Exposição Tancredo Neves

PANTEÃO DA PÁTRIA E DA LIBERDADE TANCREDO NEVES
PRAÇA DOS TRÊS PODERES

Memorial Tancredo Neves inaugura acervo permanente marcado pela inovação tecnológica

*A vida e a trajetória política do estadista brasileiro em documentos, fotografias, vídeos expostos a partir de11 de setembro em Brasília

*Projeto de Marcello Dantas propõe interatividade com os espectadores

No próximo dia 11 de setembro, Brasília ganha mais um espaço para a memória e a celebração da história brasileira. Depois de 27 anos de sua criação, o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves (situado na Praça dos Três Poderes) inaugura a exposição que ficará permanente no local. Trata-se do MEMORIAL TANCREDO NEVES, um projeto apoiado em tecnologia de ponta, para proporcionar o contato do cidadão comum com a vida e a obra de um dos grandes fundadores da democracia brasileira. Através de modernas tecnologias de vídeo, animação e outras mídias digitais, o espectador pode entrar em contato com a personalidade e os eventos que marcaram a vida de Tancredo. Para a abertura da exposição, estão confirmados vários membros da família do ex-presidente. A exposição tem o patrocínio da Oi.

Tancredo Neves foi o primeiro presidente brasileiro eleito democraticamente – ainda que indiretamente – depois de 20 anos de regime militar no Brasil. Fundou um estilo singular de articulação política e entrou para a história do País como um grande mediador entre forças políticas distintas. Um homem que sabia caminhar em meio às dificuldades, um dos líderes do movimento que conduziu o Brasil ao regime democrático. Agora, quase 30 anos depois de sua morte, o ex-presidente inspira a exposição que promove um passeio pela história política brasileira na segunda metade do século XX. A exposição ficará permanentemente montada no PANTEÃO DA PÁTRIA E DA LIBERDADE TANCREDO NEVES e poderá ser vista de terça a domingo (inclusive feriados), das 9h às 18h. Entrada franca.

O projeto da exposição foi concebido pelo diretor artístico e curador Marcello Dantas, por solicitação do Memorial Tancredo Neves, sediado em São João Del Rei, terra natal de Tancredo. Inaugurado em 7 de setembro de 1986, o Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, carecia de conteúdo adequado ao espaço. O prédio concebido por Oscar Niemeyer, cuja forma simboliza uma pomba, tem área total construída de 2.105 m² e foi tombado pelo IPHAN em 2007.

A proposta da exposição é recuperar a história da trajetória de Tancredo Neves. Durante cinco décadas, com sua capacidade de dialogar, articulou caminhos e consensos para o País. Defensor da democracia, Tancredo manteve-se fiel aos seus ideais iniciados ainda no mandato como vereador de São João Del Rei, iniciado em 1934, e que culminaram com a eleição para a Presidência da República, em 1985.

A EXPOSIÇÃO

A exposição permanente será dividida em quatro ambientes temáticos: Origem, Caminho, Paladino da Democracia e Lavra de Ideias.

1.ORIGEM
No espaço estarão expostos documentos, notícias de jornal e memórias que retratam as origens de Tancredo, revelando seu contexto familiar, a infância e os vínculos primordiais com sua terra, a cidade histórica de São João Del Rei, em Minas Gerais.

2. O CAMINHO
O espaço que resume a trajetória política de Tancredo Neves é dominado por uma longa mesa, com o desenho sinuoso que simboliza as curvas da política. A mesa é interativa e percorre os momentos fundamentais da trajetória do estadista brasileiro e da democracia brasileira, recuperando registros dos principais cargos que exerceu e as datas de sua formação política. Na mesa, há uma projeção que ilustra, através de imagens, documentos, manchetes de jornais etc, quatro momentos do currículo político de Tancredo. Nas paredes, uma grande cronologia situa o público nos fatos históricos, políticos e sociais do início da carreira de Tancredo, até a conquista da Democracia. O período analisado vai de 1910 a 1985. A cronologia constrói um paralelo entre a história do Brasil e a de Tancredo.

