47º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO

Coletiva para lançamento do edital é marcada pelo anúncio de mudanças

*Longas de ficção e documentário irão competir na mesma categoria

 *Serão distribuídos R$ 625 mil em prêmios

 Na manhã de quinta-feira (29), o Cine Brasília foi palco do primeiro encontro entre jornalistas e realizadores brasilienses e a nova comissão de realização do FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO. Na 47ª edição, ela será integrada pelo secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, como presidente; pelo Secretário Adjunto, Miguel Ribeiro, na função de Coordenador Geral; e a produtora e gestora cultural Sara Rocha como Coordenadora Adjunta. O evento é integrado à Subsecretaria de Políticas e Promoções Culturais da Secretaria de Cultura do DF, comandada por Dorival Brandão. Todos eles – além do chefe de gabinete, Hércules Ribeiro – estiveram presentes à coletiva.

Antes mesmo de anunciar as alterações no perfil do FESTIVAL em 2014, Hamilton Pereira fez questão de fazer largos agradecimentos a Sérgio Fidalgo e Graça Coutinho, respectivamente ex-Coordenador Geral e ex-Coordenadora Adjunta do evento, “por todo o trabalho que realizaram”. Hamilton lamentou a perda de experiência acumulada – já que ambos estavam na equipe de realização do FESTIVAL há vários anos – mas saudou “o ganho da incorporação de novas ideias dos que chegaram”.

Coube ao Secretário revelar que, dentro do projeto que vem sendo desenvolvido pela Secretaria de Cultura do DF de reflexão sobre os 50 Anos do Golpe Militar, será feita uma grande homenagem a Eduardo Coutinho, com a exibição do emblemático filme Cabra Marcado para Morrer. Recentemente morto, este que é um dos maiores documentaristas do Brasil merecerá uma retrospectiva. Para isso, a equipe está contando com a ajuda preciosa do cineasta Vladimir Carvalho.

Hamilton Pereira afirmou ainda que a 47ª edição do FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO vai celebrar os 50 anos de Deus e o Diabo na Terra do Sul, exibindo o clássico filme de Glauber Rocha em cópia recuperada e alta qualidade.

DIÁLOGO E QUALIDADE TÉCNICA

O Coordenador Geral do Festival, Miguel Ribeiro, também fez questão de agradecer “aquelas pessoas que ao longo dos anos fizeram esse festival se transformar no importante evento que é hoje: Sérgio Fidalgo, Graça Coutinho, Fernando Adolfo”. Miguel disse estar assumindo a função seguro, por realizá-la ao lado das pessoas que compõem essa nova equipe. E adiantou: “Estamos ouvindo os operadores do mundo do cinema e norteando o Festival atendendo sugestões e queixas”, disse. “Para isso, estamos mantendo diálogo com o setor, escutando representantes da classe em Brasília, para colher opiniões”.

Segundo afirmou o Coordenador Geral, a descentralização das exibições será mantida, com algumas mudanças. A nova equipe está trabalhando com estratégias de mobilização nas cidades do Distrito Federal que receberão as exibições. “Queremos levar o ambiente do Festival para as cidades, espalhar o Festival”, declarou. “Para isso, estamos em diálogo com as universidades onde já existem cursos de cinema, como a UnB, IESB, CEUB, Católica, que deverão receber atividades do evento”.

Para o Subsecretário de Políticas e Promoções Culturais da Secretaria de Cultura do DF, Dorival Brandão, o FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO é peça ápice do que se pode ter como política de cultura. “Estamos lidando com uma cadeia tão importante e produtiva como é o audiovisual”, afiançou. E garantiu que “estamos em processo bem avançado de contratações, preparados para fazer um grande festival”.

Coordenadora Adjunta, a produtora Sara Rocha é conhecida de Brasília há bastante tempo, desde quando ainda acompanhava a família – o avô, Glauber, e a mãe, a produtora Paloma Rocha – nas edições passadas do FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO. Esse passado foi mencionado pela gestora: “Frequento o Festival desde a minha mais tenra infância e é uma honra e um desafio muito grande estar agora na coordenação”, afirmou, prometendo abrir espaço para ouvir todas as vozes da comunidade brasiliense e a cinematográfica num “grande congraçamento”.

Sara Rocha adiantou que deseja, fundamentalmente, garantir qualidade técnica de exibição. Segundo disse, sua luta é para equipar, de forma definitiva, o Cine Brasília com equipamentos de última geração. Partiu dela também a informação muito aguardada quanto ao novo formato do Festival. “Atendendo a pleitos, críticas e sugestões que chegaram à coordenação do Festival, retornamos ao modelo tradicional, com a seleção de seis filmes de longa-metragem de todos os gêneros que vão competir em pé de igualdade a todos os principais prêmios. Assim também acontecerá com os curtas. Dessa forma, teremos uma concorrência equânime”.

O 47º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO também ampliou o valor dos prêmios conferidos a diretores, atores e demais categorias avaliadas nas mostras competitivas, assim como dos prêmios do júri popular. No total, serão distribuídos R$ 625 mil em prêmios. O Festival acontecerá de 16 a 23 de setembro de 2014, no Cine Brasília e em cidades do Distrito Federal e incluirá, além das mostras competitivas, mostras paralelas, Festivalzinho, encontros, debates, oficinas, seminários e lançamentos de livros e DVDs.