Festival Moacir Santos

*Apresentações musicais, palestra e lançamento de livro marcam a passagem do projeto por Brasília

*Programação contará com shows ao ar livre de nomes como o flautista norte-americano Hubert Laws e o percussionista brasileiro Laudir de Oliveira

*O trombonista Curt Berg, dos Estados Unidos, faz palestra sobre as orquestrações do maestro Moacir Santos

*Um dia inteiro dedicado à música de um dos mais originais compositores da música brasileira e, no dia seguinte, palestras que propõem reflexões sobre a importância do maestro

Figura das mais importantes na música brasileira, o compositor, instrumentista e maestro pernambucano Moacir Santos (1926-2006) está merecendo uma grande homenagem. É o FESTIVAL MOACIR SANTOS, que ao longo do mês de agosto irá circular por Rio de Janeiro (de 6 a 9), Brasília (10 e 11) e Recife (13 e 14), apresentando grandes shows inspirados na música única e original do compositor de sucessos como Nanã. Em Brasília, os dias 10 e 11 de agosto serão dedicados à música, com shows, palestras e lançamento de livro sobre a vida do artista, no Centro Cultural Banco do Brasil. A concepção, criação e curadoria são da flautista Andrea Ernest Dias, autora da biografia deste mestre brasileiro da música. Patrocínio: BNDES e Banco do Brasil. Entrada franca.

Esta é a segunda edição do projeto, que em sua primeira versão ficou restrito a Pernambuco, terra do inesquecível maestro. A partir das 16h do dia 10 de agosto, os jardins do CCBB serão ocupados por um grande palco que vai acolher uma galeria de artistas que estão entre os grandes nomes da música contemporânea. Hubert Laws, um dos principais flautistas do jazz americano em todos os tempos, e o trombonista e arranjador Curt Berg, que tinha uma relação pessoal e profissional com o maestro, são as atrações internacionais. E dentre os brasileiros, nomes como Laudir de Oliveira e Sizão Machado.

A programação nacional traz músicos que têm afinidade com a obra de Moacir Santos e também promove encontros no palco. A Banda Ouro Negro, por exemplo, cuja formação foi pensada de acordo com a primeira formação criada pelo maestro para seu primeiro disco, terá a participação de Curt Berg. O grande Laudir de Oliveira, que participou do grupo Moacir Santos and The Fabulous Prees, dividirá o palco com Armando Marçal, percussionista que já tocou com Pat Metheny, Al Jarreau, Jorge Benjor, Caetano Veloso e Chico Buarque. Sem falar de Sizão Machado Quarteto, que em seu trabalho mais recente – A Bênção, maestro Moacir Santos – fez um tributo ao maestro Moacir Santos.

A homenagem se estende, no dia 11, a duas palestras que prometem refletir sobre a vida do grande maestro: As orquestrações de Moacir Santos e sua parceria com Curt Berg, que será ministrada pelo músico norte-americano Curt Berg, e Moacir Santos, ou os caminhos de um músico brasileiro, com a flautista Andrea Ernest Dias, diretora artística do Festival Moacir Santos. Andrea também lança o livro Moacir Santos, ou os caminhos de um músico brasileiro (Editora Folha Seca), fruto de sua tese de dourado. O livro recupera a trajetória do compositor, dosando biografia e análise musical. Durante o festival, o título estará à venda na livraria do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

MOACIR SANTOS

(Flores-1926 * Pasadena-2006)
A obra do compositor, instrumentista e maestro brasileiro Moacir Santos, nascido no Alto Sertão Pernambucano, é reconhecida como uma das mais ricas e originais da música brasileira. Seu estilo peculiar, desenvolvido sobre gêneros populares e eruditos, associa a sonoridade característica das bandas de música e jazz-bands de sua formação inicial no sertão à ampla experiência adquirida em sua atuação como maestro e arranjador no Brasil e nos Estados Unidos.

Na infância, Moacir tocava nas bandas do sertão. Depois de percorrer diversas cidades e capitais do Nordeste, chegou ao Rio de Janeiro no fim da década de 1940, onde trabalhou na Rádio Nacional. Foi contratado inicialmente como saxofonista, mas pouco depois tornou-se maestro, passando a integrar um time de profissionais do gabarito de Radamés Gnattali e Lyrio Panicalli. No auge da bossa nova, foi professor de personagens fundamentais da música popular brasileira, como Baden Powell, Paulo Moura, João Donato, Sergio Mendes e Nara Leão.

Na década de 60, compôs trilhas sonoras para o cinema novo (Ganga Zumba, O Beijo, Os Fuzis e Seara Vermelha) e lançou o seminal LP Coisas. Sua música de maior sucesso, Nanã, foi gravada em centenas de interpretações e é tocada no mundo todo. Em quarenta anos de vida nos Estados Unidos, onde foi morar em 1967 após a ótima repercussão da trilha sonora composta para a produção hollywoodiana Amor no Pacífico, Moacir Santos consolidou sua reputação como compositor e professor. Lançou quatro LPs autorais, três deles pela renomada gravadora Blue Note, e passou a ter seu nome associado a grandes expoentes do jazz, como Horace Silver, Joe Pass, J.J.Jonhson, Frank Rossolino, Gary Foster e Clare Fischer.

