Baile Perfumado na sessão de encerramento

Encerramento do Festival fará homenagem aos 20 anos de Baile Perfumado e da retomada do cinema de PE

*Vinte anos após sair de Brasília com o Candango de melhor longa-metragem, o filme de Paulo Caldas e Lírio Ferreira será exibido na noite do dia 27 de setembro

O longa-metragem Baile Perfumado é um divisor de águas no cinema pernambucano, marcando a retomada da atividade cinematográfica no estado após 20 anos de estagnação. O filme foi escolhido para a noite de encerramento do 49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO. Mas não é de agora que a produção de Paulo Caldas e Lírio Ferreira conquistou Brasília: Baile Perfumado saiu da 29º edição do evento, em 1996, como o grande vencedor, recebendo os Candangos de Melhor Filme, melhor cenografia e melhor ator coadjuvante (para Aramis Trindade). O filme poderá ser (re)visto no dia 27 de setembro, na noite da cerimônia de premiação.

Baile Perfumado possui íntima relação com o movimento mangue beat, que revelou nomes da música brasileira como Chico Science e Fred 04. Ambos adotaram a proposta de valorização do aspecto regional e da cultura de raiz como elemento fundador do contemporâneo. Logo nas primeiras imagens do filme, mostrando o cangaceiro Lampião e seu bando, a música de Chico Science adianta que veremos, na tela, um filme que atualiza o cangaço e sua luta social, contra a miséria e a esperança de mudança.

Realizado em 1996, Baile Perfumado deu início ao terceiro ciclo de produção cinematográfica no Recife – os outros dois ocorreram na década de 1920, o Ciclo do Recife (marcado pela produção de cinema mudo), e na década de 1970, o Ciclo Super-8.

O 49º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO é presidido pelo Secretário de Cultura Guilherme Reis, com coordenação geral de Sérgio Fidalgo (Coordenador de Audiovisual), tendo Graça Coutinho como coordenadora adjunta e Eduardo Valente como curador. Integram, ainda, a comissão de organização do Festival, o crítico e professor de cinema, Sérgio Moriconi e a professora de cinema da UnB, Tânia Montoro, responsável, nesta edição, pela organização dos seminários. Patrocínio do BNDES, Petrobras, Terracap e Banco de Brasília – BRB. Apoio da Lei de Incentivo à Cultura, Sistema Fibra, Câmara Legislativa do Distrito Federal, Canal Brasil, Revista de Cinema, O2Pós, Cine Cultura Liberty Mall. Realização: Secretaria de Cultura do DF.

BAILE PERFUMADO

Direção Paulo Caldas e Lírio Ferreira
ficção, 93min, 1996, PE

A história do jovem e inquieto libanês Benjamim Abrahão que, com apurado faro de comerciante, sai de sua terra, cruza o Atlântico, estabelecendo-se em Recife no final da primeira década do século 20. Como mascate ganha o sertão, chegando a Juazeiro do Norte, onde se torna o homem de confiança do Padre Cícero Romão Batista. Encarrega-se de intensificar o comércio religioso, no rastro da fama do padre. A partir de 1929, quando conhece Virgulino Ferreira, o Lampião, começa um relacionamento marcado pela emoção de registrar a vida no cangaço.

Elenco Duda Mamberti, Luís Carlos Vasconcelos, Aramis Trindade, Chico Diaz, Jofre Soares, Cláudio Mamberti e Giovanna Gold
Roteiro Hilton Lacerda, Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Fotografia Paulo Jacinto dos Reis (Feijão)
Direção de arte Adão Pinheiro
Montagem Vânia Debs
Trilha sonora Chico Science, Fred 04, Siba, Lúcio Maia e Paulo Rafael
Som Valéria Ferro e Renato Calaça
Produção Germano Coelho, Marcelo Pinheiro, Lírio Ferreira, Paulo Caldas e Aramis Trindade
Direção de produção Claudio Assis
Produtora Saci Filmes

