FESTIVAL CENTENÁRIO DE VINÍCIUS

Show musical, espetáculo teatral e mesa redonda celebram os 100 anos do Poetinha

*Ellen Oléria e Paulinho Moska dividem o palco e interpretam clássicos de Vinícius de Moraes

*Os atores Rainer Cadete e Aline Alvez protagonizam a peça Nós, com direção de Adriano e Fernando Guimarães

*Debate reúne artistas e intelectuais para um passeio pela vasta obra do autor de sonetos inesquecíveis

Em 19 de outubro de 2013 completou-se um século desde o nascimento de um dos mais emblemáticos poetas e compositores da história da cultura brasileira, Marcus Vinícius de Moraes, ou simplesmente Vinícius de Moraes. Agora, um projeto idealizado pelo ator Rainer Cadete promete recuperar um pouco da importância do Poetinha para a música, o teatro e a literatura do País. É O FESTIVAL CENTENÁRIO DE VINÍCIUS que vai reunir artistas de várias áreas numa grande homenagem ao autor de Garota de Ipanema (feita em parceria com Tom Jobim), a segunda música brasileira mais conhecida no mundo.

FESTIVAL CENTENÁRIO DE VINÍCIUS se estenderá do dia 13 de maio ao dia 11 de junho, com diferentes atividades em Brasília, no Plano Piloto e nas cidades de Ceilândia e Taguatinga. No primeiro dia do evento, uma mesa redonda colocará lado a lado os cantores e compositores Ellen Oléria e Paulinho Moska, os atores Rainer Cadete e Aline Alvez, o diretor Fernando Guimarães, a poetisa Laura Moreira e o professor Israel Batista, a partir das 20h, no auditório do IESB (613/614 Sul), para uma conversa informal sobre a vida e a obra do grande Vinícius de Moraes. Entrada franca. No dia seguinte, Paulinho Moska e Ellen dividem o palco na interpretação de alguns clássicos do compositor, como O Samba da Bênção, Canto de Ossanha, Samba em Prelúdio, Chega de Saudade, Minha namorada, dentre vários outros grandes sucessos.

Vinícius de Moraes será homenageado ainda com a encenação do espetáculo Nós – o intervalo em Cordélia e o Peregrino. A peça que reunirá os atores Rainer Cadete e Aline Alvez, sob a direção dos premiados encenadores Adriano e Fernando Guimarães. Em cena, um passeio pelas relações amorosas, inspirado pelo sentimento e pelo olhar do Poetinha, um amante incansável. O espetáculo será apresentado nas unidades do SESC de Ceilândia e Taguatinga e no Teatro Eva Hertz, da Livraria Cultura do Shopping Iguatemi.

A ideia de celebrar o centenário de nascimento do poeta e compositor Vinícius de Moraes partiu do ator Rainer Cadete, há mais de um ano: “Ele é um artista com o qual eu me identifico muito”, afirma. “Vinícius fala de amor, mistura a arte com a vida, então decidi homenagear o centenário de nascimento dele, montando um projeto que reunisse artistas que eu admiro e com os quais gostaria de trabalhar. Estou muito feliz de estarmos todos juntos”.

SHOW MUSICAL

A importância de Vinícius de Moraes para a música popular brasileira pode ser medida, de maneira superficial, pelo número de canções assinadas por ele que se tornaram clássicos e extrapolaram as fronteiras geográficas. Ao lado de parceiros como Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque, Toquinho e Carlos Lyra, Vinícius é autor de músicas que estão para sempre no imaginário brasileiro, como Eu sei que vou te amar, Luciana, Água de Beber, Chega de Saudade, Eu não existo sem você, Só danço samba, O morro não tem vez, Onde anda você e tantas outras canções que ganham seguidas regravações.

Promover um passeio por estas e outras composições faz parte da proposta do show que vai reunir, no mesmo palco, a brasiliense Ellen Oléria e o carioca Paulinho Moska. No repertório, músicas como Arrastão, Berimbau, Canto de Ossanha, Zambi, Olha Maria, Samba em Prelúdio, Minha Namorada, Sabe Você, Sei lá, Chega de Saudade, Se todos fossem iguais a você, Canto de Xangô, Tatamirô, Água de Beber e O Samba da Bênção. Dividindo os blocos musicais, Ellen (que é atriz de formação) também declamará alguns poemas do autor de sonetos que estão entre os mais citados por casais apaixonados, como o célebre Soneto da Fidelidade. Quem não conhece os primeiros versos? “De tudo ao meu amor serei atento/Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto/que mesmo em face do maior encanto/dele se encante mais meu pensamento”.

ESPETÁCULO TEATRAL

Foi a partir de um texto teatral que Vinícius de Moraes começou a ganhar notoriedade. Corria o ano de 1956 e ele lançava Orfeu da Conceição. Mas essa não foi a única peça escrita pelo poeta e dramaturgo, que lançou outras obras para o teatro, como Cordélia e o Peregrino. Para dialogar com a contemporaneidade da obra de Vinícius, os encenadores Adriano Guimarães e Fernando Guimarães decidiram mergulhar nos escritos do autor para extrair dessa experiência uma leitura autoral do universo do poeta.

