CONTRA O AMOR

Espetáculo leva para a cena texto inédito no Brasil assinado pelo premiado autor catalão Esteve Soler

 *Segundo texto da celebrada trilogia do dramaturgo apresenta um olhar cáustico sobre as relações afetivas

 *Encenação do coletivo Teatro do Instante tem direção de Alice Stefânia e Diego Borges

 *Temporada de 7 a 17 de junho, no Teatro Sílvio Barbato, do SESC

 *FOTOS EM ALTA:

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O catalão Esteve Soler é pouco complacente para com a humanidade. Segundo ele, vivemos uma era de “desumanização progressiva” e o teatro deve cumprir seu papel de surpreender, provocando a reflexão. No caso de Soler, através de um humor ácido e cruel. É o que se poderá constatar em CONTRA O AMOR, o novo espetáculo do coletivo Teatro do Instante, que faz temporada de 7 a 17 de junho, no Teatro Sílvio Barbato, do SESC do Setor Comercial Sul, sempre de quinta a domingo.

Em cena, está o segundo texto de uma trilogia em que o autor reflete sobre as contradições dos tempos atuais – os outros dois são Contra o progresso (obra já encenada pelo Instante, na qual a lógica do capitalismo incide sobre os planos interpessoais) e Contra a democracia (em que questiona se ainda há alguém que acredita que são cidadãos que governam as sociedades). Neles, como já disse Jordi Duran i Roldós (diretor do famoso festival de teatro Fira Tàrrega, na Espanha), ele apresenta uma visão ácida do homem e do mundo, em “pequenas pílulas góticas, em caramelos recheados de ácido sulfúrico”.

Assim como as outras peças da trilogia, CONTRA O AMOR é composta de sete textos curtos, nos quais o autor investiga os diferentes matizes do que se costuma chamar de ‘amor’: o romântico, o rotineiro, o descartável, o patrimonial, o passional, o familiar, o erótico, escatológico, neurótico, sexista, pornográfico, de procriação etc.

Na encenação, os quadros foram trabalhados pelos diretores Alice Stefânia e Diego Borges a partir da investigação de diferentes linguagens. A visão caleidoscópica da realidade proposta pelo texto é apresentada com um humor corrosivo e intercalada com cenas gravadas em vídeo. A proposta é reafirmar o pensamento do autor, segundo o qual a comédia com horror é capaz de surpreender o espectador, gerando um pensamento crítico, provocando a reflexão e incitando a discussão.

Em CONTRA O AMOR, o público é convidado a entrar em uma casa noturna onde personagens de distintos universos vivem situações que beiram o absurdo. Tudo é regado a clássicos de cancioneiro brega brasileiro em versão Karaokê.

CONTRA O AMOR promove um contato com nossa (des)humanidade, permeado pelo talento do coletivo Teatro do Instante, grupo que iniciou suas atividades de pesquisa e criação cênica em 2009, e que desde 2015 vem se debruçando na obra de Esteve Soler. A encenação conta com a assinatura de Giselle Rodrigues, na direção de movimento, Fernanda Cabral, na preparação vocal e trilha sonora, Roustang Carrilho na direção de arte, o cineasta Mauro Giuntini na direção do filme incidental e luz de Dalton Camargos.

A OBRA

A trilogia En Contra, de Esteve Soler, apresenta discussões a respeito de dimensões públicas e privadas do mundo contemporâneo, transitando com crítica e humor sagazes por um largo espectro de questões da contemporaneidade: políticas sociais, existenciais, ecológicas. Composta pelas obras “Contra o Progresso“, “Contra o Amor” e “Contra a Democracia” escritas respectivamente em 2008, 2009 e 2010, a trilogia já foi traduzida para dezessete idiomas, além de premiada na Espanha (Prêmio Serra DOr em 2012 para “Contra a Democracia“) e na França (Prêmio Godot em 2013 para “Contra o Progresso“).

As três peças apresentam alguns aspectos em comum: são compostas por sete cenas curtas, sete ‘obras burlescas’, como define o autor, em que nossa realidade cotidiana é submetida a uma lente de aumento e a um tom grotesco que, pela distorção, favorece o estranhamento do leitor e do público em relação a absurdos que naturalizamos sem perceber.