Na mesa estão embutidos os seguintes conteúdos:
CONSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA – O espaço promete recuperar o clima que marcou o ano de 1984 como momento fundador da história da democracia no Brasil. Através de imagens e projeções, o visitante poderá se integrar ao momento de aclamação popular para as eleições diretas. Tancredo Neves foi personagem central de dois momentos marcantes da recente redemocratização do País. A participação popular apaixonada na campanha pelas eleições diretas deu rumo à mobilização popular que culminou com sua eleição para Presidente. Poucos meses depois, o povo brasileiro assistia atônito ao que parecia o fim repentino de um sonho.

A HABILIDADE POLÍTICA – O talento de Tancredo Neves em dialogar com todas as forças políticas – até mesmo com o regime militar – e construir consensos é uma das marcas que ele deixou na vida pública nacional. Político habilidoso, soube alcançar resultados através do diálogo com forças opostas.

A DOR – Em março de 1985, horas antes da posse, Tancredo Neves sofreu uma indisposição e foi hospitalizado. Durante os 39 dias de calvário, dor e comoção nacional que se seguiram, o Brasil inteiro parou incrédulo para testemunhar à tragédia. Esse espaço é dedicado à emoção que tomou conta do país nas semanas que antecederam à morte de Tancredo. As imagens percorrem a evolução dramática desses dias como uma transmissão em tempo real, mostrando a dor dos brasileiros diante da possível perda do primeiro presidente eleito, mesmo que indiretamente, desde a ditadura. Tancredo tinha se tornado símbolo da esperança coletiva de transformação.

3. PALADINO DA DEMOCRACIA
Uma projeção sinaliza dois momentos cruciais da trajetória política de Tancredo e da recente redemocratização do País. Alternam-se dois vídeos, dirigidos por Silvio Tendler. O primeiro mostra a participação de Tancredo na campanha pelas eleições diretas, que deu rumo à mobilização popular. No segundo, imagens da comoção popular para com a doença do presidente – o que parecia o fim repentino de um sonho.

4. LAVRA DE IDEIAS
Espaço que tem em seu centro a máscara mortuária do presidente Tancredo Neves. É um lugar que convida à reflexão, ao silêncio. Em um jogo de refrações, os ecos da história contada até aqui eternizam o universo de valores do grande líder brasileiro.