PAULO CALDAS – diretor e roteirista de cinema, publicidade e conteúdo para televisão.Trabalhou diversas vezes como jurado em festivais nacionais e internacionais de cinema, assim como é regularmente convidado para avaliar projetos de audiovisual em editais de cultura e dar cursos e consultorias na sua área. Foi professor de inúmeros cursos, palestras e workshops, como na Escuela Internacional de Cine de Cuba; na Faculdade de Cinema Gama Filho, no Rio de Janeiro; no Pátio Cultural da Recheio Digital, em São Paulo e no Instituto Dragão do Mar, no Ceará. Atua amplamente como diretor de publicidade e diretor de grandes campanhas políticas em Recife, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Brasília. Dirigiu seu primeiro filme, Baile Perfumado, em 1996. O filme ganhou naquele ano o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, como Melhor Filme do Júri e da Crítica, e se tornou um marco na “retomada do cinema brasileiro”, participando de diversos festivais internacionais. Baile Perfumado teve lançamento nacional no cinema e televisão com sucesso de público e crítica. Em 2000, lançou seu segundo filme, O Rap do Pequeno Príncipe contra os Almas Sebosas, documentário premiado no Brasil e no exterior em festivais como Havana e Paris, tendo participado da mostra Novos Territórios do Festival de Veneza 2000. Entre outros trabalhos desenvolvidos por Paulo estão o documentário para televisão, exibido no Canal GNT, Sons da Bahia, com produção da Conspiração Filmes e o DVD Quintal do Semba, este último totalmente rodado em Angola. Ele também foi um dos roteiristas do filme Cinema, Aspirinas e Urubus, premiado em festivais pelo Brasil e o mundo. Deserto Feliz, seu terceiro filme, participou do Festival de Berlim – Seleção oficial – Mostra Panorama Especial, 2007; Festival Internacional de Cinema de Guadalajara, 2007; Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires/BAFICI, 2007; 35º Festival de Cinema de Gramado, prêmios de Melhor Direção; Melhor Direção de Arte; Melhor Direção de Fotografia; Melhor Música; Melhor Filme da Crítica e Melhor Filme do Júri Popular. Com passagem por diversos festivais, entre eles, Taormina na Itália, Coimbra em Portugal, e a Mostra Internacional de São Paulo em 2011, seu quarto filme, País do Desejo, foi lançado em janeiro de 2013. Em finalização, o documentário Saudade, que se desbobra em uma série de oito episódios de 50 minutos para o canal Arte 1. Dentre seus próximos projetos estão o filme de ficção Sertão Mar, em pré-produção; o longa de ficção SOL-Veredas da Solidão, em fase de desenvolvimento e ainda a série Terroir Brasil – Comida é Arte.

LÍRIO FERREIRA – nasceu em Recife em 1965. Graduado em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, começou a se interessar por cinema ainda na faculdade onde exerceu a assistência de direção tanto dos primeiros curtas de Paulo Caldas quanto de Cláudio Assis. Depois de dirigir o programa No Ar para a TV, realiza em 1992 seu primeiro curta-metragem em película O Crime da Imagem, prêmio TV Bandeirantes/Banco do Brasil de melhor curta- metragem do ano de 1993. Em 1994, se junta a Amin Stepple Hiluey e realiza o curta That’s a Lero-Lero, sobre a passagem do cineasta Orson Welles por Recife durante a Segunda Guerra Mundial e que acaba premiado nos Festivais de Brasília e Gramado. Em 1996, em codireção com Paulo Caldas, apresenta Baile Perfumado, primeiro longa-metragem realizado em Pernambuco depois de vinte anos, prêmio de melhor filme no Festival de Brasília. Baile Perfumado tem sua estreia internacional no Festival de Cinema de Toronto e torna-se um dos filmes mais marcantes da chamada retomada do cinema brasileiro. Diretor de videoclipes com artistas nacionais, Lírio Ferreira realiza em 2005 o filme Árido Movie, selecionado para o Festival de Veneza na Mostra Orizzonti daquele ano. Junto com Hilton Lacerda, um assíduo colaborador de outros filmes, lança em 2007 Cartola, um documentário musical sobre o inesquecível compositor carioca. O filme acaba sendo o documentário mais visto no Brasil naquele ano. Dirige, em 2008, outro documentário musical chamado O Homem que Engarrafa Nuvens e com o filme viaja e leva o baião para todos os cantos do mundo, estreando no International Documentary Filmfestival, IDFA, de Amsterdam, e vindo a ser premiado nos festivais de cinema de Los Angeles, Roma, Montevideo, entre outros. O filme ainda foi escolhido o melhor documentário de 2010 pela Academia Brasileira de Cinema. Após realizar outros curtas-metragens e um filme para TV chamado A Espiritualidade e a Sinuca, estrelado por Zé do Caixão e produzido pela produtora Chá Cinematográfico, dirige seu quinto longa-metragem, Sangue Azul. O filme, inteiramente rodado na ilha de Fernando de Noronha, foi selecionado em 2015 para abrir a prestigiosa Mostra Panorama do Festival de Berlim.

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