22, 23, 24 e 25 de agosto (de quinta a domingo), no Teatro SESC Newton Rossi Ceilândia, sempre às 20h; e de 29 de agosto a 1º de setembro, no Teatro SESC Garagem (913 sul), com sessões, na quinta, às 20h, e de sexta a domingo, às 17h e às 20h. Ingressos a R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). Após o encerramento do festival, o espetáculo segue em cartaz no Teatro SESC Garagem, de 05 a 08 de setembro, sempre às 19h30.

A montagem tem o patrocínio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal 2017.

O ESPETÁCULO

FURACÃO CARMEN aborda o tema da espera, a partir de elementos que compõem o universo masculino e suas maneiras de rivalizar. Os dois personagens centrais, assim como os atores, têm origens diferentes, mas acabam encontrando pontos de união, para além dos conflitos. São homens solitários, à procura de sentimentos verdadeiros, dispostos a lançar-se ao desconhecido. Num mundo cada vez mais intolerante, em que imperam a violência e o descaso para com milhares de imigrantes, a peça vem falar da capacidade de compreender e respeitar o outro. Embora venham de terras distantes, os personagens falam a mesma língua e ambos se encontram na mítica Havana, uma terra de utopias, crises e mudanças constantes, cidade criticada por muitos, mas única em perfil no mundo. Havana como um símbolo de possibilidades.

O texto tem a marca da escrita do argentino Santiago Serrano, um autor que tem sido cada vez mais encenado no Brasil. A obra do dramaturgo foi inicialmente conhecida no País através da encenação de “Dinossauros”, espetáculo protagonizado por Murilo Grossi, que inaugurou o Espaço Cena em Brasília em 2005, deu origem ao Grupo Cena e transitou pelo Brasil e pelo exterior durante dez anos. A partir de então, o talento de Santiago Serrano reproduziu-se em textos como “Fronteiras”, “Eldorado”, “Noctiluzes”, “Autópsia de um Beija-Flor”, em encenações assinadas por coletivos de Brasília, São Paulo, Bahia e outros estados brasileiros.

FURACÃO CARMEN foi especialmente concebida para Murilo Grossi e António Revez. Autor e atores conversaram bastante para compor o perfil dos personagens e a opção estética da encenação. A proposta é apostar no que muitos definem como sendo o ‘teatro essencial’, ou seja, o ator e o texto como elementos primordiais do espetáculo, reduzindo-se ao mínimo a cenografia, os adereços e demais elementos. Atores e texto serão responsáveis por criar toda a atmosfera de expectativa pela chegada de um intenso furacão, violento como tantos outros que devastam a ilha de tempos em tempos. E revelar como será a reação dos protagonistas.

Após a estreia em Brasília, o espetáculo deverá cumprir temporada em festivais internacionais europeus e latino-americanos.

SINOPSE – Malecón (orla) da cidade de Havana. Um furacão avança pelo horizonte. O céu e os ventos são ameaçadores. Dois homens, desconhecidos entre si, esperam uma mulher. Eles não têm noção do perigo que se avizinha do mar. Têm apenas a certeza de terem conhecido a mulher de suas vidas e estão dispostos a tudo para conquistar para sempre esse amor. Eles brincam, brigam, descobrem origens comuns e não se assustam com os avisos do furacão Carmen que se aproxima pouco a pouco.

A EQUIPE

SANTIAGO SERRANO – autor
Premiado dramaturgo e teatrólogo argentino, nascido em 1954. Psicanalista e Licenciado em Psicologia na Universidade de Buenos Aires. Psicodramaturgo e Coordenador de Grupos formado pela Escola de Psicodrama de Tato Pavlovsky. Trabalhou como professor da Cátedra de Grupos da Escola Municipal de Arte Dramática de Buenos Aires. Iniciou-se no teatro como ator. Em 1991, com sua obra “Dinosaurios” ganha o prêmio de Melhor Obra Original no Festival de Teatro do Centro Cultural General San Martín. Segue conquistando prêmios internacionais por obras como “Se mira y no se toca” (2001), “Sexualmente hablando” (2005), “Por las diez pulgadas de un bárbaro” (2007), dentre outros. Em 2006, leciona uma oficina de dramaturgia e várias conferências na Universidade de Grenoble (França). Em 2008, estreia sua primeira obra escrita em português, “Eldorado” com interpretação de Eduardo Okamoto, que foi indicado ao Premio Shell por seu trabalho nesta obra. Em 2014 estreia em Brasília sua obra “Noctiluzes”, escrita especialmente para o Grupo Plagio, que foi indicada como uns dos dez melhores espetáculos em temporada em São Paulo. De sua autoria, a Cia Plágio encenou ainda “A Autopsia de um Beija-flor”, “Alma de Boleros” e “Saiba o Seu Lugar”.