TANCREDO NEVES E O BRASIL

1910 – nasce em São João Del Rei, quinto dos doze filhos de Antonina de Almeida Neves (Sinhá) e Francisco de Paula Neves. No mesmo ano, o republicano Hermes da Fonseca vence as eleições à Presidência do Brasil, derrotando o candidato Rui Barbosa.
1917 – Tancredo é matriculado no Grupo Escolar João dos Santos, que frequenta até 1920, em São João Del Rei.
1921 – Tancredo Neves faz o curso de humanidades no Colégio Santo Antônio, de frades franciscanos, em São João Del Rei
1927 – Diploma-se no Colégio
1932 – Tancredo Neves forma-se em advocacia pela Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais. No mesmo ano, o Partido Comunista é legalizado, morrem os estudantes Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, cujas iniciais dos nomes dão origem à sigla MMDC, que se transforma no símbolo da Revolução Constitucionalista, e funda-se a Ação Integralista em São Paulo
1933 – Tancredo Neves inicia-se formalmente na atividade política, filiando-se ao Partido Progressista (PP), fundado em Belo Horizonte, por Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, Olegário Maciel e Wenceslau Brás. Realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
1934 – Tancredo Neves elege-se vereador da Câmara Municipal de São João Del Rei pelo PP. Promulgada a Constituição brasileira de 1934. Getúlio Vargas é eleito pelo Congresso o novo presidente do Brasil.
1937 – Tancredo Neves elege-se presidente da Câmara Municipal. Filia-se ao Partido Nacionalista Mineiro. Golpe de Estado. Getúlio Vargas fecha o Congresso, impõe uma nova Constituição e instaura o Estado Novo. Tancredo perde o mandato de vereador. Faz oposição à ditadura e por duas vezes é preso. Dedica-se à advocacia.
1938 – Tancredo Neves casa-se com Risoleta Guimarães Tolentino.
1945 – Fim da Segunda Guerra. Formação do Partido Social Democrático (PSD), que apoia a candidatura de Eurico Gaspar Dutra à sucessão presidencial. Tancredo Neves recusa convite do interventor Benedito Valadares para ser chefe de polícia do Estado. Apoia a candidatura presidencial do marechal Eurico Gaspar Dutra e filia-se ao PSD.
1947 – Tancredo Neves é eleito deputado estadual da Assembleia Constituinte de Minas e torna-se Relator geral da Constituinte mineira.
1948 – Tancredo Neves é líder da oposição ao governo udenista de Milton Campos. Articula o “Rolo Compressor do PSD”.
1950 – Tancredo Neves elege-se deputado federal. Eleições presidenciais. Vitória de Getúlio Vargas.
1951 – Torna-se membro da Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas da Câmara Federal. Aproxima-se de Getúlio Vargas, em virtude da vitoriosa defesa de um veto na Câmara. Juscelino Kubitschek toma posse no governo de Minas Gerais.
1953 – Tancredo Neves torna-se líder da bancada mineira do PSD na Câmara. Getúlio Vargas escolhe João Goulart para ministro do Trabalho, Tancredo Neves para ministro da Justiça e Osvaldo Aranha para ministro da Fazenda.
1954 – Deixa o Ministério da Justiça aos cuidados de um oficial-de-gabinete. Reassume sua cadeira na Câmara Federal. Generais divulgam manifesto em que exigem renúncia do presidente Getúlio Vargas. Getúlio Vargas suicida-se em agosto. Café Filho assume a Presidência.
1958 – Tancredo Neves é nomeado secretário de Finanças de Minas Gerais do governo de Bias Fortes.
1960 – Tancredo Neves torna-se candidato pelo PSD a governador de Minas Gerais, com o apoio do PTB e do Partido Republicano (PR). Perde as eleições para José Magalhães Pinto, da UDN. Juscelino Kubitschek inaugura Brasília. Jânio Quadros é eleito Presidente da República.
1961 – O presidente eleito Jânio Quadros toma posse em 31 de janeiro e renuncia em 25 de agosto. Os ministros militares tentam impedir a posse do vice-presidente, João Goulart. Tancredo Neves é o principal mediador entre os militares e o vice-presidente João Goulart. Indicado primeiro-ministro, seu nome é aprovado no Congresso. Assume a presidência do Conselho de Ministros e a chefia do governo.
1962 – Tancredo Neves deixa o cargo de primeiro-ministropara se candidatar à Câmara Federal. Elege-se deputado federal.
1963 – Plebiscito põe fim ao parlamentarismo. Tancredo Neves assume a liderança do governo e da maioria (PSD/PTB) na Câmara.
1964 – Realiza-se em São Paulo a marcha da Família com Deus, pela Liberdade, para manifestar oposição a João Goulart. No dia 31 de março, o presidente João Goulart é afastado do poder por um golpe político-militar. O Ato Institucional nº 1 suspende os direitos políticos e declara eleição indireta. Tancredo Neves leva João Goulart até o avião em que o presidente deposto viajaria ao exílio. Entra em período de relativo ostracismo político. Como representante da oposição.
1966 – Tancredo Neves participa da fundação do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Elege-se deputado federal.
1971 – Tancredo Neves é presidente da Comissão de Economia da Câmara dos Deputados.
1978 – Fim do AI-5. O Colégio Eleitoral escolhe João Figueiredo como presidente da República. Tancredo Neves é eleito líder da bancada do MDB na Câmara Federal. Pronuncia discurso em Minas Gerais pela anistia ampla, geral e irrestrita. Eleito senador da República por Minas Gerais.
1979 – Figueiredo assume a Presidência. É aprovada a lei de anistia e restabelecida a pluralidade partidária. Tancredo Neves assume a cadeira de senador. Articula a criação do Partido Popular (PP), centrista, que reúne dissidentes do MDB e da Arena, inclusive o histórico rival José de Magalhães Pinto, e é eleito presidente do PP.
1980 – Tancredo assume a presidência do PP.
1982 – Eleições legislativas, para governadores e prefeitos. Tancredo Neves promove fusão entre o PP e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Eleito vice-presidente nacional do PMDB. Eleito governador de Minas Gerais.
1983 – Tancredo Neves assume o cargo de governador de Minas.
1984 – Movimento popular pelas eleições diretas para presidente. Rejeitada a emenda Dante de Oliveira, que defendia alteração constitucional e propunha o retorno das eleições diretas. Tancredo Neves participa ativamente da campanha nacional pelo retorno imediato das eleições diretas para presidente da República. Prega a conciliação nacional. As forças de oposição se articulam e lançam Tancredo candidato à Presidência da República pela única via possível: eleição no colégio eleitoral. Deixa o cargo de governador de Minas Gerais e oficializa a candidatura. Em discurso proferido em Vitória, menciona a proximidade do advento da Nova República.
1985 – O Colégio Eleitoral elege Tancredo Neves como presidente da República. Tancredo compõe a equipe de governo, em um complexo exercício de engenharia política. Concede entrevista coletiva a quatrocentos jornalistas brasileiros e estrangeiros. Visita sete países em dezesseis dias. Retorna ao Brasil uma semana antes da posse. Sente dores abdominais: exames revelam infecção e alteração orgânica. Recusa-se a ser operado antes da posse, preocupado com o impasse institucional que inviabilizaria a Nova República e com a ação de forças não democráticas. Sente dores durante a missa no Santuário Dom Bosco, em Brasília. Após assinar e publicar os atos de nomeação do Ministério, é internado no Hospital de Brasília. Menos de dez horas antes da posse, sofre a primeira cirurgia. Passa por nova operação em Brasília e é transferido para o Instituto do Coração, em São Paulo, onde sofre mais cinco cirurgias. Morre na noite de 21 de abril, vítima de infecção generalizada, horas antes de assumir a Presidência. É sepultado no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, em São João Del Rei. José Sarney, vice de Tancredo, assume a Presidência da República.

