1º Encontro Flipiri de Ilustradores • Mesa 2

5ª FLIPIRI – FESTA LITERÁRIA DE PIRENÓPOLIS

I ENCONTRO FLIPIRI DE ILUSTRADORES – Mesa 2 – Literatura e Imagem

A segunda mesa do I ENCONTRO FLIPRIRI DE ILUSTRADORES foi dedicada ao tema Literatura e Imagem e reuniu os ilustradores Victor Tavares, Rosinha Campos e Romont Willy, com participação especial de Roger Mello e mediação de Sophia Pinheiro (do coletivo Fake Fake, de Goiânia). Em foco, o papel da ilustração na literatura.

O carioca Victor Tavares, profissional que já passou pela publicidade e por trabalhos para os estúdios Disney, nos Estados Unidos, contou um pouco de sua experiência pessoal com o desenho, que ele conhece desde menino, para explicar sua paixão e total compromisso com a ilustração: “Quero provocar a emoção das pessoas, que elas tenham vontade de guardar o livro para o resto de suas vidas, que seja o livro querido delas”, confessou o ilustrador. Victor contou que, depois de sua passagem pelo terreno da animação, descobriu o desenho em três dimensões. A experiência o fez trabalhar aliando rapidez e qualidade. Hoje, além de desenhar, Victor Tavares faz a distribuição do texto no livro, a diagramação. “Tudo nasce junto”, afirma. O reconhecimento que tem recebido mostra que ele sabe o que diz: suas ilustrações hoje integram a exposição itinerante da Feira do Livro de Bologna, Itália – no momento, a mostra pode ser vista no Japão.

A pernambucana Rosinha Campos confessou seu amor incondicional pela cultura popular como alimento imagético de seu trabalho na ilustração. A ilustradora, que vive em Olinda, diz buscar em sua infância a inspiração para seu trabalho: “Eu vivi até os meus 17 anos de idade nas ruas, brincando de roda, de adivinhas, dos jogos tradicionais. Depois, continuei brincando o carnaval, toquei Maracatu durante 10 anos, tive um maracatu só de mulheres. Então, meu trabalho de ilustradora reflete esta experiência de cultura popular”, explicou a artista. Arquiteta de formação, Rosinha Campos usa elementos da cultura popular pernambucana em seus trabalhos – bordados, tecidos, madeiras muitas vezes servem de pano de fundo para a ação das personagens e cenas. “A cultura popular dá sentido a minha vida”, disse Rosinha.

O brasiliense Romont Willy, com muita timidez, apresentou seus belos trabalhos criados a partir de uma iniciação autodidata. O ilustrador contou que sua paixão era a escrita, mas que em pouco tempo descobriu sua verdadeira vocação: “Antes, eu queria ser escritor. Fiz um livro, com texto e desenhos e levei a uma editora de Brasília. Eles me disseram que meu desenho era muito bom. Ponto. Não falaram nada do texto e eu entendi tudo. Não editaram meu livro, mas um mês depois me chamaram para ilustrar um livro”, relatou Willy. E foi desta forma, um pouco sofrida, que ele descobriu seu caminho: “Hoje, converso muito com as crianças, tento compreender a forma que elam entendem o mundo. Mas estou fazendo um livro, em que tudo nasceu junto: texto e ilustração. Vamos ver se dá certo”, brincou.