MURILO GROSSI – ator e diretor
Nascido em 1964, é ator com larga experiência no cinema, teatro e televisão. Já atuou em 35 longas-metragens, sob a direção de alguns dos mais importantes realizadores do Brasil, como Walter Salles, Daniela Thomas, Sandra Werneck, Daniel Filho, Ruy Guerra, Sérgio Rezende, Lúcia Murat, José Eduardo Belmonte e mais recentemente, Iberê Carvalho (O Homem Cordial, 2018) e André Cavalheira (New Life S.A., 2017, pelo qual recebeu prêmio no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro), dentre muitos outros. Participou de mais de três dezenas de novelas e seriados em emissoras como TV Globo e TV Record, como Salve Jorge, Amor Eterno Amor, A Grande Família etc. Em teatro, estrelou cerca de 20 espetáculos, desde a estreia, em 1980, em A Revolução dos Bichos, dirigido por Guilherme Reis, até recentemente em Mãe Coragem, sob a direção de Daniela Thomas, apresentada até julho de 2019.

ANTÓNIO REVEZ – ator
Nasceu em Lisboa em 1972 e iniciou sua atividade como ator em 1992. Em 1997, funda a Lendias d’ Encantar onde acumula as funções de diretor artístico, ator e encenador. Como ator trabalhou essencialmente em teatro (cerca de 70 produções), mas também passou pelo cinema e pela televisão. Desde 1994, ministra cursos de formação teatral a jovens, crianças e adultos, e é frequentemente convidado por estabelecimentos de ensino secundário e universitário para dar formação, participar em debates e conferências. Desde 2003, mantém uma participação regular em festivais internacionais de teatro e outros eventos, principalmente Cuba, Canadá, Venezuela, Nicarágua, Colômbia, Brasil, Argentina, República Dominicana e Espanha. Entre 2008 e 2010, ocupou o cargo de Diretor Artístico do Cine-Teatro Sousa Telles, em Ourique. De 2011 a 2017, foi responsável pela programação artística do Espaço Os Infantes. Em junho de 2018, em conjunto com Ivan Castro e Ana Rodrigues, fundou a CADAC, Companhia Alentejana de Dança Contemporânea. Atualmente é Diretor Artístico do FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo e do Festival das “Marias” – Festival Pluridisciplinar de Criação no Feminino. É também Presidente da Direção da Associação Lendias d’ Encantar.

FICHA TÉCNICA
Elenco: Antônio Revez e Murilo Grossi
Texto: Santiago Serrano
Direção Geral: Murilo Grossi
Codireção: Sérgio Sartório
Tradução do texto em português: Carmem Moretzsohn
Música Original: Gabriel Grossi
Cenografia: Chico Sassi
Figurinos: Chico Sassi
Iluminação: Sérgio Sartório
Direção Musical: Gabriel Grossi
Trilha Sonora: Gabriel Grossi
Fotografia: Alexandre Magno
Identidade Visual: Chico Sassi
Assessoria de Imprensa: Objeto Sim
Mídias Sociais: Objeto Sim
Produção: Daniela Vasconcelos e Fernanda Ribeiro Bigonha (Guinada Produções)
Coprodução: Lendias d’ Encantar

SERVIÇO
De 22 a 25 de agosto, no Teatro SESC Newton Rossi Ceilândia, às 20h, ingressos a R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)

De 29 de agosto a 1º de setembro, no Teatro SESC Garagem (913 sul), quinta-feira, às 20h, e de sexta a domingo, às 17h e às 20h, ingressos a R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)

De 05 a 08 de setembro, no Teatro SESC Garagem (913 sul), às 19h30