Eduardo Galeano e Ariano Suassuna

GRANDE HOMENAGEM AO PENSADOR

A II BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA, que acontece de 12 a 21 de abril de 2014, escolheu dois escritores que compõem, com sua obra, uma espécie de síntese da identidade do continente latino-americano. Como homenageado internacional, o evento contará com a presença do uruguaio Eduardo Galeano, e dentre os autores brasileiros, a escolha acertada do mestre Ariano Suassuna. Mais do que um notável escritor e renomado jornalista, Eduardo Galeano alcançou o estatuto de pensador. Com milhões de livros vendidos, foi traduzido para dezenas de idiomas e se fez mundialmente conhecido especialmente a partir de seu livro Veias Abertas da América Latina, de 1971, e pela trilogia Memória do Fogo, composta entre 1982 e 1986. Graças a seu ideário contestador e combativo converteu-se em referência na luta contra a ditadura na América Latina, tendo seu nome lembrado por sua constante inquietude política face às crises econômicas, atentados à democracia e desigualdades sociais que ainda abatem os continentes. Sua maestria literária, que conjuga história, ficção e lirismo, rendeu-lhe inúmeras distinções, como o prêmio Casa de Las Américas, em 1975 e 1978, e o Aloa, em 1993.

A ARTE COMO MISSÃO

Considerado por diversos críticos o principal escritor brasileiro em atividade, Ariano Suassuna, há décadas, é um nome destacado da cultura brasileira. Dramaturgo, romancista, poeta, ensaísta, idealizador e principal teórico do Movimento Armorial, Ariano Suassuna costuma dizer que arte não é produto de mercado. “Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão”. E com esta tarefa ele tem se tornado íntimo do povo brasileiro. Suas aulas-espetáculos lotam teatros Brasil afora. Sua peça O Auto da Compadecida (apontada por Sábato Magaldi como a peça mais popular do moderno teatro brasileiro) foi transposta para a televisão e depois para o cinema por Guel Arraes, alcançando sucesso absoluto de audiência. Mas há muito mais tempo, seu pensamento indignado vem iluminando as reflexões sobre cultura brasileira. Escreveu sua primeira peça em 1947, Uma Mulher Vestida de Sol. Seguiram-se Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa), Os Homens de Barro, Auto de João da Cruz, Torturas de um Coração, O Arco Desolado, O Castigo da Soberba, O Rico Avarento, o Auto da Compadecida, O casamento suspeitoso, O Santo e a Porca, O homem da vaca e o poder da fortuna, A pena e a lei, Farsa da boa preguiça, A Caseira e a Catarina, As conchambranças de Quaderna e Fernando e Isaura O casamento suspeitoso. Sua produção em romance inclui A História de amor de Fernando e Isaura, O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta e História d’O Rei Degolado nas caatingas do sertão/Ao sol da Onça Caetana. Tem também vasta obra poética.

PRÊMIO LITERÁRIO

Seguem até o dia 03 de março as inscrições para o PRÊMIO BRASÍLIA DE LITERATURA, que chega à segunda edição com novidades. Em 2014, serão contemplados os gêneros Biografia, Conto, Crônica, Infantil, Juvenil, Poesia, Romance e Reportagem. O primeiro colocado de cada categoria receberá R$ 30 mil e o troféu PRÊMIO BRASÍLIA DE LITERATURA. Já o segundo lugar ficará com uma premiação de R$ 10 mil, além do troféu. Podem concorrer apenas obras publicadas em 1ª edição no Brasil, entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2013, escritas originalmente em português. As inscrições podem ser feitas tanto pelos autores quanto por seus representantes legais. Em 2012, foram premiados autores de peso inegável no universo literário brasileiro, como Antonio Prata e Dalton Trevisan (primeiro e segundo colocados nos gêneros conto/crônica), Fernando Morais (reportagem) e Affonso Romano de Sant’Anna (poesia). Foram escolhidos dentre um total de mais de 1.600 inscritos.

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A II BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA é uma realização do Governo do Distrito Federal, através das Secretarias de Cultura e Educação, e do ITS – Instituto Terceiro Setor. A coordenação geral é do produtor Nilson Rodrigues e curadoria do jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato. Produção executiva de Eduardo Cabral. O evento está inserido no PDLL – Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura.