CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA

ÚLTIMA SEMANA!

*Oficina de Identificação de espécies ministrada pelo WWF, no dia 18

FOTOS EM ALTA: https://www.flickr.com/photos/98687634@N06/sets/72157646258743244/


Quem ainda não visitou, tem só até as 21h de domingo para conhecer a exposição CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA, montada no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília. A exposição oferece um contato imediato com o bioma que originalmente ocupava 24% do território brasileiro. São exemplares de sementes, animais, árvores, fotografias, instalações que aproximam o visitante do bioma que está presente em 11 estados brasileiros e que é uma espécie de sinônimo de Brasília. No dia 18, um dia antes de encerrar, o evento oferece uma oficina gratuita sobre Identificação de espécies, ministrada por equipe do WWF. CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA é uma realização do Museu de Ciência e Tecnologia de Brasília e da UNESCO, com apoio de várias instituições científicas e ambientais tais como a WWF, Jardim Botânico de Brasília, ISPN, Embrapa Cerrados, Rede Sementes e Ibermuseus.

A exposição é dividida em três grandes módulos: Grande Sertão, Veredas: paisagens do cerrado; A Trama do Cerrado: Diversidade; e Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar. Vale um passeio, acompanhado de explicações da equipe do programa educativo, para fazer a criançada compreender os motivos que levam, por exemplo, as árvores do cerrado a terem casca mais grossa do que as outras ou o que provoca a imensa variedade de solos na região. A mostra tem curadoria de Jorge Wagensberg (doutor em Física pela Universidade de Barcelona, onde leciona), Coordenação técnica de Mercedes Bustamante (doutora pela Universitat Trier, da Alemanha, e professora da UnB), e coordenação museológica de Maria Ignez Mantovani.

A EXPOSIÇÃO

O módulo ‘Grande Sertão, Veredas: paisagens do Cerrado apresenta os 14 tipos principais de vegetação (‘fitofisionomias’) do bioma: as florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), as savânicas (Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo, Cerrado Rupestre, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e as campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo). Essas variações são mostradas em sua diversidade, com informações sobre as mudanças provocadas pelas estações – chuva e seca – e os limites do Cerrado – o bioma está presente em 11 estados brasileiros: Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Tudo isso apresentado de forma a proporcionar uma experiência tridimensional, com instalações, projeções e sons.

A instalação Raízes e Ramos apresenta o que diferencia as três principais formações vegetais – campestre, savânica e florestal – e sua relação com a água, o fogo e o solo. Estão expostas árvores reais, além de outras espécies características de cada formação. Os textos explicativos mostram que a distribuição destas fisionomias está relacionada à ocorrência do fogo (há espécies que só rebrotam após as queimadas), mas também à disponibilidade de água e às características dos solos. Em seguida, as três formações vegetais são detalhadamente apresentadas, através de fotografias, instalações contendo exemplares de plantas, sons dos diferentes ambientes e mapas.

O segundo módulo, ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’, foi especialmente concebido para proporcionar um contato direto com a diversidade da fauna e da flora do Cerrado. Vitrines exibem sementes e frutos variados e instalações fazem demonstração de processos de dispersão, explicando ao visitante como estes mecanismos funcionam na natureza (experimentos em vitrines com mecanismos que simularão a presença de vento, correntes de água e ingestão e digestão de sementes). Em murais estão folhas reais de árvores, palmeiras, arbustos e herbáceas, com a enorme variedade de forma e cores e sua relação com a disponibilidade de água, ocorrência de fogo e características dos solos.

Uma parte da fauna está apresentada em vitrines. O visitante fica conhecendo a imensa variedade de insetos, de peixes presentes nas diferentes bacias hidrográficas e os principais abrigos dos animais – ninhos e tocas –, dispostos de forma que o espectador veja onde ocorrem no Cerrado. Textos explicativos e exemplares em vitrines destacam o papel ecológico de insetos como abelhas, vespas, borboletas, besouros, cupins e gafanhotos e sua adaptação ao meio ambiente – sabe-se que o Cerrado abriga 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.

Abrigos, ninhos e tocas de animais do Cerrado são apresentados em vitrines tridimensionais. O visitante pode compreender a função ecológica de abrigos como cupinzeiros, abrigos de mariposas, ninhos de vespas e aves e entender os motivos que levam os animais a escolherem os materiais nos quais são confeccionados.

Também em ‘A Trama do Cerrado: Diversidade’ está representada a diversidade cultural e de ocupação humana. Objetos históricos e naturais utilizados por estas comunidades são apresentados em vitrines e imagens.

Este módulo ainda se estende para a área externa do prédio do CCBB, com os segmentos ‘Restos e Rastros: Vestígios da fauna’, ‘Causos do Cerrado’ e ‘Olhar, observar, experimentar e documentar’. Nestes espaços está demonstrado o trabalho dos pesquisadores, que buscam as pegadas, os vestígios dos animais, as câmeras usadas para documentar os hábitos de diferentes espécies da fauna, as vitrines com exemplares de pegadas, e também apresentados vídeos com histórias curiosas e causos contados por habitantes da região.

O terceiro e último módulo de CERRADO – UMA JANELA PARA O PLANETA é dedicado a explorar ‘Os Quatro Elementos: água, fogo, terra e ar ‘. A ideia é fazer o visitante conhecer a história geológica do Cerrado, a diversidade de solos, impactos do fogo e as interações entre vegetação e recursos hídricos. O Cerrado acolhe, por exemplo, cerca de 78% da área da bacia do Araguaia-Tocantins, 47% do São Francisco e 48% do Paraná-Paraguai. Uma maquete apresenta os principais processos hidrológicos, o relevo e a vegetação.

Para falar do solo, a exposição conta com a imensa cartela de cores dos solos do Cerrado, explicando sua composição e a presença e a quantidade de minerais, bem como a relação com a vegetação. Um totem e amostras de rochas destaca eventos geológicos que ocorreram para a configuração atual dos solos e paisagens do Cerrado.

E finalizando a exposição, o módulo Fogo mostra a extraordinária importância desse fator para as diferentes vegetações da região, com efeitos ecológicos, para o manejo de áreas e conservação. O tema é representado por meio de um conjunto de audiovisuais que procuram recriar o ciclo da queimada natural e também da causada pelo homem, abordando os impactos sobre as espécies. O público pode também conhecer algumas das estratégias de defesa da flora por meio de uma vitrine com diferentes cascas e troncos além de amostras secas (exsicatas) de espécies da flora do Cerrado. O visitante fica sabendo, por exemplo, que o tronco tortuoso com casca espessa é uma das adaptações mais evidentes no Cerrado. Os galhos e troncos crescem tortos devido ao fogo e as cascas são espessas para preservar o interior do caule, onde há circulação de nutrientes, água e seiva elaborada.