O CURADOR

Reconhecido designer, curador de exposições e diretor de documentários, o carioca Marcello Dantas é o nome por trás de algumas das principais mostras de arte no Brasil. Um dos maiores incentivadores da arte urbana no país, Marcello está à frente das exposições Corpos Presentes, do premiado artista inglês Antony Gormley, Cai Guo Qiang (que circulou pelos CCBBs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, atraindo milhares de pessoas). É ele também o curador de mostras permanentes como as do Museu da Gente Sergipana e do novo Palácio da Liberdade (BH).
O currículo de documentarista inclui os principais prêmios em festivais como Bienalle Internationale du Film Sur L’Art,prêmio do Centro Georges Pompidou, em Paris, FestRio, International Film & TV Festival of New York, além do prestigioso ID Design Award da Business Week. Dantas foi curador de importantes exposições de arte, entre as quais se destacam as de Anish Kapoor, Bill Viola, Gary Hill, Jenny Holzer, Shirin Neshat, Laura Vinci, Tunga, Peter Greenaway, Rebecca Horn e Laurie Anderson. Foi diretor artístico de grandes óperas como O Cientista, no Theatro Municipal; Ópera Mundi, no Maracanã; o balé Floresta Amazônica, de Dalal Achcar; e a peça Uma Noite na Lua, de João Falcão com Marco Nanini no elenco. Dentre as grandes exposições históricas se destacam Antes – Histórias da Pré História; Arte da África; e LUSA – A Matriz Portuguesa, nos Centros Culturais Banco do Brasil de diversas cidades brasileiras. Dantas foi também diretor artístico da criação do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo e recentemente inaugurou o Museu do Caribe, em Barranquilla, e o Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte, além do Pavilhão do Brasil na Expo Shanghai 2010 e na Rio+20.

SERVIÇO
Local: Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves
Data: 11 de setembro de 2013
Visitação: de terça a domingo, das 9h às 18h (inclusive feriados)
Entrada franca

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