O espetáculo Nós – o intervalo em Cordélia e o Peregrino pretende homenagear não só Vinícius, mas sobretudo a sua poética. Protagonizada por Rainer Cadete e Aline Alvez, dupla de atores que viveu uma relação amorosa por sete anos, a encenação levará para o palco um inventário amoroso de um casal. Vinícius de Moraes tinha um vasto conhecimento sobre o assunto: foi casado nove vezes, teve várias filhas e a partir de suas próprias experiências deslocou, através de sua obra, a questão amorosa do âmbito pessoal para o universal. A dramaturgia entrelaça o texto Ficções, de Emanuel Aragão, e testemunhos pessoais dos atores.

A ideia de Nós (cujo título engloba não só o sentido de coletivo, mas também o de entrelaçamento) é apresentar a radiografia de uma relação amorosa e trazer ao público a dúvida sobre o que é real, o que é ficção e o que é poesia. “Vinícius passeava pela poesia, assim como passeava pela vida cotidiana e este é um trabalho dedicado a ele”, diz Adriano Guimarães, que, ao lado de Fernando Guimarães conceberam o espetáculo Nada a partir de uma diálogo com a obra do autor brasileiro Manoel de Barros. Nada foi apresentado em várias capitais e contemplado com o Prêmio Questão de Crítica.

UM POUCO SOBRE VINÍCIUS

Vinícius de Moraes (1913 – 1980) foi diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. O Poetinha, como o batizou Tom Jobim, ficou notável por seus sonetos. Era boêmio, fumante, apreciador de um bom whisky e conhecido como grande conquistador. Passou por nove casamentos: Beatriz Azevedo de Melo, Regina Pederneiras, Lila Bôscoli, Maria Lucia Proença, Nolita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues Santamaria (a Martita) e Gilda de Queirós Mattoso. Suas parceiras iam ficando mais jovens à medida que a idade do poeta avançava.

É autor de uma obra vasta para literatura, teatro, cinema e música. Vinícius tornou-se diplomata em 1946, assumindo o primeiro posto como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, volta ao Brasil, mas durante esta década atuará em Paris e Roma. Em 1968, é afastado do Ministério das Relações Exteriores pelo Ato Institucional número 5, devido a seu comportamento boêmio – só foi anistiado postumamente, em 1998.

Na década de 1950, conhece Tom Jobim e juntos compõem a trilha de Orfeu da Conceição, que incluía canções como Lamento no morro, Se todos fossem iguais a você e Eu e você, dentre outros clássicos. Oito anos depois, os parceiros assinariam as músicas do álbum que se tornou a pedra fundamental da Bossa Nova, Canção do amor demais, na voz de Elizeth Cardoso. O disco incluía a música Chega de saudade, uma espécie de símbolo do movimento, que na gravação contou com a interpretação instrumental do então jovem violonista João Gilberto.

Na década de 1960, viveu uma espécie de auge da carreira, quando teve 60 composições gravadas. Foi o período dos Afro-Sambas, compostos em parceria com Baden Powell. Na década seguinte, já consagrado, teve como grande parceiro o músico Toquinho. E sua morte prematura, aos 67 anos, ocorreu durante a temporada de preparativos para a criação do segundo volume do disco Arca de Noé, uma parceria de Vinícius e Toquinho.

O primeiro registro de Vinícius de Moraes como letrista data de 1928, quando compôs Loira ou Morena, com Haroldo, dos Irmãos Tapajós. Em 1933, publica o primeiro livro de poemas, O Caminho para a distância. Neste período, trava amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Decide ser diplomata, prepara-se para o concurso e segue escrevendo. Lança, em 1935, Forma e Exegese, Prêmio Felipe D’Oliveira; em 1936, Ariana, a mulher; em 1943, Cinco Elegias; em 1946, Poemas, Sonetos e Baladas. Conhece Tom Jobim e o resto todo mundo já sabe. Hoje é considerado um dos grandes nomes da música e da poesia brasileiras.

SERVIÇO

Mesa Redonda 13.maio.2014 – 20h
Local: Instituto de Ensino Superior de Brasília – IESB (Campus Asa Sul)

Show “Canta Vinícius” 14.maio.2014 – 20h
Local: Auditório Master – Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Apresentação teatral na Ceilândia 27 e 28.maio.2014
Local: SESC Ceilândia
Horários: 15h – Apresentação para público escolares
20h – Apresentação para público em geral
Classificação indicativa: 14 anos

Apresentação teatral em Taguatinga 03 e 04.junho.2014
Local: SESC Taguatinga
Horários: 15h – Apresentação para público escolares
20h – Apresentação para público em geral
Classificação indicativa: 14 anos

Apresentação teatral no Plano Piloto 10 e 11.junho.2014;
Local: Teatro Eva Hertz (Shopping Iguatemi)
Horários: 20h – Apresentação para público em geral
Classificação indicativa: 14 anos

Todas as atrações serão gratuitas.

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