Contra o Progresso” recebeu sua primeira versão em português em 2015, por meio da obra En Contra: experimentos, do Teatro do Instante, e as outras duas seguem inéditas no Brasil.

TEATRO DO INSTANTE

Criado em 2009, o grupo Teatro do Instante é um coletivo de investigação artística, ligado à Universidade de Brasília, que se caracteriza pela formação e colaborações continuadas, pela busca de temas relevantes ao sujeito histórico e pelo aprofundamento em processos, discussões e experiências poéticas.

Foi assim com os estudos em torno de En Contra: experimentos, com direção de Diego Borges e colaboração artística do Teatro O Bando, que trouxe à cena o primeiro texto da trilogia de Soler, “Contra o Progresso”. A pesquisa teve início em setembro de 2014. Um ano depois foi mostrada, em processo, uma versão intitulada En Contra: experimento#1, dentro da mostra ‘Canteiro de Obras’, do CENA CONTEMPORÂNEA – Festival Internacional de Teatro de Brasília. Em seguida vieram novas versões do trabalho, que recebeu diferentes numerações a cada novo espaço (não convencional) ocupado.

Em 2014, teve início um processo de colaboração artística e formação com o coletivo Teatro O Bando, um dos mais estáveis de Portugal. De lá para cá, entre idas de atores do Instante e vindas de artistas do Bando, já se consolidaram cerca de cinco encontros artísticos. No mais recente, em novembro de 2016, o Teatro do Instante fez uma residência artística com grupo português, em torno das potencialidades cênicas da obra “Contra o Amor”. Foi criada a obra “Do Contra“, com direção do encenador João Brites, apresentada apenas em Portugal.

CONTRA O AMOR é um aprofundamento da pesquisa do coletivo Teatro do Instante sobre o segundo volume da trilogia de Soler. Ainda em 2018, alguns atores do Teatro do Instante seguirão novamente para Portugal e se unirão a artistas do O Bando e atores de Maputo e Luanda, para uma criação em torno da trilogia As Areias do Imperador, de Mia Couto, com estreia marcada para novembro, em Lisboa. O encontro criativo entre esses artistas de países lusófonos se debruçará cenicamente sobre questões ligadas a processos de colonização portuguesa, tendo como ponto de partida a obra citada de Mia Couto.

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: Esteve Soler

Direção: Alice Stefânia e Diego Borges

Atuação: Alice Stefânia, Diego Borges, Fernando Santana, Marcelo Pelucio, Rachel Mendes, Rita de Almeida Castro e William Ferreira

Participação especial: Bidô Galvão

Direção de movimento: Giselle Rodrigues

Assistência de direção: Bárbara Gontijo

Direção de arte: Roustang Carrilho

Preparação vocal e trilha sonora: Fernanda Cabral

Desenho de luz: Dalton Camargos

Fotografia: Diego Bresani

Assessoria de imprensa: Objeto Sim

Arte gráfica: Chico Sassi

Produção executiva: Guilherme Angelim

Produção: Guinada Produções

Filme incidental ‘Eu não gosto’

Direção: Alice Stefânia e Mauro Giuntini

Fotografia: Fernando Santana

Câmera: Fernando Santana e Luís Adriano Salimon

Som direto: Luís Adriano Salimon

Edição: Fernando Santana

SINOPSE: Em “Contra o Amor”, montagem inédita do Teatro do Instante com texto de Esteve Soler, o público é convidado a entrar em uma casa noturna onde personagens de diferentes universos vivem situações que beiram o absurdo, revelando aquilo que o autor enxerga como um processo de “desumanização progressiva”. Tudo regado a clássicos de nosso cancioneiro brega em versão Karaokê.

 

SERVIÇO

Data: de 7 a 17 de junho de 2018

Local: Teatro Sílvio Barbato do SESC (SCS, Quadra 2)

Horário: 20:00

Ingressos: 20,00 (Inteira)

Informações: (61) 98175-2621

Classificação indicativa: 14 anos