FUKUSHIMA MON AMOUR
Grande mestre do butô, Tadashi Endo faz curta temporada na CAIXA Cultural Brasília
*Novo solo do coreógrafo japonês radicado na Alemanha fala do desastre de 2011
*Música original é assinada pelo compositor brasileiro Daniel Maia.
Link trailer: https://www.youtube.com/watch?v=0pQMQijMAXU
Fotos em alta: www.periplo.com.br/fotos_fukushima.zip
Colaborador de Kazuo Ohno, considerado um dos grandes mestres do butô no mundo, o japonês Tadashi Endo está no Brasil. Depois de fazer turnê pela Europa, ele apresenta aqui seu novo espetáculo, Fukushima Mon Amour, inspirado no desastre natural e no acidente nuclear, ocorridos no Japão, em 2011. Em cena, Tadashi Endo dança a dor da tragédia e a esperança da reconstrução, celebra o poder da natureza e questiona a relação do homem com a preservação da vida. Fukushima Mon Amour faz curta temporada em Brasília, de 6 a 8 de março, na CAIXA Cultural.
“Se você está feliz, você não precisa dançar, mas se você está triste ou sente dor, você TEM que dançar”, afirma o bailarino. E foi por meio da dança que Tadashi Endo quis refletir sobre as tragédias que abalaram Fukushima em 2011: o tsunami seguido de um acidente nuclear. Um acidente natural e um acidente provocado pela invenção humana.
Tadashi passou boa parte da infância na região de Fukushima. Mas foi quando se deparou com a imagem de um cachorro vagando pela cidade após a tragédia que decidiu abordar o tema em seu novo espetáculo. Segundo revela, chamou sua atenção o instinto dos animais – cachorros e gatos abandonados pela urgência em salvar vidas humanas -, que foram condenados pelo envenenamento pela radiação e que passaram a se reorganizar sem conflitos em busca de alimento. “É possível a um humano, simplesmente ‘ser’, como estes animais?” – questiona-se Endo.
Quando ocorreu o acidente de Fukushima, Tadashi Endo estava no Brasil. Um ano depois, de volta ao Japão, encontrou seu povo ainda abalado e sem querer tocar no assunto, para não aumentar a dor. Resolveu então usar a dança para “falar” da tragédia. No espetáculo, ele utiliza apenas a música composta especialmente pelo brasileiro Daniel Maia e projeções, que dão a dimensão da vida antes e depois do ocorrido.
Fukushima Mon Amour é uma produção do Theaterwerkstatt Hannover, em colaboração com o Butoh Centrum MAMU Göttingen, patrocinado pela cidade de Hannover e pelo Ministério da Cultura da Baixa Saxônia. No Brasil, a produção da turnê é realizada pela Périplo Produções.
PARCERIA
Para iniciar o processo de criação, Tadashi convidou Daniel Maia para passar um mês em sua casa em Göttingen, no interior da Alemanha – Endo vive na Europa há 40 anos. Lá, o compositor faria uma residência artística para compor a trilha sonora original do futuro solo de Tadashi. Os artistas já haviam trabalhado juntos em 2010, na montagem do espetáculo MabeMa, no qual Tadashi dirigiu atores brasileiros num trabalho inspirado no pintor Manabu Mabe.
Daniel chegou a Göttingen em julho de 2012, no momento em que Tadashi e sua esposa tentavam secar o subsolo e o primeiro andar da casa, que havia sido inundada por uma forte chuva. Um trabalho que tinha como reflexão as tragédias naturais e humanas começou com Tadashi, sua esposa e Daniel enxugando a casa por dias seguidos. Uma coisa pode não ter tocado na outra, mas o fato é que estavam juntos tentando construir um espetáculo que nascesse do pensamento sobre onde estas tragédias (naturais e humanas) se encontram.
A música foi criada com base nas conversas e nas referências trazidas por Tadashi, como o depoimento de Oppenheimer, físico teórico e diretor científico do Projeto Manhattan (que produziu a primeira bomba atômica); imagens do livro Deadly Ashes, de Eikoh Hosoe, com fotos de Hiroshima, Pompeia, Auschwitz; Joe O’Donnell, que fotografou as consequências atrozes de Hiroshima e Nagasaki em 1945 e as fotos das Sombras de Hiroshima, impressas contra paredes e muros de pessoas aniquiladas instantaneamente pela bomba atômica. O músico deixou a trilha sonora pronta e voltou para o Brasil sem ver o espetáculo concluído, já que a música foi criada antes do movimento. Tadashi elaborou o solo a partir da música.
TADASHI ENDO
Tadashi Endo é diretor do Butoh Centrum MAMU e dos festivais de butô MAMU, em Göttingen. Consegue realizar, como poucos, a junção da linguagem e da sabedoria da dança e do teatro tradicionais do Oriente e do Ocidente. Seu repertório inclui teatro Kabuki e dança Butô, bem como as formas tradicionais do teatro ocidental – ele estudou direção teatral no Max-Reinhard-Seminar, de Viena.
Nessa síntese de tradições, Tadashi Endo transcende os limites de cada uma, embora o transe do butô permaneça visível como ponto de partida de seu movimento. Em suas danças, Endo consegue expressar os campos de tensão entre Ying e Yang, macho e fêmea e sua alternância nunca duradoura. Usa o poder sugestivo das frases de movimento para explorar o encerramento dos ciclos da vida.
Em 1989, Tadashi Endo encontrou Kazuo Ohno pela primeira vez e os dois iniciaram um processo de colaboração. Desde então, o trabalho de Endo foi bastante influenciado pelo maior nome do butô no mundo. Hoje, aos 64 anos, ele é um dos principais responsáveis pela difusão da dança butô, apresentando-se em turnês pela Europa, Américas e Ásia. Desde 2002, o artista visita o Brasil regularmente, apresentando seus espetáculos e ministrando workshops para artistas.
Site oficial: www.tadashi-endo.de
SERVIÇO
FUKUSHIMA MON AMOUR
Local: CAIXA Cultural Brasília (SBS Quadra 4 Lotes 3 / 4)
Data: 6, 7 e 8 de março de 2015
Horários: 20h (sexta e sábado) e 19h (domingo)
Ingressos: R$ 20,00 e R$ 10,00
Duração: 60 minutos
Capacidade: 409 lugares
Classificação indicativa: 14 anos
Informações: 61 3206-9448 | 61 3206-9449 – caixacultural.df@caixa.gov.br
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