No Brasil, sua obra foi reapresentada ao público no início dos anos 2000, no âmbito do Projeto Ouro Negro, dos produtores e instrumentistas Mario Adnet e Zé Nogueira. Moacir Santos foi agraciado com inúmeros prêmios e homenagens, entre eles a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura e o Prêmio Shell da Música Brasileira, em 2006.

PROGRAMAÇÃO

10/08 (domingo) – Jardins do CCBB

16h Abertura: Laudir de Oliveira & Armando Marçal
16h20 Sizão Machado Quarteto no show À Benção, Maestro Moacir Santos!
17h30 Hubert Laws & convidados: Ricardo Silveira, Kiko Freitas e John Leftwich
19h Banda Ouro Negro
Direção: Mario Adnet e Zé Nogueira. Participação especial: Curt Berg

11/08 (segunda) – Teatro I do CCBB

16h Palestra As orquestrações de Moacir Santos e sua parceria com Curt Berg
Palestrante: Curt Berg (compositor, orquestrador e trombonista, Seattle/WA)
17h30 Palestra Moacir Santos, ou os caminhos de um músico brasileiro
Palestrante: Andrea Ernest Dias (flautista e diretora artística do Festival Moacir Santos)

OS ARTISTAS

Laudir de Oliveira & Armando Marçal

A dupla de percussionistas e mestres da tradição musical afro-brasileira abre o Festival Moacir Santos em Brasília. Laudir de Oliveira começou a carreira na década de 60 como percussionista do grupo folclórico da coreógrafa Mercedes Batista. Alguns anos depois, participou do grupo Moacir Santos and The Fabulous Prees, acompanhou Sérgio Mendes & Brasil’66 em shows realizados nos Estados Unidos e integrou o conjunto Vox Populi. De volta ao Brasil, fundou o Som Imaginário com Wagner Tiso, Zé Rodrix, Tavito e Luis Alves, para acompanhar o cantor Milton Nascimento. Na década de 70, aceitou o convite de Sergio Mendes para integrar o Brasil’66 e mudou-se para o Estados Unidos, onde viveu até 1984. Lá, participou do grupo americano Chicago e de duas turnês internacionais de Chick Corea. Fez parte do Paul Winter Consort, ao lado do violinista Oscar Castro Neves. Ao longo de sua carreira, acompanhou em shows e gravações diversos artistas brasileiros: Hermeto Pascoal, Marcos Valle, Toninho Horta, Beth Carvalho, Martinho da Vila, João Nogueira, Fagner, Maria Bethânia, Gal Costa, Gilberto Gil e Dori Caymmi. Atuou ainda em gravações de artistas internacionais, destacando-se Chicago, Earl Klugh, Leon Ware, Kemmy Loggins, Paul Winter, Jackson Five, Chick Corea, Nina Simone e Sadao Watanabe.
Armando Marçal – O percussionista carioca, também conhecido como Marçalzinho, começou a carreira aos 16 anos. Faz parte da terceira geração de uma família de percussionistas. É filho de Mestre Marçal, um dos maiores diretores de bateria de escola de samba de todos os tempos (atuou na Portela, Unidos da Tijuca e Viradouro) e neto de Armando Marçal, compositor que formou uma das duplas mais marcantes da história do samba, Marçal & Bide. Nos Estados Unidos, Marçalzinho trabalhou com artistas como Pat Metheny, Paul Simon e Al Jarreau. No Brasil, atuou ao lado de grandes nomes da música popular brasileira como Gal Costa, Jorge Benjor, Caetano Veloso, Emilio Santiago, Marina, João Bosco, Djavan, Vanessa da Mata, Chico Buarque, Paralamas do Sucesso e Lulu Santos, entre outros. Marçalzinho integra também a Banda Ouro Negro desde o início do grupo.

Sizão Machado Quarteto
O contrabaixista Sizão Machado é reconhecido nacional e internacionalmente por suas atuações ao lado de Chet Baker, Herbie Mann, Elis Regina, Jim Hall, Chico Buarque, Dori Caymmi, Djavan, Milton Nascimento, Dionne Warwick, Ivan Lins, Paulo César Pinheiro, Paul Winter, Hendrick Merkins, entre outros. No disco solo Quinto Elemento (2001), Sizão reuniu composições próprias e peças tocadas ao longo carreira. Em seu trabalho mais recente – A Bênção, maestro Moacir Santos – Sizão faz com seu quarteto um tributo ao maestro Moacir Santos, gravando sua obra e também composições inéditas de grandes instrumentistas: Nailor Proveta, Maurício Carrilho, Paulo Flores, Nenê Baterista. Sizão é acompanhando por Josué dos Santos (saxofone e flauta), Joabe Reis (trombone) e Dudu Portes (bateria e percussão).

Hubert Laws & convidados

Vencedor do NEA Jazz Masters Award de 2011, Hubert Laws é um dos principais flautistas do jazz americano. Em mais de cinco décadas de carreira, Hubert Laws também percorreu outros gêneros musicais: pop, rhythm & blues e clássico. Durante dez anos, ficou em primeiro lugar como melhor flautista no ranking da revista americana DownBeat e foi a principal escolha dos críticos por sete anos consecutivos. Como artista clássico, foi solista em concertos com a Filarmônica de Nova York sob o comando de Zubin Mehta e com as orquestras de Los Angeles, Dallas, Chicago, Cleveland, Amsterdam, Japão e Detroit, além do Quarteto de Cordas de Stanford. Hubert Laws se apresenta anualmente no Carnegie Hall e já fez shows no Hollywood Bowl com o flautista Jean-Pierre Rampal. Com 20 discos lançados, Laws foi indicado três vezes ao Grammy Award. Participou de gravações de artistas como Quincy Jones, Miles Davis, Herbie Hancock, Chick Corea, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Paul McCartney, Stevie Wonder, Paul Simon, Aretha Franklin, Lena Horne, Sergio Mendes, entre outros. No Festival Moacir Santos, Laws terá como convidados o contrabaixista John Leftwich, de Los Angeles, e os brasileiros Ricardo Silveira (guitarra) e Kiko Freitas (bateria), apresentando suas leituras jazzísticas para temas de Moacir Santos, Clare Fischer, Horace Silver, Tom Jobim e Milton Nascimento.

Banda Ouro Negro. Direção: Mario Adnet e Zé Nogueira. Participação especial: Curt Berg

Concebida por dois dos mais importantes produtores musicais brasileiros da atualidade, Mario Adnet (vencedor do Grammy Award 2010 com Jobim Sinfônico, do Prêmio da Música Brasileira 2013 de Melhor Arranjador e Melhor Produtor) e Zé Nogueira (curador do BMW Jazz Festival e do extinto Free Jazz), a Banda Ouro Negro reúne, desde 2001, um seleto grupo de instrumentistas. O formato do grupo, de 15 músicos, foi pensado em função das exigências da música do maestro Moacir Santos e baseado na formação usada por ele em seu primeiro disco, Coisas, de 1965. A banda gravou o CD Ouro Negro (troféu de Melhor CD Instrumental no Prêmio da Música Brasileira de 2001). Em 2005, lançou o CD Choros & Alegria (indicado ao Grammy Latino como Melhor CD Instrumental), que contou com a participação do trompetista americano Wynton Marsalis. Ainda em 2005, gravou o DVD Ouro Negro (Canal Brasil). Mario Adnet e Zé Nogueira também produziram os Cancioneiros Moacir Santos – Ouro Negro, Coisas e Choros & Alegria, lançados pela Jobim Music. Moacir acompanhou todo o trabalho de perto e participou de todos os eventos de lançamento. Em maio de 2006 o maestro esteve pela última vez no Brasil para a apresentação da Banda Ouro Negro no Canecão, Rio de Janeiro. Em maio de 2010 o grupo se apresentou em duas noites com lotação esgotada no Rose Theater, Jazz at Lincoln Center, em Nova Iorque, a convite de seu diretor, Wynton Marsalis. Pela primeira vez a Banda Ouro Negro recebe o trombonista norte-americano Curt Berg, orquestrador de Moacir Santos em seus LPs americanos.

Curt Berg –O trombonista e arranjador Curt Berg nasceu em Iowa, nos Estados Unidos. Na Universidade de Drake e durante o período em que esteve no exército americano, Berg participou das bandas das instituições compondo e fazendo arranjos. Depois de se formar, foi morar na Califórnia, onde participou da Orquestra de Herman Woody e também trabalhou com Harry James, Don Ellis e Louis Bellson. Na década de 70, Berg se tornou copista de Don Piestrup, arranjador de jazz e compositor de jingles. Foi também nesta época que ele começou a sua própria Big Band. Graças a um investimento do National Endowment for the Arts, Berg organizou projetos sobre a obra de Charles Mingus e Moacir Santos. Em outra ocasião, Curt Berg gravou, com sua big band, seis músicas de Moacir, contando com a participação do compositor. Após oito anos como líder de uma big band, decidiu formar um sexteto com ex-membros do grupo. Na década de 1990, Curt e sua esposa Janet mudaram-se para Seattle, onde ele lecionou jazz instrumental no Edmunds Community College. Hoje, dividindo suas atividades entre Burbank, na Califórnia e Seattle, em Washington, Berg faz a preparação musical para grandes artistas, compõe e ensaia com o seu quinteto.

FOTOS PARA DOWNLOAD: no blog http://festivalmoacirsantos2014.wordpress.com/
Realização: Azeviche Produções Artísticas
Produção: Tema Eventos Culturais

SERVIÇO

Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: SCES, Trecho 2
Informações: (61) 3108-7600
Shows
Local: Jardins do CCBB DF
Data:10/08 (domingo)
Horário: 16h, 16h20, 17h30 e 19h
Palestras
Local: Teatro do CCBB DF
Data: 11/08 (segunda)
Horário: 16h e 17h30
Entrada franca
Classificação etária: Livre
Site oficial do festival: www.festivalmoacirsantos.art.br

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